Com 12 anos de idade trabalhava numa sorveteria. Trabalhei por 2 semanas e fui chamado num escritório onde tinha "feito uma ficha". Lembro-me da minha preocupação em encontrar as palavras corretas para informar ao proprietário da sorveteria minha decisão. Lembro-me de pedir para o proprietário do escritório 1 semana de prazo para poder me desligar da sorveteria, pois como o proprietário de lá tinha me contratado (confiado em mim) eu não poderia simplesmente deixá-lo na mão de uma ora pra outra.
Por fim, numa fatídica tarde de sexta feira, eu com 12 anos de idade, chamei o patrão pois precisava conversar com ele em particular. Disse que apreciava ter trabalhado com ele, porém eu tinha sido chamado em um escritório onde cobiçava uma vaga a tempos. Disse mais, que estava disposto a cumprir minhas obrigações por mais uma semana até ele encontrar um substituto.
Nunca recebi as 2 semanas trabalhadas. Muito menos aquela semana a mais que trabalhei "cumprindo aviso", mas recordo-me de sair com a sensação de dever cumprido. Fui correto, não deixei quem me acolheu na mão.
Alguns anos mais tarde, trabalhava num escritório de contabilidade e aquele mesmo ex-patrão veio para nós como cliente. Tinha apenas uma exigência: que fosse eu quem cuidasse da contabilidade da empresa dele. Questionado por meu superior, ele disse que me via como um rapaz de responsabilidade. Não preciso nem dizer como meu conceito subiu no escritório.
Contei tudo isso, apenas para dizer que cada vez mais raro é encontrarmos pessoas com responsabilidade. Como um exemplo bem próximo, nas minhas empresas, a maioria das pessoas que começam a trabalhar simplesmente não aparecem mais depois de alguns dias, deixando-nos na mão sem aviso prévio. Conversando com amigos empresários, percebo o mesmo quadro. Poucos tem a coragem de olhar nos nos olhos do patrão e dizer: infelizmente não me adaptei.
Vivemos num mundo de superficialidades onde verdadeiras crianças crescidas lutam para chamar a atenção das outras a qualquer custo. Basta entrar no facebook para ver. Pessoas superficiais, compartilhando pseudo-sabedoria através de frases prontas supostamente ditas por outras pessoas consideradas notáveis ou até nem tanto assim. Compartilhando fotos, piadas e coisas que não agregam nada no nosso dia a dia. Postagens como "vou ao banheiro", ou então "agora chega, vou dormir". Parece até que acreditam que todos ficam acompanhando diariamente suas atitudes mais insignificantes. Crianças sem responsabilidade, que constroem relacionamentos baseados no "curtir" onde, se alguém desagrada, basta deletar do seu grupo de amigos.
No entanto, no mundo real precisamos lidar com as pessoas e ser responsáveis por nossas escolhas. Não podemos simplesmente ignorar quem nos cerca como se não existisse e nem as necessidades das empresas para as quais vamos oferecer nossos préstimos. O fato de ignorarmos alguém não vai fazê-la deixar de existir e precisamos aprender a lidar com isso.
Tudo isso está estimulando o aparecimento de pessoas superficiais, culturalmente falidas e imediatistas. Que se arrastam diariamente para seus empregos que odeiam para pagar o cartão de crédito. Enfim, pessoas superficiais que não tem a coragem de aproveitar as delícias do contato solitário consigo mesmas e não tem capacidade de silenciar/desligar a mente do turbilhão do dia a dia. Afirmam estar felizes, mas são apenas reflexo da moda ditada pelas mídias, sempre insatisfeitas, pois a moda muda e elas precisam acompanhar as tendências, ficando assim sem identidade.
Essas mesmas pessoas insatisfeitas, vivem uma vida de busca de estímulos externos para criar momentos felizes, mas esquecem de colocar nessa busca o encontro consigo mesmas. Seu imediatismo faz com que vivam um dia após o outro apenas desejando o que não tem e deixando de lado o que já tem, sem aproveitar e sem dar valor. Relacionamentos são construídos com base nesse padrão de comportamento e logo que o embate entre as duas crianças começa, ambas sem condições de entender o outro, pois nunca tomaram conhecimento dele como uma pessoa complexa que é, observam que talvez sua escolha não foi tão acertada assim e simplesmente escolhem o mais fácil, a separação.
