Refletindo a base do filme As Sessões.

Este material cenográfico trás em sua temporalidade o tema central pelo qual vem sendo debatido - de forma ainda muito ''tímida'' - na atualidade. O filme nos mostra a ousadia de um deficiente que com todos seus conflitos internos e externos, assim como as barreiras físicas e ideológicas. Corajosamente ele sai em busca de algo que lhe era desconhecido: a capacidade de amar e ser amado, a capacidade de fazer sexo no seu sentido mais profano e romântico.

A grande problemática dessa descoberta, situa-se no universo dos conceitos culturalmente constituído e concebido apartir de normas de padrão de normatização, tudo que não se enquadra dentro dela é anormal e desconsiderado é tido como incapaz de fazer parte da normalidade. E essa visão gera estigma – negativação do ser apartir da sua anormalidade – e a internalização deste estigma gera o preconceito – que é um prejulgamento daquilo que se ver no externo desconsiderando o interno – que tende a normalizar o anormal ou a eliminá-lo. Como nos normalizar?

Sexo e o sentir prazer, para além de ser vida e ser inerente ao ser vivo racional e irracional. É uma das formas de ser e existir no mundo, é também uma forma – e no nosso caso deficiente – de nos incluir neste mundo do qual pertencemos e fazemos parte. É de igual modo, gritarmos: também tenho direito de viver, sentir e ser sentido – amar e ser amado – por mais diferente que sejamos.

Mas para isso, temos que ter a ousadia que Mark O'Brien (John Hawkes) teve e, quebrarmos em nós mesmos as barreiras que nos impede de mostrarmos que somos gente que respiramos o ar do desejo. Temos que sair da superproteção da família e assumirmos nossas condições humana e gritar EU QUERO SEXO ou EU QUERO FAZER AMOR. Mas temos que ter consciência de que vamos enfrentar o desafio de fazer sermos visto e aceito como deficiente e que queremos ser amado como somos.

A família é o nosso obstáculo mais doloroso. Pois já nos cristalizaram nas suas psiques sob o preceito ideológico, todo um conceito de que temos que ser preservados para uma vida santa e incapaz de expressamos nossos desejos carnais por uma mulher ou homem, sendo deficiente ou normal. Então que quebramos estes tabus, que neste tempo propicio em que a liberdade de existir na sociedade assim como nossos irmãos de lutas os homossexuais, que também sofrem com preconceito.

E tendo essa ousadia de O’Briem de enfrentar tudo para me libertar, pois a ideia deste texto é para que nos ajudemos uns aos outros.Concordando ou não concordando respeitosamente com os pontos de vistas dos que os leem. Mas de nos dar a liberdade de gritarmos: SOU DEFICIENTE SIM – CADEIRANTE OU NÃO - MAS SABEMOS AMAR E FAZER SEXO.

Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.

Joabe o poeta
Enviado por Joabe o poeta em 12/08/2015
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