Diálogo do Coração com os Sentimentos
Numa tarde frígida de encantos, o Coração não deixava de bombear sentimentos de amor às veias de paixões. Cada pulsação representava um compasso desmedido, combinado com o desnecessário fluir do sangue. Igualmente, o tempo vai passando lentamente! O Coração continua seu movimento, todavia.
Em um despertar brusco, os Sentimentos acordam aos prantos dizendo:
_ "Assumira mesmo que seu "já já" signifique a sinopse dos dias e meu avizinhar-se daquela que me deixa em suspense quando permanece afastada de mim!"
Sem entender muito daquela agitação existente nos Sentimentos, o Coração tentou acalmá-los fazendo-os recordar de sua real situação:
_ "presentemente é o mais perfeito dia para preocupar com alguém que jaze de "repousos", vai exonerar amanhã de sua euforia cobiçando retrogradar no próximo mês com toda sua inspiração de vida e vivência”.
Não quis saber de nada disso, os Sentidos.
Respondeu: _ “Esta página principal da sua biografia me pronunciou aos ouvidos que sem a miscelânea de ideias e a recorrência dos fatos nada seria tão real ao ponto de deixar as lembranças retrocederem arremessando como a águia no seu mais completo voo”.
Outra vez o Coração tentou acalmar os Sentimentos, dizendo-os:
_ “as apropriadas recordações vêm à reminiscência sem gratificações, sem conquistar necas por descansar em suas extremidades”.
_ “Elas sim, abrolham reduções às distâncias infidas. Amortizam à vista os períodos inesquecíveis já vividos”, respondeu os Sentimentos, os quais ouviram:
_ “Gostaria abundantemente de saber poetizar com meus íntimos, porquanto meu filosofar, sem interdição, habitando à extensão da nostalgia, desanda-se assaz racional, inclusive minhas artérias gritam guando esta indigna distância nos arredam”.
_ “Não é isso”, perpetrou os Sentimentos.
Com isso, o Coração arriscou elucidar:
_ “Não precisa consumir nada de você”, oneroso Sentimento, “permaneço cuidando de você porquanto presentemente é o seu dia”.
_ “Preciso ser tratado com meiguice e muita brincadeira aprazível, afinal?” Averiguou os Sentimentos que ultimou:
_ “Será porquanto já estou com tanta lembrança? Encerra alguma receita pra eu esquecer os melhores instantes de minha ternura com Você?”.
_ “Permaneço impetrando as malas”, reclamou o Coração que foi logo continuando: “Com certeza só levarei as roupas necessárias . Acho um tédio fazer minhas próprias malas”.
Compreendendo o esmorecimento do Coração, os Sentimentos tentou apaziguar:
_ “Não é que eu não esteja com pesares. Tão somente tenho que me aplicar em mais de um episódio ao mesmo período”.
Desalento, o Coração obtemperou: “desculpe-me, a vida de adulto nem sempre é tão legal. Vou ter que deixar você por um instante indefinido”.
Após dizer estas rematas palavras e já escasso de forças o Coração despontou marchando desarrimado, enquanto os Sentimentos, ao intuir que verdadeiramente seu descaso golpeara intimamente o Coração, apostou, sem respostas, aprimorar a circunstância, a qual já permanecia, por seu descaso, haurida. Assim, dando uma última olhada pra trás o Coração ainda alcançou suas findas forças pra expor ao Sentimento: “que me interessa imediatamente? Meu gracejo de tolerância está de férias”, em síntese.
Padre Joacir d’Abadia, Filósofo autor de 8 livros, Especialista em Ensino Universitário, ex-estilista e ex-artista plástico.