Mas e quem consegue romper essa barreira? Faz o que? Nada. Apenas fica de fora da briga, com um sorriso contido nos lábios, pois a massa pode ser tudo, menos impotente. Dizem que em terra de cego quem tem um olho é rei, mas isso não é verdade. Quem tem um olho fecha pra não perder.
Por fim, numa fatídica tarde de sexta feira, eu com 12 anos de idade, chamei o patrão pois precisava conversar com ele em particular. Disse que apreciava ter trabalhado com ele, porém eu tinha sido chamado em um escritório onde cobiçava uma vaga a tempos. Disse mais, que estava disposto a cumprir minhas obrigações por mais uma semana até ele encontrar um substituto.
Nunca recebi as 2 semanas trabalhadas. Muito menos aquela semana a mais que trabalhei "cumprindo aviso", mas recordo-me de sair com a sensação de dever cumprido. Fui correto, não deixei quem me acolheu na mão.
Alguns anos mais tarde, trabalhava num escritório de contabilidade e aquele mesmo ex-patrão veio para nós como cliente. Tinha apenas uma exigência: que fosse eu quem cuidasse da contabilidade da empresa dele. Questionado por meu superior, ele disse que me via como um rapaz de responsabilidade. Não preciso nem dizer como meu conceito subiu no escritório.
Contei tudo isso, apenas para dizer que cada vez mais raro é encontrarmos pessoas com responsabilidade. Como um exemplo bem próximo, nas minhas empresas, a maioria das pessoas que começam a trabalhar simplesmente não aparecem mais depois de alguns dias, deixando-nos na mão sem aviso prévio. Conversando com amigos empresários, percebo o mesmo quadro. Poucos tem a coragem de olhar nos nos olhos do patrão e dizer: infelizmente não me adaptei.
Vivemos num mundo de superficialidades onde verdadeiras crianças crescidas lutam para chamar a atenção das outras a qualquer custo. Basta entrar no facebook para ver. Pessoas superficiais, compartilhando pseudo-sabedoria através de frases prontas supostamente ditas por outras pessoas consideradas notáveis ou até nem tanto assim. Compartilhando fotos, piadas e coisas que não agregam nada no nosso dia a dia. Postagens como "vou ao banheiro", ou então "agora chega, vou dormir". Parece até que acreditam que todos ficam acompanhando diariamente suas atitudes mais insignificantes. Crianças sem responsabilidade, que constroem relacionamentos baseados no "curtir" onde, se alguém desagrada, basta deletar do seu grupo de amigos.
No entanto, no mundo real precisamos lidar com as pessoas e ser responsáveis por nossas escolhas. Não podemos simplesmente ignorar quem nos cerca como se não existisse e nem as necessidades das empresas para as quais vamos oferecer nossos préstimos. O fato de ignorarmos alguém não vai fazê-la deixar de existir e precisamos aprender a lidar com isso.
Tudo isso está estimulando o aparecimento de pessoas superficiais, culturalmente falidas e imediatistas. Que se arrastam diariamente para seus empregos que odeiam para pagar o cartão de crédito. Enfim, pessoas superficiais que não tem a coragem de aproveitar as delícias do contato solitário consigo mesmas e não tem capacidade de silenciar/desligar a mente do turbilhão do dia a dia. Afirmam estar felizes, mas são apenas reflexo da moda ditada pelas mídias, sempre insatisfeitas, pois a moda muda e elas precisam acompanhar as tendências, ficando assim sem identidade.
Essas mesmas pessoas insatisfeitas, vivem uma vida de busca de estímulos externos para criar momentos felizes, mas esquecem de colocar nessa busca o encontro consigo mesmas. Seu imediatismo faz com que vivam um dia após o outro apenas desejando o que não tem e deixando de lado o que já tem, sem aproveitar e sem dar valor. Relacionamentos são construídos com base nesse padrão de comportamento e logo que o embate entre as duas crianças começa, ambas sem condições de entender o outro, pois nunca tomaram conhecimento dele como uma pessoa complexa que é, observam que talvez sua escolha não foi tão acertada assim e simplesmente escolhem o mais fácil, a separação.
Mas e quem consegue romper essa barreira? Faz o que? Nada. Apenas fica de fora da briga, com um sorriso contido nos lábios, pois a massa pode ser tudo, menos impotente. Dizem que em terra de cego quem tem um olho é rei, mas isso não é verdade. Quem tem um olho fecha pra não perder.