O REINO, O PRÍNCIPE E A PROLE.

O Príncipe olha pela janela e contempla o reino. A prole, se movimenta freneticamente de um lado para o outro em busca de trabalho para o sustento diário. Ele observa cada movimento como se não fizesse parte daquilo, já que para ele a prole nada mais é que um mero grupo de insetos. Pisoteados, irão morrer e assim dar cabo a vida que lhes foi destinada pela própria natureza divina. Nada pode ser feito, afinal, eles são a prole. Todos eles são os miseráveis que devem labutar para sustentar o reino. O príncipe e seus súditos tem privilégios e a prole não tem direito à uma vida digna, afinal, nasceram para sofrer e morrer pisoteados. O Príncipe sequer os olha nos olhos da prole. Pudera, nem olhos eles tem. Se enxergassem não viveriam da forma como vivem e, se tivessem visão poderiam sair da situação que vivem. O Príncipe disse certa vez que a prole era invejada pelos ricos, porque eles desconhecem a satisfação do prazer do descanso após um dia de labuta. Os ricos são ociosos coisa que a prole não é! Isto ficou impregnado na cabeça da prole. A maioria acreditou e continuaram a trabalhar arduamente para usufruir do tal prazer que os ricos não podiam ter. O Príncipe no alto da torre olha para baixo e suspira. Vestindo uma túnica bordada com fios de ouro e sapatos de couro alemão, cospe pela janela. A prole continua lá embaixo a se movimentar de um lado para o outro. Então o Príncipe diz: São vermes, mas pelo menos todos tem um titulo de eleitor...

Geraldo Cossalter
Enviado por Geraldo Cossalter em 03/12/2014
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T5057913
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