Qualidade e Gestão na Copa (P3)
O Brasil receberá lições e ensinamentos dos novos consumidores, quando estes exigirem e defenderem os seus direitos garantidos por acordos internacionais entre seus países de origem e o Brasil, acordos de organizações internacionais com respeito mútuo, acordos múltiplos e recíprocos. Exemplos quando aqui exibirem seus direitos e deveres de cidadania, de um mundo mais antigo, mais respeitado, mais civilizado e mais organizado, o mundo consagrado.
Estão investidos de conhecimentos de inclusão, de governança urbana e colaborativa, por estarem acostumados e capacitados a reflexões e discussões sobre as cidades e as regiões metropolitanas que vivem, trabalham e habitam. Situações com equidades de gênero e inclusão social, questões sociais relativas à segurança publica e outros temas transversais. Capacitados a discutir o meio ambiente e a qualidade de vida, cobrando uma maior eficácia do poder público.
Outros países, um mundo de onde sempre partiram as ideias, os povoamentos e os norteamentos. O Brasil sempre foi norteado, sempre olhou para o norte do planeta, na bussola e no papel, a ponto de esquecer que existe um norte interno sempre abandonado.
O turista estrangeiro deixará um legado, uma ferramenta de gestão para o usuário e consumidor local: aprender a escolher aquilo e quem melhor oferta uma qualidade, a partir dos parâmetros criados por cada um, cada povo, cada cultura. Qualidade não se trata de levar vantagem em tudo.
Uma ferramenta de gestão é um passo a passo que objetiva uma qualidade controlada por aquele que implanta e controla. Mas também é construída por vivencia e conhecimento, é o controle e a exigência do que é considerado melhor: The quality, the must and the best. Grupos de imigrantes e turistas invadirão o país exigindo qualidade em cada estabelecimento, e cada um deles devera se adaptar e se adequar a novas necessidades de novos consumidores, a lição da inovação tanto apregoada.
O espírito de criação e inovação entrou como um rolo compressor e colocou a Copa do Mundo como prioridade sobre as necessidades básicas do povo. As cidades sedes correm contra o tempo para fazer adaptações e modificações. O país conhecido como amante do futebol acolheu de braços abertos a ideia de sediar uma Copa, que alem de divertimento e alegria poderia trazer benefícios sociais como: hospitais, segurança e melhores facilidades de deslocamento em transportes públicos e coletivos nos grandes centros urbanos.
A Copa se aproxima e a população percebe que toda infraestrutura necessária e prometida ainda não foi concretizada. Prefeituras e prefeitos esbanjam otimismo a partir de seus gabinetes ao afirmar que obras estarão prontas a tempo da Copa. Esbanjam otimismo, mas não dão exemplo usando o espaço público e o mobiliário urbano.
O desafio de terminar tudo a tempo, de receber turistas e torcedores causam agora maiores transtornos. Onde se trabalha pela mobilidade urbana acontece uma
imobilização urbana. Situações caóticas de transito, atrapalhando até mesmo o deslocamento de carros que deveriam ter transito livre, um livre acesso pelas ruas e avenidas, com veículos de socorro e assistência como bombeiros, ambulâncias e viaturas policiais no cumprimento de seu dever. Um engessamento acontece nas cidades e vítimas são prejudicadas pela impossibilidade do socorro chegar ao local do sinistro.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 22/02/2014 Texto escrito para: Jornal de Hoje.