O choro do palhaço
"Quando Deus dá o dom da comédia, há um preço a ser pago". Palavras de Terry Gilliam sobre a morte do ator e comediante Robin Williams. Robin, o mágico da comédia nos cinemas, mas em sua vida pessoal sofria de depressão. O pior de tudo é saber que Robin Williams não foi ponto fora da curva, muitos outros comediantes sofreram do mesmo problema, incluindo um dos maiores comediantes do Brasil, Chico Anysio. E poder-se-ia incluir nessa lista outros artistas do humor com o mesmo problema.
Mas, ora, o que acontece?
O nome disso é equilíbrio. A vida requer equilíbrio em tudo. Com nosso estado de espírito não é diferente. Precisamos passar por experiências emocionais diversas. Não podemos ser robôs, nem do tipo introvertidos, nem extrovertidos o tempo todo. Somos seres humanos, seres que têm metamorfoses de sentimentos. Aliás, isso nem é exclusividade de seres humanos.
Um dia desses um documentário falava sobre a alegria. E a alegria só pode existir se ela não existir. Afinal, a alegria é sair de um estado normal para um estado extremo que o faça feliz. Se somos "sempre" alegres, a própria alegria seria o estado normal, logo, ela não existiria. O mesmo acontece com a tristeza, a melancolia, enfim, todos os sentimentos para que existam pressupõem um estado normal.
Retomando a vida de um comediante, ele está o tempo todo mantendo-se num extremo de humor. Esse humor intenso, como diz Terry Gilliam, cobra o preço da tristeza. Pois elas se contrapõem. E o equilíbrio é necessário.
Portanto, a impressão que se tem de qualquer pessoa num primeiro momento, pode ser muito equivocada. É importante se observar pessoas que mantém extremos de comportamentos o tempo todo, pois elas são as mais passíveis de terem algum tipo de problema psicológico.
Pare e pense. Quem são as pessoas tão engraçadas e tão sérias que você conhece? Saiba que elas são as pessoas mais sérias e mais engraçadas que você conhece.