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CASO BAILARINA: CHICANAS VERGONHOSAS
CASO BAILARINA: CHICANAS VERGONHOSAS
Deu-se numa noite quase imemorial, longe do dia de hoje, por isso se faz necessário historiar o caso. O assassinato da linda bailarina Renata, de apenas 19 anos, foi numa longínqua e fatídica madrugada de dezembro de 1993.
De férias, jovens de classe média, em dois carros, velejavam em seus veículos pela requintada Beira-Mar, zona nobre de Fortaleza, logradouro onde os riquinhos da terra costumam exibir seus carrões importados.
Num cruzamento, de repente, freadas bruscas dos dois carros e, felizmente, nenhum arranhão em ninguém. Troca de palavras pouco corteses, amabilidades azedas entre os guiadores, porém a vida seguiu em frente.
Pelo que anunciou a imprensa, àquela época, o automóvel dirigido pelo universitário Wladimir Porto, cearense cursando Geografia no Distrito Federal, quarteirões adiante alcança o jipe em que a bailarina Renata Braga, ao lado de irmãos e de amigos, voltava para casa.
Como um celerado, Wladimir, vendo o veículo do guiador desafeto, puxa de uma arma e dispara na direção do jipe. Foi um tiro certeiro e fatal bem num olho da linda e jovem Renata, já com futuro promissor e residindo no Rio de Janeiro.
De boas gentes, o assassino só poderia ter uma das melhores bancas advocatícias do Estado para defendê-lo. E foi o que aconteceu. Nove, e apenas nove meses de reclusão, penso que após o seu julgamento, teve o assassino.
Um julgamento muito esperado pela sociedade fortalezense, tal fora a repercussão do fato, envolvendo um rapazelho mimado, pertencente às boas elites alencarinas.
Penalidade aplicada, no primeiro julgamento: sete magérrimos anos de reclusão. A defesa apela, consegue anulação e é marcado um segundo julgamento. Resultado, no placar da impunidade: absorvido o acusado. Livre e lépido, ele fica a esgaravatar os dentes.
Em Brasília, dizem, o Wladimir meteu-se a cursar Direito, onde, quem sabe, também poderia aplicar chicanas como as que pelas quais já fora beneficiado.
A família de Renata também apela contra o malfado segundo julgamento e obtém o “direito” (?) a um terceiro julgamento.
Pois esse terceiro, e quiçá ainda não seja o último, aconteceu ontem, neste 1º de junho. O placar, no Tribunal, foi reclusão, em regime fechado, de 12 anos e seis meses para Wladimir redimir-se do seu estúpido crime.
A toda poderosa defesa de Wladimir já recorreu, em cima das buchas, ontem mesmo. Quer anular a sentença, pois certamente acha um absurdo essa pena imposta ao seu injustiçado cliente.
Pela tevê, bonita, acertada e patética, e eu vi e ouvi, todos assistiram a tal comovido apelo, foi esta declaração de dona Oneide, mãe da infelicitada Renata: “- Quem devia ter-se sentado ao lado do Wladimir, como réu, pela demora e a impunidade de nos fazer esperar durante 22 anos, era o Poder Judiciário!”
Assino embaixo, dona Oneide. A senhora é uma heroína pela sua brava resistência contra a impunidade da sra. Justiça, neste País.
De férias, jovens de classe média, em dois carros, velejavam em seus veículos pela requintada Beira-Mar, zona nobre de Fortaleza, logradouro onde os riquinhos da terra costumam exibir seus carrões importados.
Num cruzamento, de repente, freadas bruscas dos dois carros e, felizmente, nenhum arranhão em ninguém. Troca de palavras pouco corteses, amabilidades azedas entre os guiadores, porém a vida seguiu em frente.
Pelo que anunciou a imprensa, àquela época, o automóvel dirigido pelo universitário Wladimir Porto, cearense cursando Geografia no Distrito Federal, quarteirões adiante alcança o jipe em que a bailarina Renata Braga, ao lado de irmãos e de amigos, voltava para casa.
Como um celerado, Wladimir, vendo o veículo do guiador desafeto, puxa de uma arma e dispara na direção do jipe. Foi um tiro certeiro e fatal bem num olho da linda e jovem Renata, já com futuro promissor e residindo no Rio de Janeiro.
De boas gentes, o assassino só poderia ter uma das melhores bancas advocatícias do Estado para defendê-lo. E foi o que aconteceu. Nove, e apenas nove meses de reclusão, penso que após o seu julgamento, teve o assassino.
Um julgamento muito esperado pela sociedade fortalezense, tal fora a repercussão do fato, envolvendo um rapazelho mimado, pertencente às boas elites alencarinas.
Penalidade aplicada, no primeiro julgamento: sete magérrimos anos de reclusão. A defesa apela, consegue anulação e é marcado um segundo julgamento. Resultado, no placar da impunidade: absorvido o acusado. Livre e lépido, ele fica a esgaravatar os dentes.
Em Brasília, dizem, o Wladimir meteu-se a cursar Direito, onde, quem sabe, também poderia aplicar chicanas como as que pelas quais já fora beneficiado.
A família de Renata também apela contra o malfado segundo julgamento e obtém o “direito” (?) a um terceiro julgamento.
Pois esse terceiro, e quiçá ainda não seja o último, aconteceu ontem, neste 1º de junho. O placar, no Tribunal, foi reclusão, em regime fechado, de 12 anos e seis meses para Wladimir redimir-se do seu estúpido crime.
A toda poderosa defesa de Wladimir já recorreu, em cima das buchas, ontem mesmo. Quer anular a sentença, pois certamente acha um absurdo essa pena imposta ao seu injustiçado cliente.
Pela tevê, bonita, acertada e patética, e eu vi e ouvi, todos assistiram a tal comovido apelo, foi esta declaração de dona Oneide, mãe da infelicitada Renata: “- Quem devia ter-se sentado ao lado do Wladimir, como réu, pela demora e a impunidade de nos fazer esperar durante 22 anos, era o Poder Judiciário!”
Assino embaixo, dona Oneide. A senhora é uma heroína pela sua brava resistência contra a impunidade da sra. Justiça, neste País.
Fort., 02/06/2015.