Motim na Roberto Freire (Parte 3)

(A participação da mulher)

Por volta de 1875 aconteceu em Mossoró/RN um motim de mulheres, também conhecido como Guerra das Mulheres, o grupo revoltou-se porque não concordavam que seus filhos e maridos tivessem que se alistar no Exército. Invadiram as juntas de alistamento armadas com utensílios de cozinha (Eduardo Bueno).

Hoje as mulheres já não precisam mais invadir quartéis, elas já estão do lado de dentro. E nos quartéis da Batalha na Avenida Roberto Freire estão armadas de papel e caneta na mão, municiadas por um conhecimento empírico negligenciado pelas elites detentoras do conhecimento, como se tivessem um poder adquirido.

As mulheres tem o conhecimento das bruxas como herança disse Gramsci, político e escritor italiano (1891-1937). E agora se for preciso mobilizar a tropa, as mulheres não usam mais cornetas, tem o megafone como instrumento, onde ao invés de toques de comando declamam palavras de ordem, conduzindo o grupamento de um lado para o outro, de acordo com as suas estratégias. "Se a Direção fecha o estacionamento do estudante, o estudante fecha o estacionamento da Direção" disse Daniella Araújo, a motociclista do seridó durante a manifestação, replicando em redes sociais.

Hoje com a maior participação da mulher no mercado de trabalho, desde a faculdade elas já tomam iniciativas próprias, e as atuais manifestações internas no quartel holandês, contra situações impostas, são movimentos liderados por mulheres, uma mudança no comportamento social da historia e da avenida (Conflitos de gênero na Batalha da Roberto Freire. Jornal de HOJE 20/08/12, Natal/RN). Articulam-se por redes sociais. Recrutam, selecionam quem será convocado/convidado e treinam falas com palavras de ordem, uma verdadeira gestão de RH. Munidas de megafone, papel e canetas hidrográficas aplicam estratégias de marketing (Marketing de guerra na Batalha da Roberto Freire. Jornal de HOJE 23/08/12, Natal/RN). O conhecimento se da pela pratica de atividades. Enquanto possam ser taxadas de baderneiras e outros adjetivos estão pondo em pratica uma gestão de pessoas, com um objetivo: a qualidade educacional e institucional.

No transito sobre duas rodas existem motocliclistas e motoqueiros afirmam aqueles que tem a moto como paixão, além do prazer e da necessidade do uso da motocicleta nos deslocamentos. Dizem ainda que não se anda de motocicleta para ser livre, é justamente por serem livres que andam de moto, eles tem as duas rodas como uma extenção ou adaptação das duas pernas.

O RN tem alguns exemplos femininos que foram lideranças em suas épocas de juventude, articuladas na pena e no papel, como Auta de Souza (1876-1901) e Nísia Floresta (1810-1885). E uma jovem com raizes seridoenses e com um discurso bem articulado, com seu cavalo de aço vem liderando movimentos e mudanças no grupo holandes.

As pegadas deixadas como marcas no tempo não foram feitas por quem ficou sentado.

FMN

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 27/09/2013 Roberto Cardoso (Maracajá)

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 19/09/2015
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