As mulheres e a conquista do tarja preta

Ao longo das últimas décadas, as mulheres conquistaram vários direitos, entre eles o de votar, escolher com quem se casar e de poder trabalhar fora.

Mas quando observo mulheres que trabalham comigo, a maior parte na casa dos trinta anos, já casadas, com filhos pequenos ou adolescentes, mães que cuidam da casa, do marido e trabalham (muitas vezes não tendo ajuda destes nestas tarefas), me pergunto o que de fato estas mudanças trouxeram de positivo para elas.

Esta falta de divisão de responsabilidades e a sobrecarga sofrida pelas mulheres quase sempre resulta em mau humor, stress e doenças. Mulheres que preferem o trabalho às férias, porque nas férias, em casa, trabalham ainda mais e que abusam, ainda muito cedo na vida, de medicamentos tarja preta, tais como calmantes, muitas vezes sem recomendação médica.

Por isso minha dúvida: conquistas? Quais conquistas?

Para mim, o ideal seria que elas escolhessem entre ser donas-de-casa, mães de família, e cuidar dos filhos somente, optando por trabalhar em casa - e não fora - ou, se o sonho é seguir carreira, não ter filhos. Casar talvez, desde que o companheiro aceite a ausência de crianças.

Já fiz estes comentários às colegas. E o que escuto delas com frequência é que "mulher é diferente". Talvez porque as opções citadas logo acima não seriam aceitas pelos pais da mulher, ou que ela mesmo, por ter sido ensinada desde cedo - pela família ou pela sociedade capitalista - que mulher tem que se casar, ter filhos e trabalhar (tudo junto) para não ter que depender financeiramente do marido. E obrigatoriamente passar pelo karma feminino sem nem pensar em fazer qualquer recusa.

Percebi que não adiantava fazer os comentários às mulheres conhecidas que já viviam tal situação. Que uma vez debatendo-se no redemoinho, não havia como voltar. Por isso, agora aconselho meninas. Jovens solteiras, estudantes. Aconselho-as a observarem como vivem suas mães, tias, professoras, a balconista da padaria, a bancária de meia idade. E, depois disso, refletirem se é mesmo este redemoinho que pretendem atrair.

José Antônio Dias
Enviado por José Antônio Dias em 12/01/2016
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