Eustáquio, o retorno!
Já bem antes do episódio do GRANDE BAILE (http://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/5211627) sua atuação se motivou na incidência de um semáforo avariado em esquina movimentada de SAMPA, o solidário Eustáquio já havia dado demonstrações de sua coerente e solidária vida, literalmente ‘enchendo o balde’ de pessoas dadas a execuções de atos ditas politicamente corretas!
Após ler com muita atenção o livro de autoajuda intitulado SEU BALDE ESTÁ CHEIO? , onde um dos ensinamentos que mais lhe marcou foi aquele que rezou que devemos SEMPRE elogiar os trabalhos, por mais humildes que sejam que são realizados pelas pessoas, sendo que tal atitude inevitavelmente fará com que seu (s) executor (es) sinta-se enaltecido em seu labor e SEMPRE procure dar o de melhor em suas realizações!
Um contraponto seria haver sempre censura, o que desmotivaria SEMPRE mais e mais o executor.
Obviamente Eustáquio captou que se lhe fosse oferecido um serviço de péssima qualidade não haveria como sair elogiando o autor do malfeito, o que o motivaria SEMPRE realizar péssimos trabalhos. Todavia, não poderia achincalhar violentamente o inábil e sim, utilizar um paliativo civilizado para que o fizesse ver que sua atuação não foi realizada a contento.
Aos poucos, foi percebendo que muitos setores que oferecem serviços à população o fazem com qualidade que nem sempre agradam aos que deles necessitam. Em paralelo, percebeu que significativa parcela destes serviços é oferecida pelos setores públicos, que não apresentam uma qualidade não condizente com o esperado. E não necessariamente à infraestrutura que é colocada à disposição do servidor para um ao menos razoável atendimento, como via de regra vemos como desculpa para esta ocorrência, é o que justifica tão mau atendimento. O que recebemos é uma impessoalidade total, que contempla falta de vontade, desrespeito e até desconhecimento e falta de habilidade na execução/informação, o que inevitavelmente recai em um péssimo retorno do solicitado.
Enfatiza Eustáquio que em absoluto esta péssima qualidade dos serviços é exclusiva dos setores públicos, no entanto, sem qualquer sombra de dúvida, em matéria de melhor qualidade não há termo de comparação com o setor privado, podendo-se a isso creditar o fato de alguns servidores públicos sentirem-se intocáveis em virtude da estabilidade que possuem, sentindo-se por vezes, como verdadeiros senhores feudais, os donos do pedaço!
Diante deste quadro, Eustáquio também percebeu que alguns, pura e simplesmente, executam aquilo que lhes é devido e os classifica como eficientes. Por outro lado, alguns extrapolam um pouco, acrescentando algo mais a este seu atendimento, e os classifica como excelentes.
Em sua linha adotada ao enaltecimento, que absorveu em sua leitura, Eustáquio mesmo quando recebe serviços no qual sob a visão de muitos, o encarregado em fazê-lo não fez mais do que sua obrigação, ‘enche o balde’ do executante e já teve oportunidade de em ocasiões posteriores presenciar daquele por ele ‘agraciado’, atuações que puderam ser enquadrados na excelência. Mais uma vez, cabe ressaltar que o trabalho não foi executado diretamente para ele, o que poderia soar como apenas troca de favores, tais como, você me elogia e eu lhe atendo bem!
Convém também citar, a guisa de um entendimento mais completo acerca do ‘modus operandi’ seguido pelo Eustáquio, que ele é frontalmente contrário ao fato da obrigatoriedade adotada por alguns, no sentido de sentir-se obrigado ressarcirem a aquele que lhe prestou apenas um bom serviço, um serviço eficiente ou ainda, excelente, sem o menor intuito de receber algo em troca.
Segundo sua forma de encarar solidariedade, o bem que um bom trabalho que se faz a alguém, já fica devidamente pago pelo que acresceu a outrem e nada melhor do que o tempo para se encarregar de providenciar um possível retorno em caso de necessidade daquele que lhe acudiu previamente.
Extrapolando, Eustáquio quando recebe alguma prestação de serviço ou outro tipo de auxilio, percebendo que foi extrapolado o simples ato da prestação natural, por vezes não se atem ao formal agradecimento e providencia a ‘enchida do balde’ de quem o acudiu naquele momento de precisão e esporadicamente presenteia o executor com mimos que a seu ver, demonstram sua gratidão!
Em certa ocasião, ao tentar obter um simples café em uma máquina eletrônica que oferece esta iguaria, atrapalhou-se ao retirar o copinho já com conteúdo, deixou cair, literalmente sujando todo o ambiente. Extremamente ruborizado, dirigiu-se a uma impessoal atendente do local informando-a acerca do ocorrido. Impessoalmente, a atendente disse-lhe que deveria prestar mais atenção e fosse mais cuidadoso quando fosse utilizar novamente. Chamou um rapaz, que fazia às vezes de ‘faz tudo’ no local para que procedesse a limpeza.
O rapaz imediatamente muniu-se de um balde com água, panos de limpar chão, rodo e decorridos apenas alguns minutos, de forma muito eficiente, deixou o ambiente mais asseado do que antes aparentava estar. Eustáquio, que acompanhou de perto toda a operação/limpeza, um tanto quanto ressabiado agradeceu e como resposta ouviu do executor uma fala de preocupação se ele não havia se sujado ou queimado, acrescentando que tal coisa acontece e que ele não havia sido o primeiro a enfrentar tal constrangimento e que ele mesmo já havia falado com o setor de manutenção da máquina com o fito de verificar se não havia algum problema enfrentado pelos usuários no momento de retirar o copinho da máquina, tal como um enrosco ou coisa semelhante e que ele não deveria se inibir se tal coisa ocorresse novamente e que, estando presente e disponível e devidamente autorizado por sua ‘chefa (indicou com um gesto de cabeça em direção à impessoal atendente...) não se furtaria em atender prontamente e que estava ali para isso!
Sorrindo, Eustáquio agradeceu e disse que faria de tudo para evitar tal constrangimento novamente!
Decorridos alguns meses, Eustáquio teve de retonar ao local para realizar novo trabalho, serviu-se de um café na mesma máquina, o que ocorreu desta feita sem maiores atropelos e teve oportunidade em oferecer um pequeno mimo àquele que anteriormente o havia atendido de forma tão cordial, mesmo não fazendo mais do que sua obrigação, porém para ele, que atingiu o patamar da excelência. E, talvez pela impessoalidade ou uma sua negligência, nem ficou soube o nome do agraciado e nem também se apresentou!
Má educação ou simples impessoalidade do Eustáquio?