Os maiores legados da Copa (parte 4)
Empresários estão cautelosos com seus investimentos, em função dos futuros acontecimentos, aos rumos da economia e do Brasil depois da Copa do Mundo e das eleições de 2014. Também existe uma grande preocupação de quem está no poder, seu futuro está em jogo. O governo e os governantes estão sendo criticados e julgados. Grupos defendem a retomada do governo e do poder pelos militares. Diante de tantas especulações e previsões só o tempo tem a resposta.
Apenas um fato é certo: é necessário investir em educação, e empresários do ramo estão vislumbrando um aquecimento do mercado educacional, enxergam lucros em seus comércios. Educação se torna um bom negócio, e como tudo termina em pizza, onde a massa é a mesma e só muda a cobertura, as faculdades remechem e misturam professores e disciplinas criando novos cursos, acomodando, cozinhando e assando os alunos no mesmo espaço. Coberturas que encobrem a mesma massa básica feita de farinha e água, modelada e assada em forma de disco. O futuro onde cada um criará a sua profissão esta cada vez mais perto. Pizzarias já montam a pizza ao gosto do freguês, que escolhe os ingredientes.
Faculdades particulares primeiro se reuniram para formar centros universitários e universidades. Grupos universitários apresentam-se mostrando diversas logomarcas procurando uma dar sustentação a outra, embora sejam controladas por um grupo formado pelos mesmos, e até liderado por uma mesma pessoa como acionista majoritário e controlador. Estratégias de marketing maquiando estratégias administrativas.
Cursos superiores tornaram-se um grande negócio para vender um produto que a sociedade é convencida de não possuir: saber e conhecimento. Com estratégias de exemplos silviossantistas, como a historia épica do menino pobre que sai do sertão torna-se engraxate e transforma-se em um grande empresário à custa de seu esforço e sacrifício. As mesmas estratégias de marketing utilizadas em net work.
Universidades particulares fizeram convênios com instituições internacionais, com franquias e chancelarias. As universidades federais e estaduais fizeram acordos e parcerias com instituições diversas do mundo criando grupos internacionais e multinacionais, como o Grupo Coimbra. Parcerias que se comprometem reconhecer entre si: diplomas e certificados, seus saberes e seus conhecimentos. Promovem cooperação nas áreas da ciência, tecnologia e inovação, fomentando e investigando.
Cada instituição buscando agregar valores a seus nomes e professorados. Buscam um reconhecimento internacional para criar intercâmbios para professores e alunos. Implantam um oligopólio, agregam logomarcas a seu marketing fazendo merchandising em outdoors e busdoor.
Para as escolas, faculdades e universidades vão valer as leis de mercado: lei da oferta e procura, e a lei da concorrência. Instituições de ensino para continuar no mercado da educação terão que fazer o dever de casa, aplicar aquilo que ensina, insiste e cobra do aluno: inovação e criatividade. Sair do modo econômico e imprimir em modo otimizado
a sua função, de formar e informar. Evitando assim a necessidade de utilizar uma nova ferramenta de gestão, o termômetro de Kanitz.
Visões e missões não foram criadas para colocar em um quadro bonito na parede de entrada, para que o cliente veja ao entrar. Visões e missões formam um conjunto, uma busca de resultados, um caminho utópico e sem fim, no caso aqui, uma escola a ser melhorada a cada semestre. A busca do melhor, do inovador, o diferencial. Melhor não apenas no conhecimento oferecido, mas principalmente as condições que este conhecimento pode e deve ser oferecido.
Um dos grandes legados da Copa vai ser a nova maneira de ver o mundo, uma visão deixada pelos estrangeiros que aportarão em nossas terras. Poderemos ver ombro a ombro, in loco, como eles enxergam o mundo, a sociedade e a cidade. E um consumidor mais exigente surgira, um consumidor cidadão respeitando a si e principalmente ao próximo.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 18/01/2014 Texto escrito para: Jornal de Hoje – Natal/RN