AGRESTE MERIDIONAL

Localizado no centro leste da Região Nordeste, o Estado de Pernambuco – com 98.311 km2 - está dividido em mesorregiões e uma população estimada em 9.345.173.

O Agreste Meridional está situado na mesorregião do Agreste Pernambucano e compreende uma extensão de 13.153 km2 distribuída numa vasta área com fortes traços do coronelismo outrora reinante na política local.

Apesar da existência de alguns latifúndios, a região tem forte concentração de minifúndios, pequenas propriedades onde se trabalha a agricultura familiar. Tais porções de terra são responsáveis pelas culturas de feijão, milho e algodão, e que se constituem como elementos de forte relevância na economia local.

A estrutura agrária vigente favorece a concentração da terra nas mãos de senhores que também influenciam nas decisões políticas de cada cidade. A relação de dependência e subserviência de segmentos da população é cada vez mais presente, uma vez que há evidente pobreza, e as políticas sociais são assaz paternalistas, com forte traço de assistencialismo, e que se revelam mais fortes e envolventes a cada pleito eleitoral.

Os municípios que fazem parte do Agreste Meridional são, fundamentalmente, de economia e de base rural. A agricultura é praticada pela maioria da população composta de agricultores familiares. A pecuária leiteira é também um componente constante no seio dessas populações, além de outras atividades como floricultura, ecoturismo e artesanato. Contudo, os elementos preponderantes que permitem injetar recursos na economia local ainda são os repasses da Previdência Social para os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS -, que impulsionam a economia nessas localidades muitas vezes esquecidas pelo Governo central.

As prefeituras se constituem em forte empregador, chegando, inclusive, a se transformarem em verdadeiras máquinas de ocupação de pessoas que pouco contribuem para a eficiência e eficácia do serviço público no atendimento, especificamente, à população mais carente.

Dependente dos repasses dos recursos oriundos da União, através dos programas do Governo Federal e dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios - FPM -, a região do Agreste Meridional está constituídapor por vinte e seis municípios distribuídos pelas microrregiões dos Vales do Ipanema e de Ipojuca, além de Garanhuns e da microrregião do Sertão do Moxotó:

1. Águas Belas,

2. Angelim,

3. Bom Conselho,

4. Brejão,

5. Buíque,

6. Caetés,

7. Calçado,

8. Canhotinho,

9. Capoeiras,

10. Corrente,

11. Garanhuns,

12. Iati,

13. Itaíba,

14. Jucatí,

15. Jupi,

16. Jurema,

17. Lagoa do Ouro,

18. Lajedo,

19. Palmeirina,

20. Paranatama,

21. Pedra,

22. Saloá,

23. São João,

24. Terezinha,

25. Tupanatinga e

26. Venturosa.

Apesar das inúmeras dificuldades que permeiam a região, o Agreste é uma terra de encantos e de um povo acolhedor, apesar de carregar as marcas do sofrimento estampadas na face e de um padecimento secular quase insuperável, fruto do sistema político predominante que se renova a partir do velho ‘sangue novo’ das oligarquias tradicionais.

Os descasos são gritantes no que concerne às questões de cultura. Muitas são as reminiscências ainda vivas como os folguedos e batuques, além das tradicionais festas juninas. Contudo, essas tradições estão se perdendo no tempo por falta de apoio dos governos municipais que não implantam políticas públicas que fomentem a preservação da cultura local.

Muitos são os sítios arqueológicos com suas pinturas rupestres, principalmente os situados nos municípios de Águas Belas, com cinco, Iati, um sítio e Itaíba com dois, todos devidamente tombados.

O famoso Parque Nacional do Catimbau é outra grande área que se estende sobre os municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga e que abriga também pinturas rupestres e muitas cavernas, além dos seus muitos sítios arqueológicos.

As condições de pobreza dos agrestinos são perceptíveis de forma escrachada e o que se oferece ao povo enquanto políticas públicas ligadas às áreas de educação e saúde são precaríssimas, além de um paternalismo exacerbado que se perpetua a cada campanha eleitoral. O que se pode perceber é a ação do Governo do Estado, mais voltada para outras regiões mais abastadas, a exemplo do Alto Sertão, das culturas irrigadas de Petrolina ou da Zona da Mata onde se concentra o maior contingente populacional e também os parques industriais de grandes empresas nacionais e até de multinacionais.

Há comunidades quilombolas em vários municípios na Região, destacando-se as comunidades de Castainho, Estrela, Estivas e Timbó em Garanhuns, Pinhão, Quilombo e Tanquinhos em Águas Belas, Fidelão em Capoeiras, Angicos e Macacos em Bom Conselho, entre outras, além da presença de povos indígenas, destacando-se os fulni-ô de Águas Belas, e kapinawá entre Buíque e Tupanatinga.

O povo do Agreste Meridional tem um forte traço religioso que se espraia por credos diversos.

A predominância religiosa ainda é da Igreja católica. Dois tipos de catolicismo são praticados na Região, um mais romanizado e o outro popular. Isto fica bem representado a partir de dois centros de devoção, santa Quitéria das Flexeiras e o Santuário da Mãe Rainha, ambos dividindo o mesmo espaço geográfico e cumprindo sua função, uma vez que os que mandam esquecem o povo que busca abrigo no sagrado.

Bibliografia:

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Base de Dados do Estado – BDE.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 10/01/2016
Reeditado em 10/01/2016
Código do texto: T5505953
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