DESTRONANDO MAJESTADES

Ajustar a qualidade de vida às nossas necessidades passa por um crivo direto no nosso conceito de conforto e independência, mesclado com uma dose de vaidade e profunda falta de reflexão no momento certo além de falta ainda maior na hora de decisões corajosas para fecharmos os olhos a tudo que não nos deixa com o trinômio: Felicidade, tranquilidade e prosperidade. Deixamos de ter muitas coisas boas pelas coisas ruins que temos e delas não conseguimos nos desvencilhar pensando que são também boas, mesmo sabendo que nem tão boas assim pela dor de cabeça que tira a nossa tranquilidade e uma chacoalhada nas prioridades talvez venha ao caso.

Assim fica difícil entender como alguém quer dormir oito horas atendendo a um sono que ajudará o dia seguinte ser bem melhor se já no catre dormem com ele as dívidas de um carro financiado, o IPVA que ele gerou, as multas que ele gerou e a preocupante ideia de que ele está num lugar que poderá ser alvo de roubo? Temos direito a ter um carro, mas se quiser se ver livre de tais problemas, livre-se dele e tudo vira uma paz num passe de mágica. Sem falar que em alguns casos você tem com o carro cuidados maiores que consigo mesmo.

Seguimos adiante e vamos para aquelas cervejas que você sai em todas as oportunidades que pode levando suas economias que se sabe foram feitas para mais planos e tem como resultado, uma faxina no seu bolso, comprometimento no dia seguinte em caso de ressaca sofrível e endividamento para pagar os excessos financeiros numa noite que não quis acabar antes do seu suado dinheiro. Essa noite já será possível dormir, mas por desmaio etílico advindo a problemática no dia seguinte. Como resolver? Num estalar de dedos? Parando de beber imediatamente.

Temos outro exemplo: O clube de futebol que você elegeu como o clube do seu coração, cujos representantes e todos que dele se nutrem não sabem sequer quem é você que entre outras coisas vem a ser o principal financiador de cifras milionárias para craques que se lixam para suas tietagens e de quebra não raro você ainda poderá envolver-se em encrencas, perder amigos apanhar de torcidas rivais e até da autoridade constituída por ser tachado de baderneiros e no fim fica o que sempre alguém diz: Perdeu seu time? O que você perdeu? Ganhou seu time? O que você ganhou? Aliás, quem falou que é seu time quando você não é sequer convidado a ter as benesses de quem você direta ou indiretamente paga? Nos dois casos, você fica na mesma situação de uma neutralidade festiva alegre ou triste bem longe de atletas cartolas e todos os beneficiados com o esquema esportivo. O jeito de isso nunca mais acontecer? Fuja de vez dos estádios e tais situações.

E para fechar sabe aquele grande amor de sua vida (com igualdade de gênero para efeito de análise) que nem você ao certo teria certeza se acontece por isso uma reciprocidade? E os anos vão passando e o que seria um paraíso virou um verdadeiro inferno? Nada identificável com uma conquista que pareceu ter compensado? Domínio, ciúmes doentios, brigas frequentes e decepções constantes? E a chance de ser feliz com outro alguém em outro lugar? Verdade, para ela acontecer precisa chegar a hora do adeus definitivo sem olhar para trás. Vimos exemplos acima de como nos tornarmos reis de nossas vontades (não é simples não) DESTRONANDO MAJESTADES se resignam em desdém quando caímos de joelhos a elas venerando humilhados. Trata-se de virar as costas para tudo que sempre nos uma banana e dizer nos valemos mais do que tudo e todos.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 13/11/2014
Reeditado em 15/11/2014
Código do texto: T5034380
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