LADRÕES QUE ROUBAM PEDRAS

LADRÕES QUE ROUBAM PEDRAS

Por Marcos Figueiredo.

Ribeirão das Neves é uma cidade engraçada. Aqui tem de tudo. De bom e de ruim. Bem próximo à prefeitura há um hospital onde não tem médicos. Ao lado do Hospital um promitente empreendedor instalou uma providencial funerária que sua visão futurista foi além. Ou ao além. Lá não tem defuntos.

No outro lado da funerária há um cemitério que não tem funerária… Que fica ao lado de um presídio que tem muitos presos, mas onde quem deveria estar lá, está solto.

O presídio onde quem deveria estar lá, está solto, fica no outro lado do cemitério que não tem funerária, que fica do outro lado do hospital que não tem médicos e fica no mesmo lado da prefeitura que não tem prefeito. Lado a lado, prefeitura e presídio. Matriz e filial.

Tão pertinho o cemitério que não tem funerária e a prefeitura que não tem prefeito, que o defunto do hospital que não tem médicos não precisaria de cortejo. Daria para ir a pé não fosse um problema ou uma pedra no caminho. É que a terra do pé junto inaugurada por Odorico que calça, é servida por uma avenida de asfalto e terra… Não é de pedra! Aleluia!

Asfalto ou assalto? Asfaltaram e assaltaram o cidadão. Mãos aos alto. Vote!

- Isto é um assalto. Passe todo o asfalto.

Tão pertinho o presídio que também da prefeitura daria para ir à pé, a prefeita que ladra e os lobos que uivam. Perfeita a prefeita. Quê ladra.

E tanto faz de frente ou de costas se chega ao presídio da mesma forma. As muralhas de pedras das masmorras ansiosamente a aguardam. Logo ela que passou parte da vida roubando as nossas pedras. Quem com pedra fere, com pedra será conferido.

Estranho é que a Avenida dos assaltantes que é asfaltada e de terra, não é de pedra (novamente Aleluia!) Lá onde muita gente já foi assaltada não começa (ou termina) no asfalto da outra avenida onde fica o presídio, o hospital e a prefeitura da prefeita perfeita, quê ladra.

Entre o asfalto da avenida que leva ao cemitério, há uma avenida de terra, que não dá para passar a pé por causa delas… as pedras. De carro que leva o defunto que não foi à pé e que não vai levar o pai de família e o pão seu de cada dia, também leva o infeliz que não tem pão para outra avenida asfaltada que também não é de pedra. Esquisito!

Não entendeu? Também não! Isto só pode ser estratégia do Odorico para enganar os mortos, aliás, ele é melhor enganando os vivos, pois os saídos do hospital morreram… Desenganados.

A arte macabra de enganar um dia passará e ele deixará de fazer parte do grupo de asfaltantes, que assaltam o povo. Chegará o dia em que deixará de ser asfaltante… Mas continuará sendo o eterno assaltante… O chefe dos assaltantes do grupo dos que asfaltaram e assaltaram. Os que não asfaltaram,mas assaltaram e mudaram a tática de asfaltar para assaltar.

Realmente mudaram a tática, mas continuam assaltando sem asfaltar. Agora eles calçam. (Acabaram-se os meu trocadilhos).

Não sei se, em editoriais, assaltantes que roubam calçamentos combinam, mas o assaltante que antes asfaltava também calça e veste calça e assim continua calçando e roubando… A cueca do povo sem abaixar a calça enquanto aumenta o preço dos calçamentos.

Só em Ribeirão das Neves o assaltante que calça, agora não rouba asfalto, rouba pedras, sem abaixar o que calça. As nossas ruas permanecem nuas… Os granitos viraram pedras nos uísques…

Ou viraram uísques, fazendas no Mato Grosso e caminhões, as nossas pedras?

Cada um que carregue a sua pedra, mas hoje eu não tenho pedras para carregar. O assaltante que não asfaltou e mudou a tática e calçou, me roubou as pedras e minha cueca sem abaixar os calçamentos. Deixou-nos nus, (nos nus?): Nós e nossas ruas. Nuas!

Mas deixemos de lado estes assuntos e falemos de coisas alegres…Não vamos ficar chorando as pedras roubadas.

Em geral, as cidades do interior têm uma praça. Na praça costuma haver uma igreja. Em Ribeirão das Neves tem mais. Aqui tem uma praça que tem duas igrejas e de gruja outro presídio.

Você decide onde pagar a penitência. Se pela justiça de Deus, melhor ir à missa…ao culto, mas se a justiça for a dos homens, os assaltantes que hoje calçam podem ficar tranquilos. Vagas não faltarão. Aliás, não entendemos porque numa cidade que tem assaltantes que hoje asfaltam, calçam e assaltam, ainda não foram dormir na pedra da cadeia da praça.

Novamente deixemos de lado as chorumelas e voltemos ao Odorico.

Ribeirão das Neves tem rotatória em rua reta. A rotatória fica ao lado de um posto de emergência. E o cara roda...roda e para evitar rodeios, depois de tanto rodar na rotatória, chega futuro presunto. Lhe aproxima outro cara com cara de marceneiro, roda a roda da sorte. Roda a roda da morte. Lhe dá uma fichinha verde. Cara de pau!

O quase defunto amarelo, a ficha verde guarda e aguarda… E aguarda… E aguarda. Xiiiiii o cara piorou… Troquem a ficha! Troquem a ficha! A ficha não caiu. Caiu o cara. O cara amarelo ficou ficou verde.

E trocam a ficha verde por uma laranja que o quase defunto novamente guarda e aguarda… E aguarda… E aguarda…duas horas e a ficha que era verde e agora laranja, mudou para vermelha. O cara novamente cai. Caraíiii! Cai estrebuchando… De dor… De infarto… De paletó abotoado… De descaso… De Odorico que calçou e roubou.

A família do pobre o tira dali… Devolve a ficha verde… Devolve a laranja, a vermelha, mas a banana que lhe deram jamais será devolvida...devolVIDA? E Levam o “desinfeliz” para outra pocilga.

Foi tarde. Foi para a terra do pé junto. Vai passar pela avenida dos assaltantes… Dos que asfaltaram e assaltaram, mas que mudaram a tática e hoje calçam e nos roubam as pedras que calçam e também as nossas cuecas sem abaixar as calças.

E volta a família com cara de sofrimento para indagar ao cara de marceneiro que roda a roda da morte. Que é lacaio do assaltante que calça e rouba a calça.

E perguntam: Porquê de tanto descaso? – Não tenho tempo para explicar… Tenho que calçar… Tenho que roubar… Tenho que asfaltar… Tenho que roubar, mas posso explicar: É que o quase defunto estava com tanta pressa que não quis esperar. Ô povinho apressado...Tem pressa até para morrer...

Ribeirão das Neves é uma cidade muito engraçada.

- O próximooooo!

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Marcos Figueiredo é administrador do grupo Neves na mídia.

Eber Emanoel e Marcos Nevesnews
Enviado por Eber Emanoel em 27/07/2015
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