Novas versões e novas visões. Novas opções. (5)

Cinco, a quantidade de dedos em uma mão. Uma visão da anatomia humana, o ser humano possui cinco dedos em cada mão. E o dedo polegar como opositor aos outros dedos permite pegar objetos, e exercer movimentos mais precisos e mais finos. Movimentos finos, uma visão da fisioterapia. Cinco, um limite de contagem, dando opção de mais cinco. Com duas mãos totalizando dez dedos, surgiu o sistema decimal. E assim o homem aprendeu a contar e enxergar o mundo da matemática.

Com o uso dos dedos e das mãos pode enumerar o que via, e contar o que precisava contabilizar. Chegou estabelecer o ano com dez meses (setembro, outubro, novembro, dezembro). Montou lotes com dez espigas de milho, o total de dedos das mãos, já que não conhecia o uso dos números. Cinco dedos em uma mão indicam cinco lotes de dez, totalizando cinquenta espigas. Assim os negociantes de milho podiam contabilizar e negociar seus estoques, suas vendas e suas aquisições, sem o risco de adulteração na contabilidade, e com ajuda da anatomia. Ainda hoje no RN uma mão de milho corresponde a cinquenta espigas de milho.

Cinco é um número, que pode determinar uma quantidade de visões ou versões, e uma quantidade de opções. Com os outros cinco dedos da outra mão, surgem novas opções. Com cinco opções de um lado e cinco de outro, surgem combinações aleatórias. Entre o uso consecutivo de dedos e mãos, são infinitas opções e versões, múltiplas de dez. As mesmas mãos e dedos que prepararam e montaram dezenas de pratos e documentos sobre a mesa.

Depois de tantas misturas e gostosuras sobre a mesa, restou apenas um único item integro. Símbolo da vida, da limpeza e purificação. Indispensável à vida e indispensável à tomada de decisões: o solvente universal, o liquido facilitador. Ajuda facilitando os processos de reuniões, gestões e digestões. Um líquido que participa de diversas mesas; do consultório ao escritório, do refeitório ao oratório, favorecendo a alma, o corpo e a mente. Uma visão tríade, a dualidade mais um.

Reuniões de negócios; reuniões de trabalho, e reuniões de lazer; reuniões de alimentos. O elemento que cobre a maior parte da superfície terrestre, o elemento de maior percentual na composição do corpo humano. Com dois elementos etéreos associados, forma uma molécula liquida. Com duas mãos juntas pode ser amparada, represada e levada à boca.

O único item preservado e cultuado no mundo, e sobre as mesas. A partir de uma visão da química, é a mesma em qualquer lugar do planeta Terra: independe de credo ou religião, país ou região, independe de visões econômicas ou culturais. Aromatizada ou saborizada, com aditivos artificiais, deixa de ser água, até mesmo por critérios jurídicos ou acordos entre produtores e consumidores. É oferecida a qualquer imigrante ou viajante; invasor ou prisioneiro; estrangeiro ou mensageiro; simpatizante ou militante, de causas diferentes ou antagônicas. A partir dos vestígios de água encontrados em outros planetas, pode-se avaliar a presença ou a existência de vida.

A água é oferecida a palestrantes e professores, mestres e doutores, que apresentam ou levam um conhecimento a uma plateia. Oferecida em reuniões onde são tomadas decisões. Assim como o padre toma o vinho diante os fieis, interessados no sermão, o palestrante toma água diante uma plateia com ouvintes, interessados em sua fala. Enquanto um fala de uma sociedade com visões bíblicas, o outro, da um enfoque com visão cientifica. Cada templo tem a sua linguagem e seus fieis. Ciência e religião são duas retas paralelas que se encontram no infinito. É tomada aos goles à medida que se toma uma decisão, de falar ou calar. Cada deglutição pode ser um concordar ou discordar.

Um símbolo de pureza sobre a mesa de eventos, que geram documentos. Presente para lembrar o passado, a origem daqueles que estão em volta da mesa e no mar da plateia. Mesas redondas ocupadas por poços de conhecimento. Como poços redondos com a água no centro das decisões, e dos poços de conhecimentos que reúnem sedentos. Presente para lembrar que para acontecer um futuro, dever ser preservada. Acolhe o início e a preservação da vida.

Pura e natural, neutra, sem aroma, sem cor e sem sabor. A água é oferecida aos palestrantes e oradores, com discursos e visões científicas, protegida pelo argumento científico e fisiológico criado: suavizar as cordas vocais e molhar a garganta ressecada pelo ambiente e pela fala excessiva. Eficiente para criar uma pausa no discurso oratório, dando oportunidades para reflexões. Bebe-se diante um publico, em breves e pequenos goles. Dois dedos de água podem ser suficientes para uma pausa, e mais dois dedos de prosa.

Fora do ambiente de exposições científicas, bebe-se do fartamente ao moderadamente, e sem contraindicações. Repõe os líquidos e os sais minerais perdidos com a eliminação de suor e urina. Um ciclo constante de perda e reposição, transporte e moderação. Sua retenção pode criar problemas ou relatar problemas, uma visão da fisiologia. A água presente na mesa, como símbolo da lembrança da origem fetal envolvido no liquido amniótico. O símbolo da origem das espécies. Os primeiros seres surgiram na água, se tornaram repteis e ocuparam a terra. Um dos símbolos do cristianismo é o peixe, e o peixe depende da água para sua sobrevivência, independente de suas metáforas com relação a outros meios: há peixes que saltam da água; e espécies mamíferas, que vivem no mar e necessitam de ar.

Assim como os primeiros povoamentos surgiram em volta de poços, para obtenção de água, discernimentos e estratégias surgem de mesas redondas com suas ideias e suas águas dispostas em redor, diante de cada expositor.

Rio de Janeiro/RJ ─ 20/09/2014

Texto produzido para: O Jornal de HOJE – Natal/RN

Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 23/10/2015
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