A PORTA DA DESESPERANÇA
Prólogo
A Agência O Globo – terça-feira, 22 de setembro de 2015 – publicou a seguinte notícia:
“A unidade II Guaianases da Fundação Casa, na Zona Leste da capital, teve a segunda fuga de menores infratores em menos de uma semana. Na noite desta segunda-feira, por volta das 23h, 33 dos 49 adolescentes fugiram após um tumulto. Quatro funcionários ficaram feridos. Até o início da manhã desta terça-feira, nenhum menor havia sido capturado.”.
“A Polícia Militar faz buscas na região. Em um mês, 132 internos escaparam de cinco unidades da instituição na Grande São Paulo. Deste total, apenas 32 foram recapturados, segundo levantamento feito pela TV Globo.”.
CONVERSANDO COM UM ALBERGADO
Há algum tempo perguntei a um albergado ("Zé do braço torto"): Como você entende os assassinatos dos albergados e antigos companheiros de infortúnio e miséria humana?
A RESPOSTA DE UM DESESPERANÇADO
“Entendo como se fosse um retrocesso social. A barbárie não condiz com a civilização contemporânea. Nós assaltantes, ladrões, estupradores, falsários, homicidas etc. somos tão vítimas quanto toda a sociedade desorganizada. Digo desorganizada porque não consegue ao menos cumprir suas próprias normas, não é capaz de respeitar o princípio basilar constitucional.”.
"Enfim, entendo que, nós albergados estamos sendo assassinados pela falta de uma política social e de segurança pública séria do Estado, pela ineficácia das leis, pela incompetência e desinteresse funcional do legislativo, pela sociedade que não suporta mais tanta bandalheira, impunidade e descaso dos que podem fazer algo e não fazem nada.".
CONCLUSÃO
Não. Não quero acreditar que estão facilitando a fuga dos menores em conflito com as leis. Todavia, do mesmo modo que estão executando os albergados... farão o mesmo com os de menoridade fujões (agentes da exasperação). Toda a sociedade acompanhou pela mídia o que aconteceu na noite de 13 de agosto de 2015.
CHACINA EM SÃO PAULO
Por volta das 23 horas da noite, em 13/08/2015, assassinatos em série deixaram 19 mortos e seis feridos em menos de três horas na Grande São Paulo, nas cidades de Osasco e Barueri. A Secretaria de Segurança não descarta o envolvimento de policiais na chacina.
NÃO ENTENDO COMO CERTO, mas, é chegado o momento em que a sociedade se alia ao poder estatal, pela força da vingança privada, para, de forma corajosa, participar com alegria nos corações e sorrisos nos lábios da temporada de “caça aos pombos”.
A vingança privada não é o melhor caminho. Há muito tempo constituía uma reação natural e instintiva, por isso, foi apenas uma realidade sociológica, não uma instituição jurídica. Trata-se de uma barbárie que vai de encontro, isto é, na contramão, pela inexistência de um limite (falta de proporcionalidade) no revide à agressão.
A ausência do Poder Estatal está acontecendo na “casa da mãe Joana” (Brasil) que, por desídia, mormente do Poder Legislativo, faz crescer a desordem. Minha santa vovó Josefa da Conceição (Que Deus a tenha) já dizia nos idos de 1964: “Em casa que não tem homem mulher veste calção e chuteiras para cantar de galo” (SIC).