A usurpação da ciência (5)
A ciência foi buscar na religião os títulos para seus acadêmicos de carreira universitária em posições de controle e domínio. Uma expressão retirada da igreja e que atualmente não é mais utilizada é a de catedrático, palavra derivada de catedral. Dentro das universidades, aquele que detinha um conhecimento de uma determinada cadeira ou disciplina, ocupava uma cátedra e era conhecido como catedrático da disciplina ou até mesmo do curso, o cargo máximo de um curso superior. Hoje não há mais catedráticos, mas ainda encontram-se nas universidades federais os professores auxiliares, adjuntos e titulares, enquanto uma nova nomenclatura de posição já surge, e se adéqua, o professor associado.
Com a popularização do ensino superior o termo cátedra foi abolido e hoje todo corpo docente pode ter a oportunidade de ocupar uma chefia de departamento ou uma coordenação de um curso. Posições que possuem mais tarefas administrativas do que educacionais. Cargos desejados por quem tem um gosto e tendências pela administração, e não desejado por quem tem gosto e prazer por sala de aula.
Nas universidades ainda estão sendo preservados os títulos de mestres e doutores. Mestre um título do segmento religioso ocultista. Doutor um título usado dentro do catolicismo e atribuído a aqueles que produzem um conhecimento. Aqueles que foram canonizados, mas deixaram uma vasta literatura de conhecimentos. O título de doutor na igreja é dado pelo Papa. Enquanto na academia os denominados papas do conhecimento tem o poder de definir os próximos, uma posição de controle e domínio.
Alguns dirigentes de faculdades particulares tendem a utilizar o título de Reitor, puro exibicionismo e vaidade. Título que sempre coube ao maior dirigente de universidades federais, onde cada faculdade ou escola tem o seu diretor, os berços do saber e do conhecimento. Reitor também é um titulo oriundo do sacerdócio, dirigentes responsáveis de santuários e seminários.
O título de doutor dentro do meio acadêmico também se refere a aquele que produz um conhecimento. O meio acadêmico passa e transfere a responsabilidade a um doutor de produzir um conhecimento. Junto com seus orientandos na posição de orientador deve produzir um conhecimento e divulgar este conhecimento na forma de artigos científicos. Portanto o doutor deve produzir e disseminar o conhecimento.
Com uma disputa acirrada entre os pós-graduados, mestres e doutores estão cada vez mais distantes, já não tem o mesmo status de pós-graduados, os doutores tentam se distinguir com cursos e recursos de pós-doutorados. A plataforma Lattes, homenagem a Cesar Lattes, uma base de dados da sociedade acadêmica já distingue os doutores dos outros produtores de conhecimento. A ferramenta de busca da plataforma separa os currículos em duas categorias, uma de doutor e a outra que comporta os outros, onde se entende os mestres, os graduados e os de nível técnico.
As revistas científicas vão criando seus critérios de seleção aos produtores de conhecimento. E a nova ordem social ditada pelos órgãos de apoio à pesquisa é que o conhecimento seja popularizado. Pesquisadores produzem um conhecimento e
buscam uma mídia científica para divulgar seus resultados. Hoje com a internet tornouse mais fácil produzir e divulgar. Cada produtor de conhecimento pode divulgar ao mundo em seu próprio blog ou site, e haverá sempre alguém para querer aprender algo a mais. Por outro lado aquele que procura uma informação devera saber identificar o que encontra. Títulos não significam mais deter um capital de conhecimento
RODAPE
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 1/09/2013 Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master