QUEM SERÃO OS PRÓXIMOS ANTAGONISTAS DA HISTÓRIA

A história do homem possui remanescentes tão remotos que é necessário ser classificada por etapas: história, pré-história etc. Há acontecimentos tão remotos que dificilmente se consegue vislumbrar com exatidão. No entanto, torna-se óbvia a aversão que se cultiva pelas culturas do passado mais recuado.

Os protagonistas da História sempre foram o Império (antigos e medievais), o imperialismo, o imperador, o herói reconhecido como o caminho do bem, salvador da pátria universal, autor de peripécias inimagináveis etc.

Do lado oposto foi eleito como adversário o Eixo do Mal. Esse “mal” foi representado ao longo da história por vários povos e nações.

Da antiguidade ainda abominamos os trogloditas, o homem da pedra lascada. O paleolítico é sinônimo de barbarismo, atraso humano e olhado com desdém. E até hoje lançamos um olhar de espanto sobre os remanescentes indígenas.

No mundo romano o mal era os Bárbaros. Na Idade Média todos os que se opunham à Igreja ou não se aliavam a ela estavam excluídos do bem. No início do sec.XX os idealistas encontraram um bode expiatório a quem atribuíram as desgraças do mundo. Para a teologia da Idade Moderna, o Iluminismo contradiz a ética.

O comunismo foi tudo de ruim. Surgido no sec. XIX, com as teorias de Karl Marx, se contrapunha às ideias capitalistas, liberais e republicanas. E para eles o comunismo é que representava o mal.

Daí em diante os detentores do poder foram “fabricando” antagonismos, povos e nações que se opunham, ou se negavam a acatar as regras do imperialismo.

Pagãos, Bárbaros, Iluministas, Protestantes, Hereges, Comunistas já tiveram seu lugar de honra no antagonismo social. Na idade contemporânea os muçulmanos ocupam esse pódio nada ensejado.

“O mundo é um lugar perigoso para se viver”, constatou Albert Einstein há cerca de um século, e os últimos acontecimentos funestos na França comprovam isso. Vivemos num mundo controlado pelo imperialismo. Sobretudo pela hegemonia européia. São as grandes potências que dão as cartas em todos os setores, não só na economia. Exploram a política, o social e o cultural. Estamos sitiados pelo capitalismo. A chamada opinião pública é a voz dos donos do poder que publicam apenas aquilo que lhes convém e empurram goela abaixo dos “sem voz e sem vez”. E ficam jogando uns contra outros.

É inaceitável que se saia disparando balas de fuzis em cima de jornalistas, sob qualquer pretexto. Porém é inaceitável que se escandalize qualquer religião em nome da liberdade de expressão ou de uma suposta democracia. Liberdade de expressão requer, em primeiro lugar, respeito. Democracia é dar – ou não tomar - aquilo que é do outro. E mesmo que não professemos qualquer religião isso não da o direito de satirizar dos rituais de qualquer religião, por mais estranhos que pareçam.

Reitero: é lamentável as mortes brutais dos jornalistas do Charlie Hebdo. Aqui no Brasil são assassinados um grande número de jornalistas todos os anos. A sede da Revista Veja foi invadida em 2014, com a anuência dos mandatários do PT. O governo não se manifestou contra esses atos criminosos e escandalosos: um escândalo.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 11/01/2015
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