Gestão da Qualidade e Qualidade da Gestão (Parte 4)
O Brasil foi concebido e construído, evoluiu com bases e modelos copiados, reproduzidos por dominadores e absorvidos com a posição de dependente. Estas condições de pertencer a terras descobertas e a uma terra colonizada ficaram encravadas na cultura brasileira, um arquétipo do dependente, que os governos e governantes sempre reproduziram. Com culpas e desculpas, até hoje justificamos a atual condição de política e de políticos atribuindo aos primeiros imigrantes vindos de Portugal, após o descobrimento.
Agora com a industrialização vivemos de modelos tayloristas, fayolistas e fordistas. Nas faculdades as disciplinas da teoria da administração começam a partir da Revolução Industrial. Onde sequer são citados nomes brasileiros de empreendedores como exemplo, o Barão de Mauá que implantou a primeira estrada de ferro brasileira. O mundo voa em Boeings e Airbus, mal nos lembramos de que o primeiro homem a voar com um mais pesado que o ar foi um brasileiro, que ainda jovem dirigia o carro da família e despertava interesses em aeronáuticos.
O ponto alto da reunião sobre educação básica e profissional, para o desenvolvimento do RN (08/07/13), foi uma palestra, uma quase aula, de Gabriel Chalita. E um dos exemplos citados em sua explanação, foi o escritor Machado de Assis, que de origem pobre ouvia as histórias que sua mãe adotiva contava antes de dormir, histórias interrompidas para que o fim pudesse ser contado no dia seguinte. As histórias ouvidas sem um fim proporcionaram a Machado de Assis imaginar uma diversidade de encerramentos e finalizações, proporcionando um ganho de imaginação e conhecimento, podendo imaginar diversos desfechos, que seriam desvendados no dia seguinte sem, contudo causar um ponto desmotivador por não ter idealizado o que realmente aconteceu, mas aumentou a gama de soluções a outras situações.
Com o exemplo de Machado de Assis, ficou clara a sua valorização dos atores sociais locais. Chalita ainda fez comentários sobre a obra e as ideias educacionais de Anísio Teixeira copiado pelo Chile e Paulo Freire adotado nos EUA, brasileiros desprezados por brasileiros, adotados por estrangeiros.
Ainda Chalita. Ele fez comentário interessante sobre um mestrando ou doutorando ser arguido pela sua banca de defesa e não ter uma resposta de imediato como pudessem desejar alguns membros da banca. Chalita entende que um mestrando ou doutorando, que tenha estudado determinado assunto por um período de dois a quatro anos possua um conhecimento profundo do determinado assunto muito maior do que a banca, e que não possa ser duvidado de sua sabedoria por algum membro da banca de avaliação. Baseando-se na opinião de Chalita podemos transpor a um curso de graduação onde o professor tem dois meses para preparar uma prova (com avaliações bimestrais), podendo consultar provas anteriores, anotações e livros, ao passo que o aluno só terá uma hora para responder a mesma prova sem direito a consulta. E ainda devera responder tal qual o professor ensinou. Não devendo, por exemplo, responder em uma prova que um dividido por dois é igual a seno de 30 ou que dois mais dois é igual a raiz
quadrada de dezesseis. Há professores que não compreendem igualdades, que seis e a meia dúzia representam um mesmo valor quantitativo.
Encaminhado ao Jornal Metropolitano
Natal - Parnamirim/RN ─ 28/07/2013 Roberto Cardoso (Maracajá) 023.1461.13 CMEC - Cadastro Municipal de Entidades Culturais