Apectos Diferentes
Em 1971, no auge da ditadura militar, Orlando e Cláudio Villas Boas continuavam com o seu trabalho de aproximação do homem branco com os indígenas. Que foram também vítimas da violência cometida pelos militares. Violência que só não foi maior ou mais alarmante em função dos protestos do exterior.
Mesmo assim, o Parque Nacional do Xingu, o santuário indígena, depois batizado como Parque Indígena do Xingu, foi inúmeras vezes atingido por medidas que só não foram mais prejudiciais em função da atuação dos dois respeitados sertanistas, mais tarde indicados para o Prêmio Nobel da Paz. Com o qual, felizmente, não foram contemplados, pois o que eles fariam com o tal prêmio depois que pessoas como Moshe Dayan foram agraciadas com a mesma distinção?
A história dos indígenas, em qualquer parte do mundo, é a luta dos homens da floresta, cuja vida é inteiramente fundamentada nas sementes, nas plantas, nas águas não poluídas dos rios e na sua sabedoria inquestionável diante do chamado homem branco, com as suas parafernálias tecnológicas, as suas descobertas científicas, às vezes inúteis, suas guerras sujas por territórios e poder, a sua inviabilidade existencial e a sua sabedoria discutível.
Quando Charles Darwin diz que os mais fortes devem prevalecer, parecendo encantar a todos que o leem, preferimos entender que ele institui a violência, a agressão, o domínio e a submissão. Podendo seus trabalhos ser considerados patrimônio da humanidade, mas não sob esse aspecto. Bem longe ou diametralmente oposto ao que realizaram os irmãos Villas Boas.
Rio, 10/08/2015