JÁ É TEMPO
JÁ É TEMPO
Às vinte e quatro horas de ontem nos despedimos de 2014, e à zero hora de hoje raiou um novo ano, 2015. Quase três lustros já se passaram deste novo milênio. Os nascidos em 2000 e 2001, no anoitecer do século passado e no alvorecer do novo, já deixaram a infância e se preparam para a vida adulta. É hora, portanto, de nós, os adultos de então, nós, que amadurecemos no milênio passado, nos perguntarmos o que fizemos de bom durante esses quatorze anos que se foram.
A virada para o novo milênio fez virar também nosso comportamento? Acomodamo-nos no pódio das nossas conquistas, satisfeitos com as vitórias alcançadas, ou alçamos novos voos, buscamos novos horizontes? Nossas lutas e conquistas tiveram por meta um bem maior, o bem-estar social, ou se ativeram egoisticamente aos interesses próprios apenas, sem nos importarmos com os problemas alheios?
"É dando que se recebe”. São poucos os que percebem com clareza esta verdade evangélica. Para que uma pessoa se torne bem-quista pela vizinhança inteira é preciso ser amável, gentil e solidária para com todos. Sem um longo trabalho social, ninguém consegue eleger-se a cargo político algum. Quem ceifa em seara alheia é ladrão. É preciso semear para ter direito à farta colheita.
E nem é preciso estar imbuído de espírito cristão, para fazer uso desta verdade. O que move as nações ricas e as grandes empresas multinacionais a enviarem ajudas às populações do chamado terceiro mundo é tão somente o interesse pela expansão do mercado mundial. Com tais ajudas, eleva-se o poder aquisitivo dessas populações, que passam a comprar e consumir seus produtos.
Da mesma forma, não é por amor às criancinhas que as grandes produtoras de brinquedos e artigos infantis investem em propagandas e promovem campanhas em prol da petizada, e sim o interesse por proteger a parcela consumidora de seus produtos. Quem é que promove alguma campanha em prol da velhice? São os laboratórios farmacêuticos, produtores de medicamentos. Pois o que os velhos mais consomem é remédio para os males da idade.
Quando se fala em ajuda ao próximo, não se pensa em doações materiais somente. Um sorriso, um aperto de mão, uma palavra amiga, nada custa, mas poderá valer muito para quem os recebe. Ao colaborarmos para o crescimento material e social dos nossos semelhantes, estaremos crescendo com eles e perante os mesmos.
Sejamos, portanto, amáveis e solidários. Façamos nós, em nós mesmos, a diferença entre este novo milênio e o que se foi.