Dicas para Lidar com Assédio Moral ou Bullying de Forma Prática

Partimos de um pressuposto a respeito do assediador: trata-se de um indivíduo que por sua força própria não é capaz de infligir algum constrangimento, ele se apoia numa outra autoridade da qual procura deturpar e tornar impessoal "normal" o que faz.

O assediador procura mostrar que não se trata de um implicância pessoal dele, mas de uma atitude que deva ser aprovada e legitimada pelo grupo. Caso pareça pessoal, o assediador estaria indo contra a regras que mantem o grupo coeso - ele seria visto como um elemento de discórdia e desunião.

Por isto em nome do próprio grupo e de suas normas, ele procura apartar a vítima da proteção do mesmo como membro - quando não como alguém até mesmo desnecessário ou ofensivo ao grupo.

Ele utiliza as regras de um grupo, um senso comum, um consenso ou preconceito por muitos compartilhado para justificar sua perseguição. Note que a assediador manipula os valores de um grupo social diretamente ligado a vítima para fazer o grupo e não ele o instrumento de discriminação e punição.

O assediador envolve o grupo e expõe ou deturpa características da vítima para que o mesmo seja alvo das perseguições e discriminações. Assim a mesma não pode contar com a indignação, revolta e justiça do grupo ao seu favor.

O assediador é antes de tudo um covarde, pois manipula o grupo para que não defenda a vítima. Mobiliza os grupos para que participem e sejam coniventes com a violência que pratica.

É preciso fazer a diferença entre o indivíduo que chama a atenção ou corrija uma pessoa tendo em vista o que ele acredita ser o melhor. Quando assim o faz, ele faz baseado em sua convicção. Se ele não tem esta convicção, ele buscará a força para isto no grupo.

Estou dizendo que o assediador mesmo, não tem convicções a respeito do que acredita. Ele busca outras fontes como o costume, o padrão convenções para certificar suas preferências. Ele mesmo vê na vítima o desafio de viver um estilo e assumir dificuldades que ele mesmo não o faz sozinho.

O assediador por encontrar no exterior as razões e formas de esconder suas preferências e defeitos agride e potencializa as discriminações contra quem ameaça a força das repressões que mantém aceitável. O assediador tenta repetir na vítima as repressões que sofreu.

O assediador não escolhe qualquer vítima, prefere as mais frágeis - daí o segundo motivo de sua covardia. Isto por que sabe que ao discriminar alguém que não se sinta culpado ou ressentido por suas peculiaridades ele acabará sendo mais enfraquecido em relação aos preconceitos que ele toma por verdade. Exemplo:o assediador resolve implicar com um homossexual e pode ocorrer dois resultados:

a) se o homossexual assediado não se envergonhar de se orientação e ainda mostrar convicção e aceitação de sua identidade > o assediador fica sem graça

b) se o homossexual assediado se envergonhar e se mostrar tímido > o assediador o usará como meio seguro de fortalecer suas convicções.

Não se trata de culpar a vítima. Só estou dizendo como o covarde assediador atua. E ao mesmo tempo mostrar para a vítima o círculo covarde em que ela acaba sendo envolvida sem perceber de imediato.

É possível que o assediador tenha sido a vítima alguma dia, principalmente de seus próprios pais e irmãos. E ele repita o que os pais e irmãos lhe fizeram e lhe impuseram como certo aos demais.

Acreditando inclusive que é normal sofrer ofensas e humilhações para "aprender a ser homem", por exemplo. Aprender a ser esperto, deixar de ser bobo, tomar vergonha na cara, e por aí vai.

O que nos leva a outros aspecto importante do assediador: a naturalidade com que desrespeita passa para o grupo a ideia de que ele não faz por mal, mas para o bem da vítima.

Conheça como o assediador pensa, espero ter ajudado, e acione as autoridades judiciais. Até que a justiça tome providências, o assediado pode ainda sofrer muito com o assédio.

Acredite, se alguém encontrou uma crença maravilhosa ou normas de conduta que o satisfaz e realiza, ele nunca desejará impor, seja por pressões ou violência, o que acredita.

Por que ele sabe que o que segue só é bom por aceita espontaneamente suas crenças - se identifica e se envolve com elas, como se fossem suas. O indivíduo que sustenta por força de pressão e desespero suas crenças não verá problemas em utilizar no outro a mesma violência que pratica e ameaça a si mesmo para se aceitar e se adequar.

Num outro texto, vou falar para o próprio assediador. Em como pode se colocar no lugar da vítima e entender o que acontece dentro dele que o leva a agir assim.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 03/01/2016
Reeditado em 03/01/2016
Código do texto: T5499078
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