Convicções & conveniências
Publicação: Opinião do Diário de Pernambuco 19/03/2015
Acredito que todos nós já nos deparamos com situações onde expomos nossos pontos de vista e os interlocutores os deles, mas não chegamos a um consenso. Isso ocorre invariavelmente no campo político, religioso e no futebol.
São verdadeiras contendas onda buscamos convencer o outro das nossas razões que apesar de esgotadas, inclusive embasadas em fatos recentes ou históricos, nosso companheiro de conversa “desconversa” e tudo fica no mesmo...
Contra fatos não há argumentos! Essa negativa em aceitar muitas vezes o óbvio faz parte do nosso capítulo de vida onde reside o orgulho e a vaidade que não se curvam à humildade ensejando que ignorem argumentos lógicos e irrefutáveis.
Esse perfil histórico em muitos condiz com aquela condição onde prepondera o orgulho em detrimento da razão. Essa forma de portar-se leva muitas vezes a sérios desentendimentos, o que seria evitado caso houvesse por parte daqueles a compreensão necessária.
Ora, não é nada vergonhoso reconhecermos nossas falhas e sim um ato de coragem que exige no mínimo bom senso. Agir de forma arrogante e prepotente é fugir da lógica diante de verdades palpáveis e de fácil entendimento.
É nessa hora que entra o conflito entre as convicções e as conveniências. Isso é o que vemos todos os dias principalmente no campo político. Há aqueles que em determinada época defendem com ardor seus pontos de vista em determinada área e anos depois se contradizem sem o mínimo pudor, ao se defrontarem com situações que colidem com suas “conveniências” do momento.
Essa atitude traduz o caráter desses personagens que flutuam nas ondas do que for melhor dependendo da ocasião e dos fatos. Infelizmente esse é o retrato da maioria dos políticos brasileiros que seguem o rumo dos ventos caso lhes sejam favoráveis...