Os maiores legados da Copa (parte 6)
Os maiores legados da Copa (parte 6)
O país se prepara para receber visitas. Turistas de todo o mundo aproveitarão as partidas de futebol para conhecer, visitar e revisitar o país. Um grande movimento interno também deverá acontecer com migrações internas entre cidades sedes dos jogos. Estruturas e infraestruturas serão colocadas à prova. O uso intenso de corredores rodoviários e aéreos poderão definir novos meios e necessidades de transporte de passageiros: como o ferroviário, marítimo e fluvial; talvez o lacustre, tal como acontece na Europa. O MERCOSUL poderá perceber novas necessidades econômicas, monetárias e viárias.
Uma novela foi produzida mostrando belezas naturais e reservas minerais. Já foi exibida no Brasil e deve estar circulando o mundo, pelas TVs, e em computadores via internet. A novela criou uma cidade fictícia juntando paisagens e personagens, criou cenas e situações, em regiões próximas ao ponto de grande importância na ultima Grande Guerra. Um ponto que continua sendo estratégico, com reservas minerais, próximo à linha equatorial, o limite dos hemisférios.
Um movimento popular ocupou os espaços públicos do mundo, no hemisfério Norte o Movimento Occupy, depois da ultima virada de século. Hoje a população brasileira ocupa as ruas exigindo aquilo que acha serem seus direitos. Estudantes brasileiros foram às ruas pedindo melhorias no transporte e na educação, sem um bom transporte não se chega ao conhecimento. Estudar requer estratégias de investimento e deslocamento, o homem é nômade por natureza.
Por outro lado parcerias municipais, estaduais e federais formaram frotas de veículos escolares, com um estilo americanizado, facilitando o acesso, o caminho da escola. Incentivos educacionais e temporais facilitam o acesso ás universidades. O país tem pressa em colocar seus alunos na escola, é preciso impressionar as visitas.
Jovens organizam-se pela internet para promover encontros e manifestações mostrando que estão em dia com a tecnologia, opinião e mobilização. Alguns destes encontros estão preocupando administrações de shoppings que vêm nisto ações de furtos, vandalismo, arrastões e confusões. Situações de pânico que testam e treinam seguranças e vigilâncias para a Copa, em espaços públicos e privados.
A política esta em crise colocando os poderes executivos e legislativos contra a parede para que tomem atitudes em defesa do cidadão, do contribuinte e do eleitor que prometem uma revanche nas urnas. E o efeito Facebook tem tido mais efeito que a satisfação de sediar uma Copa do Mundo. O povo começa a entender que “pão e circo” é uma expressão temporal e tem um mesmo sentido que cesta básica e futebol.
Universidades oferecem cursos cada vez mais especializados, com mestrados e doutorados, justificando a necessidade do conhecimento e velocidade das mudanças do mundo com informação. Argumentam que existe uma rápida evolução da ciência e da tecnologia, a complexidade da sociedade moderna.
Uma contradição de velocidades, dois pesos e duas medidas, se os recursos humanos não se capacitam diante uma sociedade complexa e exigente, os recursos humanos
formadores e transmissores de conhecimento que são sistemáticos e progressivos não permitem montar grades curriculares e um corpo docente para criação de novos cursos a novos discentes.
Bauman, sociólogo contemporâneo, já afirmou que vivemos uma sociedade líquida, mundos líquidos onde tudo e todos se misturam com facilidade. Se a sociedade é liquida, a denominada academia se enxerga sobre a sociedade como o óleo sobre a água, não se misturam. È necessário ser mais viscoso para agregar partículas e conhecimentos, sair da densidade um, vivemos a Era do conhecimento. Zygmunt Bauman critica a academia e defende a literatura como forma de conhecimento.
O maior legado da Copa não devera ser as facilidades e mobilidades urbanas, promovidas e realizadas em função da Copa 2014. Mas uma nova visão de mundo e de comportamento, que já vem mudando. O mundo acabou em 2012, vivemos agora outro mundo.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 01/02/2014 Texto escrito para: Jornal de Hoje. Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento
Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento
Key Words: management; quality; knowledge
Roberto Cardoso