OS PAIS NO MUNDO MODERNO
Estive lendo uma excelente crônica do nosso brilhante escritor recantista, Ruy Silva Barbosa e fiquei a refletir sobre os valores sociais e familiares em nossos dias. Qual o papel dos pais na sociedade moderna? Por que tantos jovens descambam para a marginalidade? Será que não lhes falta orientação? Será que uma gorda mesada substitui o convívio familiar? Será que não é falta da atenção e do carinho que tanto marcam a nossa vida? Será que em vez de proibir os pais de exemplarem seus filhos, não seria mais eficiente criar uma lei obrigando-os a educá-los corretamente mostrando o certo e o errado? Ou será que já não existem esses opostos? Olha que já ouvi um jovem dizer que “certo ou errado” é uma questão de ponto de vista. Pois é, são criados assim, sem noção alguma da realidade da vida. Acham-se imunes. Uns protegidos pelos pais, que para amainarem suas consciências diante do descaso com que criam sua prole, concordam e defendem seus delitos com garras e dentes, demonstrando imoralidade e irresponsabilidade. Para esses, o mundo além das suas linhas sociais é formado por uma plebe que está aí sempre para servi-los, inclusive, em seus propósitos mais vis. Outros, talvez por ignorância, confundem amor com permissividade e falta de limites.
Não podemos esquecer, daqueles que põem filhos no mundo, aos montes, sem a mínima responsabilidade, ora para usufruir de benefícios sociais, ora para fazer jus a uma pensão alimentícia e acabam por abandoná-los à própria sorte. E ainda criticam a sociedade por não sustentá-los!
Não adianta culpar governos e instituições. Os Postos de Saúde sempre disponibilizaram esclarecimentos e material contraceptivo, mas pouca é a procura. ONG’s e Pastorais, tentam em vão minimizar o problema e quando conseguem resgatar cem, já nasceram mais mil.
Os pais precisam ser pais de verdade e não cúmplices irresponsáveis que ajudam seus filhos a se tornarem delinquentes. Nunca devem abandonar os seus filhos, mas mostrar-lhes o quanto estão errados, se estão e ampará-los, para que passem pela punição que lhes for imposta com dignidade e aproveitem para refletir sobre o que fizeram de errado. Pais que amam de verdade perdoam, mas não dispensam a punição e não acobertam os erros dos filhos.
Se essa não for uma atitude adotada daqui para frente, teremos cada vez mais, jovens delituosos em nossa sociedade e, por conseguinte a violência também será incalculável e incontrolável. A família é a base de tudo e é na infância que se molda o caráter.
Os pais ao trazerem filhos ao mundo, assumem um compromisso com Deus de devolvê-los mais evoluídos espiritualmente, ou seja, melhores do que aqui chegaram. Nem sempre se consegue um bom resultado, mas a consciência tranqüila de que se tentou fazer o melhor, é confortante.
Já não se fala de Deus para as crianças e os jovens. Muitos deles nunca ouviram falar sobre Jesus e Seu Evangelho e é lá exatamente onde encontramos o mais perfeito Código de Conduta para uma vida equilibrada e feliz!
Finalmente, temos os pais que lutam para manter sua família unida, íntegra, que transmitem aos filhos desde a mais tenra idade os verdadeiros valores morais, que os ensina a agradecer as bênçãos, e não culpam Deus, pelos problemas que enfrentam. Estes ainda existem, sim, mas com alto risco de extinção.
PARA REFLETIR:
Educar mal os seus filhos conforme as suas convicções e conveniências é uma “escolha” sua. Não suportar e nem aceitar os resultados dessa educação é um direito da sociedade. Por isso, lembre-se que os filhos são de nossa responsabilidade, mas não nos pertencem. Deus os confia aos nossos cuidados, para que possamos orientá-los, preparando-os para a vida além das fronteiras do lar.
Fátima Almeida
Agosto/2010
Republicando (editado)