Whatsapp. Proibição. Apocalipse.

O impossível aconteceu! Whatsapp bloqueado no Brasil! Foi por algumas poucas horas, mas é possível imaginar o susto de quem não fica um minuto sem usar o aplicativo? Você, leitor(a), ficou nervoso(a)? E fica angustiado(a) quando cai o sinal? Entra em pânico quando esquece o celular? Então, convido-o(a) para a reflexão abaixo.

Não há como negar a utilidade de um programa de mensagens de áudio que podem ser enviadas gratuitamente. Além da economia no bolso, economiza-se também digitação, tão mais complicada no tecladinho virtual do aparelho.

Mas se você procurar notícias relacionadas ao abuso destas tecnologias, encontrará matérias preocupantes. Vários sites de revistas e jornais de ampla circulação já dispõem de conteúdo sobre a nomofobia - termo recente que se refere ao medo de ficar sem celular - e os riscos que o excesso de uso pode causar. Desde baixa na produtividade do trabalho e distanciamento nos relacionamentos (a clássica cena de familiares e amigos sentados à mesa e cada um olhando a telinha de seu telefone) até acidentes que podem acontecer com quem atravessa a rua usando o aparelho ou mesmo o faz dirigindo. E como é triste ver alguém mexendo no celular enquanto come.

Há alguns anos, quando os celulares não eram tão sofisticados, ainda tínhamos na manga algumas saídas contra o vício da Internet. Se um garoto passava horas em frente a tela do PC, a mãe poderia pedir que ele fosse brincar, jogar bola, andar de bicicleta ou mesmo "disfarçar" a folga indo comprar alguma coisa no açougue ou supermercado. Hoje, porém, não é mais possível. O garoto sai e leva o vício junto. Continua vidrado. Completamente entregue. E pode ser até perigoso, por exemplo, se ele for atravessar a rua olhando para a tela, sem tomar os cuidados devidos com o trânsito.

Depois de passarmos por esta primeira experiência coletiva do bloqueio do whatsapp, junto com suas experiências pessoais (celular quebrado, celular esquecido ou sem bateria), quero deixar ao (à) leitor(a) um conselho: desligue-o. E com ele desligado, siga alguma das sugestões: vá passear. Caminhar num parque. Ou escutar boa música (não no celular!). Renda-se ao inigualável prazer de ler um livro (impresso). Fique pelo menos alguns minutos em silêncio, em algum lugar de preferência com pouca luz (a sala da sua casa, ou seu quarto). Vá conversar com amigos ou familiares (pessoalmente) tomando um sorvete ou um café, uma cervejinha, um suco de laranja. Experimente passar momentos assim sem o celular. Desligue-o, esqueça-o, finja que de novo o Whatsapp foi bloqueado. Ou o Facebook, ou qualquer outro recurso que você utilize no seu aparelho e que te impede de viver a vida desta outra maneira que ela merece ser vivida: mais livre.

José Antônio Dias
Enviado por José Antônio Dias em 18/12/2015
Código do texto: T5484459
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