PONTO DE VISTA.
É de se estranhar, pra falar o mínimo, o "furo" de entrevista veículado ontem no JN, da advogada criminalista Beatriz Catta Preta. Essa é uma opinião minha.
Sempre digo que devemos ouvir de tudo com um belo filtro crítico, ainda mais quando a notícia brota das mídias de massa. Costumo brincar que toda história tem três lados: a de quem conta, sobre de quem é contado e a de Deus, que onipresente que é, vê tudo e todas as coisas. Mas se você não crê, não tem problema, os três lados permanecem os mesmos.
Fiquei estupefato com as declarações da causídica, mas procurei não lhe conceder 100% de credibilidade assim...de cara. Não duvido das suas alegações, tampouco acredito. Só digo que tudo deve ser investigado, antes de atirarmos as pedras para todos os lados. De minha parte, desejo que tudo de bom aconteça com ela, afinal, quando um advogado resolve atuar na área criminal, sabe que sua carreira não será das mais tranquilas.
O editorial do site migalhas comentou o assunto do dia e, em partes, concordei com aquela posição. No meu e-mail recebido o assunto começa com uma citação do grande Rui Barbosa, fazendo menção à questão da coragem ou não de matar ou morrer, a seguir vem a notícia e logo prossegue com a nota do editorial, que transcrevo aqui na íntegra. Leiam com atenção, sobretudo, em especial aos meu colegas formandos, comecem a perceber as notícias com um ouvido crítico e um olhar apurado, antes de tomar posição. Recomendo-vos um filme despretensioso, mas muito interessante acerca do que estamos tratando. Chama-se "Ponto de Vista" com Forest Whitaker e Dennis Quaid. Resumo da ópera: a partir da perspectiva de diversos presentes no local antes e depois dos fatos é que se pode chegar à verdade sobre o ocorrido.
"De coragem a coragem, entre a de morrer e a de matar, qual será, senhores, a coragem humana ? A coragem de matar é a do bruto, a do louco, a do criminoso. A coragem de morrer é a do soldado, mas é também a do missionário, a do juiz, a do advogado."
Fim da linha
Voltando de férias em Miami, Beatriz Catta Preta revela em entrevista ao eficiente jornalista César Tralli, divulgada no JN, que encerrou a carreira de advogada. "Eu fechei o escritório." A razão ? Está se sentindo ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras.
Editorial
Quer dizer que a advogada se sentiu "veladamente" ameaçada, insinua que as ameaças teriam vindo de parlamentares, e por conta disso abandona a carreira ? Faz, então, muito bem. E faz bem à advocacia. A indumentária do causídico não é para pusilânimes ou ignavos. A advocacia, a magistratura, o parquet, a polícia, e por que não dizer os jornalistas, todos têm fartas histórias para contar sobre isso. Todavia, bravatas cifradas (seja lá o que for isso) não podem servir de justificativa para ninguém desistir de nada, ainda mais de um sacerdócio. Sim, sacerdócio, porque é isso que é a advocacia. Defender uma pessoa, ainda mais num processo criminal, é das coisas mais nobres e honrosas que podem existir. Imagine, leitor, se o juiz Moro, se os jovens procuradores da República, se os policiais, resolvessem agora desistir.... Ou alguém duvida que eles, diariamente, estão sofrendo pressões. Mas, ainda bem, não se acobardam. E isso porque o bacharel em Direito deve agir, sempre, com desassombro. Relembrando Pessoa, "navegar é preciso ; viver não é preciso".
Fonte: Migalhas
É de se estranhar, pra falar o mínimo, o "furo" de entrevista veículado ontem no JN, da advogada criminalista Beatriz Catta Preta. Essa é uma opinião minha.
Sempre digo que devemos ouvir de tudo com um belo filtro crítico, ainda mais quando a notícia brota das mídias de massa. Costumo brincar que toda história tem três lados: a de quem conta, sobre de quem é contado e a de Deus, que onipresente que é, vê tudo e todas as coisas. Mas se você não crê, não tem problema, os três lados permanecem os mesmos.
Fiquei estupefato com as declarações da causídica, mas procurei não lhe conceder 100% de credibilidade assim...de cara. Não duvido das suas alegações, tampouco acredito. Só digo que tudo deve ser investigado, antes de atirarmos as pedras para todos os lados. De minha parte, desejo que tudo de bom aconteça com ela, afinal, quando um advogado resolve atuar na área criminal, sabe que sua carreira não será das mais tranquilas.
O editorial do site migalhas comentou o assunto do dia e, em partes, concordei com aquela posição. No meu e-mail recebido o assunto começa com uma citação do grande Rui Barbosa, fazendo menção à questão da coragem ou não de matar ou morrer, a seguir vem a notícia e logo prossegue com a nota do editorial, que transcrevo aqui na íntegra. Leiam com atenção, sobretudo, em especial aos meu colegas formandos, comecem a perceber as notícias com um ouvido crítico e um olhar apurado, antes de tomar posição. Recomendo-vos um filme despretensioso, mas muito interessante acerca do que estamos tratando. Chama-se "Ponto de Vista" com Forest Whitaker e Dennis Quaid. Resumo da ópera: a partir da perspectiva de diversos presentes no local antes e depois dos fatos é que se pode chegar à verdade sobre o ocorrido.
"De coragem a coragem, entre a de morrer e a de matar, qual será, senhores, a coragem humana ? A coragem de matar é a do bruto, a do louco, a do criminoso. A coragem de morrer é a do soldado, mas é também a do missionário, a do juiz, a do advogado."
Fim da linha
Voltando de férias em Miami, Beatriz Catta Preta revela em entrevista ao eficiente jornalista César Tralli, divulgada no JN, que encerrou a carreira de advogada. "Eu fechei o escritório." A razão ? Está se sentindo ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras.
Editorial
Quer dizer que a advogada se sentiu "veladamente" ameaçada, insinua que as ameaças teriam vindo de parlamentares, e por conta disso abandona a carreira ? Faz, então, muito bem. E faz bem à advocacia. A indumentária do causídico não é para pusilânimes ou ignavos. A advocacia, a magistratura, o parquet, a polícia, e por que não dizer os jornalistas, todos têm fartas histórias para contar sobre isso. Todavia, bravatas cifradas (seja lá o que for isso) não podem servir de justificativa para ninguém desistir de nada, ainda mais de um sacerdócio. Sim, sacerdócio, porque é isso que é a advocacia. Defender uma pessoa, ainda mais num processo criminal, é das coisas mais nobres e honrosas que podem existir. Imagine, leitor, se o juiz Moro, se os jovens procuradores da República, se os policiais, resolvessem agora desistir.... Ou alguém duvida que eles, diariamente, estão sofrendo pressões. Mas, ainda bem, não se acobardam. E isso porque o bacharel em Direito deve agir, sempre, com desassombro. Relembrando Pessoa, "navegar é preciso ; viver não é preciso".
Fonte: Migalhas