Sacerdotes, "nada e tudo", veremos!
Pądre Joącir đ'Abadia
Santo Agostinho interpreta o ministério sacerdotal: "O Sacerdos! Tu quis es? Nihil et omnia!" (Ó Sacerdotes! Quem tu és? Nada e tudo!). "Veremos!", diz alguns.
O meu ordenador é santo, santo e santo; Santíssimo. Eu me pergunto, buscando a santidade: o que sou para meu povo? Nada mais do que sou para o meu Deus. Repito: Será o que sou para este povo? Sou um sonho de evangelização. Deus me encanta no seu anúncio. Recordo que minha identidade de vida esbarra na vida de Deus feito homem. Minha mensagem reclama uma pertinente adesão ao Deus da esperança.
Por isso, confesso: meu dogma está malgrado ao questionamento se se tenho uma abrangente previsão de Deus em minhas ações. Sou penacho, em especial, a serviço de Deus ao seu povo. Deduzo que sirvo, no entanto, a um povo que, inevitavelmente, está mudando e deixando de transcender até o sagrado.
Se "O padre existe para servir o povo" (Dom Leonardo de Miranda Pereira, bispo emérito de Paracatu-MG), o povo existe para receber a extensão do agir daquele, em fatos concretos; acolhendo o serviço, se encaminhe à casa escolhida e definitivamente, determinada pela predileção eleita através da consciência livre, propósita, firme. Cada um pode chorar gritando ao mundo com o Salmo 13: "Será que não percebem os malvados quanto exploram o meu povo? – Eles devoram o meu povo como pão, e não invocam o Senhor" (Sl 13, 4), pois ao invés de servir estão explorando o meu povo.
"O Padre" _ poema de Osmar Barbosa _: "é apenas homem pelo meio, porque a outra metade é Deus". Deste modo, o padre é um sacerdote a serviço do amor que se manifesta a ele. Ama pela metade para que seu Deus complete o amor. E sabe que amando no serviço, sua outra metade não deixa de amar. Deus sabe de minha vida. Sabe que sou um homem pela metade. "A razão de amar o próximo é Deus" como ensina Santo Tomás.
Sei que amar é doar, por isso Deus doa a outra metade ao padre para que possa ser ele mesmo "divinificado". A Sagrada Escritura vai dizer: "templo do Espírito Santo" (1Cor 06, 19), ou seja, morada, habitação de Deus na terra. Então, segundo Dom Leonardo "Precisamos estar com o povo, misturado com eles, até certo ponto, identificados com o povo, portanto, 'no mundo sem sermos do mundo'" (Mt Jo 17,14-18). Assim, o sacerdote é "nada e tudo"; "é um homem pela metade"; é, acima de tudo, um homem chamado a amar o próximo no serviço gratuito e abnegado. Sacerdote é o amor que se vê.