APRENDA A SE DEFENDER DO SISTEMA - Pt. I

Sou do tipo que mata a cobra e mostra o pau. Na postagem de ontem eu disse que deveríamos nos tornar o mais possível independentes do Sistema para nos safar da crise que vem por aí. Eis, em uma série especial, o que tenho a propor para se alcançar a tal condição.

Vão ser felizes, daqui para frente, aqueles que conseguem se tornar independentes do sistema. Essa independência, é claro, não pode se formar na base da força bruta ou da criminalização. Dessas formas se atrai para si, para sempre, perseguição e manutenção em vida clandestina, o que gera mendicância e fugas constantes, esquizofrenias e, sobretudo, dependência. Só não se consegue gerar felicidade. Atente-se para a questão da dependência. Em fuga passamos a depender de favores para nos mantermos livres e subsistentes. Temos, então, que conhecer e respeitar as leis, e, enfim, sermos bastante ardilosos e argumentativos. Veremos abaixo a fórmula. Os itens a serem rejeitados e a conscientização a ser tomada serão descritos já sugerindo a solução. Nesta postagem apresentaremos apenas o primeiro item.

A) Como ser autossustentável para se alimentar.

Todos nós precisamos comer. E satisfazemos essa necessidade recorrendo à instituição do trabalho, que nos garante meios de comprar alimentos. O emprego está nas mãos do Sistema. Mesmo o trabalhador autônomo depende do Sistema para exercer sua atividade. Os alimentos que consumimos são limitados a um número de hortifrutigranjeiros, carnes, cereais e uma gama de produtos alimentícios industriais, que não são nutritivos, mas têm grande influência na escolha das pessoas devido à natureza que se criou de se fazer escolhas baseando-se em campanhas publicitárias de indução ao consumo.

Na cultura anterior à do consumismo era comum nas residências se plantar verduras e legumes, criar porcos e aves, ter um pé de alguma fruta no quintal. Como nos lotes de 360m2 não dava para ter de tudo, nas comunidades se fazia trocas. As famílias buscavam no mercado apenas os cereais, a carne bovina e a pisciana, os produtos de higiene e de lavanderia.

Alguns dos projetos do governo atual, como o Água para Todos e o Agricultura Familiar, visam resgatar esses costumes. Até parece que o governo sabia o que vinha por aí e previa que os mais pobres iriam perder a tutela dele e precisariam conquistar o máximo de independência possível para satisfazer suas necessidades. Os que devem o substituir não vão querer olhar para o pobre, afinal, alguém precisa trabalhar para fazer o sistema funcionar. Alguém terá que levar a bandeja cheia de aperitivos para servir os que só vivem se for na mordomia. E adivinhe em quem eles estarão pensando.

A questão de se cultivar parte do alimento pode ficar ainda mais completa se sairmos da matriz que nos condiciona a pensar que o que pode nos alimentar são somente os itens que são encontrados na lista de produtos dos varejões. Porém, com o que se planta no limite do espaço e o realizado nas permutas na comunidade pode ser que não baste para se declarar devidamente alimentado.Assimilar novos hábitos alimentares, colocando na cesta vegetais ou carnes presentes em listas de cidades vivendo economia de guerra se faz preciso. Deixemos o orgulho e o nojo de lado e partimos para ingredientes exóticos. Há muita folha, por exemplo, cuja planta é fácil de pegar em qualquer solo e que não ocupam muito espaço, que oferecem notável potencial alimentício.

Tem umas que agradam bem até o sabor. Só não as popularizam ou falam que são alimentícias para não atrapalhar a venda das outras verduras e leguminosas. E também é possível encontrar muitas dessas pérolas até no meio da rua e com isso não se pagar para comer. Já notaram que a vaca nos dá o leite – que embora supérfluo, achamos ser importante – e para conseguir produzi-lo em suas tetas ela só come capim? Logo, o capim é nutritivo. E serve como comida para o homem também se ele deixar de lado seus preconceitos. E olha: a vaca come com uma boca boa!

Esse tipo de economia é combatida pela comissão que definiu o Codex Alimentarius. Nesse conjunto de regras de engenharia de alimentação humana os vegetais, tal qual Deus os fez, são marginalizados e tornados impróprios para o consumo. As sementes dos cancerígenos transgênicos da Monsanto, que se acha dona das gramíneas do mundo, um dia substituirão todo o verde do planeta se deixarmos. O adubo natural e os meios de proteção das lavouras serão o defensivo agrícola, como o agrotóxico Round Up.

A bancada do agronegócio no Congresso só espera que tiremos a Dilma do posto para entrar em ação e tomar do povo o direito de usufruir do planeta tal ele foi feito para ser usufruído. Deus, que fez tudo conforme a cultura judaico-cristão, nem é lembrado pelos próprios pastores da bancada evangélica do mesmo Congresso Nacional, pois esta bancada apoia os golpistas.

Mostrar a inutilidade dos alimentos industriais nem é preciso. Todos nós sabemos que os compramos pelo sabor. Pela química do sabor. Que nos custa a saúde. Ficar sem eles é diminuir a necessidade de outra coisa que precisaria-se tornar independente para adquirir quando se precisa suportar tempos de salários arrochados e de contas para pagar abusivas: os remédios. Os alimentos industriais, desde os voltados para a sustância até os voltados para a alimentação recreativa destroem nossos sistemas imunológicos e causam muitas das doenças que estão em voga. As principais delas são o câncer, o diabetes e o Alzheimer. Viver sem eles, logo, é mais do que se vir livre do Estado para satisfazer a necessidade de comida, é viver saudavelmente.

Uma vez independente para conquistar o direito de comer, através da agricultura e zootecnia de subsistência, restará pouco a consumir nos supermercados. Fica-se resumido quase apenas à compra de produtos de higiene. A tentação dos sorvetes, refrigerantes e biscoitos à base de gordura hidrogenada deverá ter levado à sério a penitência. Pelo menos até a ditadura comportamental dos indivíduos das classes menos abastadas de riqueza dizer para os donos do capitalismo que o bolo pode ser dividido com os pobres também e assim todos ganham. Sem ninguém tendo que fazer boicote ao produto de ninguém.