Poliamor
Perdão por possíveis erros.
Falar de Poliamor, ou de Polirrelaciomentos é complexo. Alguns levantariam conceitos de Moral, Ética, Tabus, Preceitos Religiosos, Cultura, Dogmas, Sentimentos, Preconceitos e Amor Verdadeiro. Discorrer sobre o tema pode gerar polêmica, mas prefiro me ater aos fatos.
As questões correlacionadas como Moral, Ética e todas mais podem até estar envolvidas, mas falar de Poliamor é falar de pessoas e elas são bem diferentes umas das outras. A questão não é tão nova assim, o que deve ser mais recente é o aumento da hipocrisia. Preferimos fingir que tais coisas não existem, não acontecem ou são do âmbito da imoralidade.
As pessoas são diferentes, sentem de forma diferente, reagem de forma diferente e no final estão ligadas a regras sociais que nem sempre respeitam a individualidade de cada um. Personagens históricos estiveram envolvidos em algum tipo de poligamia ou de Poliamor. Até em alguns livros sagrados, em algum momento alguém importante teve mais de uma esposa. Não é tão comum vermos as mulheres envolvidas na poligamia, pois a maioria das sociedades são patriarcais. Em alguns lugares pode-se ter até quatro esposas. Isso é um fato, não se discute, isso acontece e cabe a civilidade e as regras da boa convivência, respeitar as diferenças.
Todos devem ser respeitados, a maioria prefere a monogamia e devemos respeitar, outros preferem relacionamentos abertos, Poliamor ou outras formas e também devemos respeitar. Definir o Amor tomando como base apenas um ângulo ou vertente não é honesto da nossa parte. O termo como é definido nos dicionários ou enciclopédias é o seguinte:
“Amor é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar.
O amor motiva a necessidade de proteção e pode se manifestar de diferentes formas: amor materno ou paterno, amor entre irmãos (fraterno), amor físico, amor platônico, amor à vida, amor pela natureza, amor pelos animais, amor altruísta, amor próprio, e etc.
Etimologicamente, o termo “amor” surgiu a partir do latim “amor”, palavra que tinha justamente o mesmo significado que atualmente: sentimento de afeição, paixão e grande desejo.
Definir o que é o amor não é uma tarefa fácil, pois para cada pessoa, o amor pode representar algo diferente”
A explicação termina dizendo que definir o que é Amor não é uma tarefa fácil porque para cada pessoa pode representar algo diferente e existem várias formas de Amor e de Amar. Algo tão complexo não pode ser moldado por regras sociais impostas por leis. O código penal brasileiro pune a bigamia ou poligamia por a considerar um crime. Claro que se o indivíduo se torna bígamo ou polígamo de forma oculta, enganando seus parceiros se dizendo solteiro, deva ser punido, mas se for consensual não vejo porque punir. Caberia aqui uma reformulação no código penal. Abaixo a lei que trata do caso:
A bigamia esta esculpida no Código Penal, artigo 235, que reza que:
Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Poderiam incluir um adendo que sendo consensual e público, o indivíduo que queira casar mais de uma vez mantendo todos os relacionamentos ativos, poderia mediante um documento que registrasse a aceitação do parceiro atual deixando claro que não há nenhum logro no processo.
Tentando me manter aos fatos, muitos irão dizer que é muita modernidade da minha parte e até safadeza, defender tal coisa. Não estou defendendo uma ou outra forma de amor. Estou querendo dizer que se existem pessoas que são felizes na monogamia e outras na bigamia, poligamia ou Poliamor, as escolhas deveriam ser respeitadas. Alguns gritarão a plenos pulmões que o núcleo familiar estaria destruído como conhecemos. Eu não seria tão radical em afirmar isso, pois os conceitos mudam, claro que famílias bígamas ou poligâmicas são um pouco mais difíceis de administrar, pois certos conceitos de família tradicional não se aplicam a essas formas de relacionamentos. O que devemos eliminar dessa análise é o preconceito, o machismo, o patriarcalismo, o feminismo radical e outras ideias extremas.
Devemos tratar do assunto não como um fenômeno social e sim como uma realidade. A história é cheia de casos sobre bigamia, poligamia e Poliamor ou Polirrelacionamentos. Se conseguirmos respeitar o próximo aplicando regras de civilidade e sendo mais tolerantes com as liberdades individuais poderemos viver melhor. Não estou querendo derrubar conceitos vigentes e sim encontrar uma forma de compartilhar uma realidade, tudo evolui, nada é imutável, antes para os seres humanos a Terra era plana e a ciência provou que não.
A questão do apego, do sentimento de posse também são fatores importantes que culturalmente é compartilhado pela maioria de nós e acaba impedindo o Poliamor de se realizar. Como não posso dizer que as pessoas são coisas e possam ser tratadas como objetos que podemos comprar, vender, nos apropriar ou nos desfazer delas, esses conceitos terão que ser trabalhados.
Na verdade a complexidade do tema não se resume de forma alguma ao que escrevo aqui. Acredito que cada sentimento deva ser respeitado, mas quando falamos de Amor, apesar da dificuldade de definir o termo, pensamos em coisas boas, sentimentos bons, altruísmo, fraternidade, igualdade, respeito e ausência de preconceito. Se o Amor é verdadeiro e incondicional, a felicidade do outro vem em primeiro lugar. A pluralidade de ideias em torno da questão daria para escrever livros e livros, ainda mais se colocarmos outras variáveis dentro do Poliamor onde pessoas heterossexuais, homossexuais e bissexuais compartilhassem do mesmo relacionamento.
Sim, sou a favor do Poliamor, talvez eu não esteja preparado para vivê-lo, mas nunca é tarde para mudar e respeitando meus limites, digo que o Amor não pode ser engaiolado.