O QUE VOCÊ FARIA NO MEU LUGAR?

Agora pouco, voltando do trabalho passei por uma situação inusitada. Estava eu lendo meu livro, quando de repente vejo uma mulher com o marido e a filha de colo entrando no mesmo vagão que eu. Olhei bem e vi que conheci aquela mulher (havia trabalhado com ela na última empresa, há uns seis meses). Ela não me viu e eu fingi que não a vi. Ela sentou-se do lado oposto ao meu, mas do lado que se eu levantasse daria de cara com ela. A filha dela, com pouco mais de setes meses, aparentava ser uma criança que havia nascido com uma deficiência facial e falando o português claro: uma deficiência nada convencional (para não dizer: feio). Pensei: O que será que faço agora? Quatro eram as minhas opções: Levanto, a cumprimento e digo: Que linda sua filha, ou seja, falaria algo que não coincidiria com a realidade, já que a menina realmente não era bonita de acordo com os padrões de beleza impostos pela nossa sociedade? Levanto, cumprimento-a e ignoro a filha dela podendo a mesma pensar que eu não brinquei com a criança porque ela tinha tal deficiência? Levanto, cumprimento-a sendo sincero tocando no assunto do problema da filha? Ou levanto, espero a porta abrir, viro o rosto e saio de fininho? Escolhi a quarta opção, ou seja, “fugi”. Bem, se fui covarde ou não, eu não sei. Aliás, covarde não: talvez medroso. Fato é que a vida nos põe em situações complicadas que a gente só sabe como reagir quando estamos diante das realidades concretas que ela, vida, nos coloca!!!

Danilo D
Enviado por Danilo D em 29/02/2016
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