A Geração Punheta.
VIVEMOS EM UMA SOCIEDADE SEXUALIZADA, mas altamente deserotizada. O homem moderno, e agora a mulher, infla seu mundo de sexo para ver, se algum momento, tem a sua erotização resgata. Claro, o homem moderno vive para trabalhar: acordar cedo, passa o dia enlatado no seu ambiente de trabalho e à noite passa a dormir ou ficar acordado com a sua insônia derivada do estresse. Não vive, não cheira, não sente o gosto da comida. A meta é só ganhar dinheiro como se ele fosse algo que a gente levasse para o cemitério. E a nossa juventude? Pior! Vive entediada com vídeo games, seriados e quarto. É a geração punheta.
Somos atados à interesses materiais que vão além de qualquer necessidade natural do ser humano, como viver. Nosso lazer passa a ser mais chato do que a rotina entediante de trabalho que, muitas vezes, é guiada por uma vontade que não é proporcional ao que se gosta de fazer, pois o que se quer é ganhar dinheiro.
A Filosofia e a Psicologia tratam o ócio como sendo algo positivo e algo que põe o ser humano no campo do pensamento. Quando se casa, o ócio passa a desaparecer, dando lugar às obrigações que estão vívidas no Eterno Retorno, de Nietzsche.
A sociedade passou a ser feliz através do Rivotril e da Fluoxetina. As farmácias estão lucrando muito com psicotrópicos que revestem o ser humano em um prazer artificial. Fazer sexo passou a ser rotina ou algo do cotidiano: come um hambúrguer e faz um sexo, solta um pum e faz um sexo, toma uma Coca-Cola e faz um sexo. E, o pior: o homem moderno, e agora a mulher também, faz sexo para quebrar a rotina, e não por puro prazer prolongado.
Esse processo de escravização do trabalho é histórico: a transição da era agrícola para a era industrial. Para se fabricar uma mesa, por exemplo, na era agrícola, o modo de produção era o modo artesanal. Então, as fábricas vieram substituir o trabalho do artesão. Essa transição desvinculou o homem de seu modo de viver naturalmente.
Nosso avós dizem que o trabalho dignifica o homem. Não necessariamente. O trabalho dignifica quando passamos a vê-lo como algo que esteja ligado não apenas a nossa felicidade, mas o nosso dom de trabalhar no que realmente nos dá prazer. Quando entrevistamos os alunos que estão entrando na Universidade, notamos que a maioria faz o curso porque quer, simplesmente, ganhar dinheiro. Isso é, na maioria das vezes, culpa da família que introduz isso como sendo o escudo ou o brasão familiar tradicional e cristão.