“A ESPERANÇA VAI VENCER O ÓDIO”

No dia 26 de outubro de 2014, o Professor Carlos Ribeiro de Sousa compartilhou uma foto com a frase-título deste texto. Eu, no dia seguinte (27 de outubro de 2014), postei este comentário: Engraçado: eu pensei que o ódio fosse importante para ti, Carlos Ribeiro de Sousa.

A amiga Nelma Correia Lazzarin afirmou: “Desde quando ódio é algo importante na vida de alguém? Importante na vida das pessoas é a indignação. Que não tem nada a ver com ódio”.

O amigo Carlos Ribeiro de Sousa redarguiu: “Parceiro Domingos Ivan Barbosa repito o que já te falei outras vezes. Há circunstancias que o ódio é mais importante que o amor. Mas ódio a Nordestino que vota no PT não é sadio, pois votar é opção e liberdade de cada um. Isso é diferente do ódio que defende a vida de uma pessoa. Não vejo sentido amar a quem escraviza um trabalhador. Nesse caso, é mais saudável que um trabalhador escravizado odeie seu patrão escravocrata ao invés de ama-lo. Mas ódio a quem vota no PT convenhamos, não é saudável”.

Eu, Domingos Ivan Barbosa, disse: Caríssima Nelma Correia Lazzarin, o meu questionamento está relacionado com um debate que eu tive com o amigo Carlos Ribeiro de Sousa, na minha página, há alguns meses. O meu comentário foi provocativo (no bom sentido e tentando levar o amigo a refletir novamente sobre o ódio e o amor). O amigo Carlos Reis defendia e defende que o ódio é importante em certas circunstâncias; eu defendia e defendo que o ódio nunca é importante, porque o ódio faz muito mais mal à própria pessoa que sente ódio do que à pessoa odiada. Neste ponto (sobre o ódio), eu concordo com você e você concorda comigo: importante na vida é o amor e a indignação. Esta (a indignação) é uma atitude ética e não tem nada a ver com o ódio. Agora, eu espero que o amigo Carlos Ribeiro de Sousa me diga em quais momentos eu devo odiar rs. Eu quero que ele cite todos os casos nos quais eu devo ter ódio por alguém rsrs. Deus me livre de odiar! Eu prefiro amar (desejar o bem a todas as pessoas), ou ser indiferente a algumas. Odiar? Jamais! O ódio não deve ser alimentado. No caso do ódio ao nordestino, ou a quem quer que seja, é algo com o qual eu não concordo.

Depois, eu postei este LEMBRETE: Não é possível que o ódio seja bom. Não existe possibilidade do ódio ser bom. O ódio não tem limite. Ninguém consegue deter o ódio. Sinceramente, eu lamento por quem defende o ódio. Se um escravo deve ter ódio por quem o escraviza, por que alguém não pode ter ódio pelos nordestinos que elegem um governo corrupto? Qual é a diferença? Amigo, cuidado com o ódio! O ódio não tem limite! Não é possível enumerar os casos nos quais o ódio deve aparecer contra alguém. Só o amor pode vencer o ódio. Se essas pessoas que odeiam os nordestinos tivessem aprendido a amar a justiça, essas pessoas não estariam odiando. Só o amor, e isso não é romantismo barato, pode melhorar a nossa vida e a nossa sociedade. Lembre-se: quem ensina a odiar está ensinando a ser odiado.

Fiz mais um comentário: O ódio poderá se voltar contra quem ensina a odiar. É impossível enumerar os casos em que o ódio deve prevalecer. O certo é amar a justiça, as pessoas. Quem ama, de fato, a justiça não odeia ninguém. Os nordestinos estão sendo vítimas de uma sociedade que ensina a odiar. Comece a ensinar o amor a todas as pessoas! Comece a ensinar o amor à justiça! Amar a justiça significa não odiar ninguém. Ainda que tenhamos pensamentos e posições diferentes, o amor deve prevalecer.

Agora, eu digo: não é possível que continuemos insistindo nessa “pedagogia” do ódio. Alguém se lembrou de Paulo Freire, com a pedagogia do amor? A nossa sociedade está mostrando, através do ódio sofrido pelos nordestinos, que vivemos em uma sociedade que ensina a odiar. Ora, se alguém diz que “o ódio é importante em certas circunstâncias”, baseado em que esse alguém poderá dizer que os nordestinos que elegeram um governo corrupto não devem ser odiados? Pois sabemos que o povo foi roubado por esse governo.

O povo do Brasil sofre a falta de saúde pública; não tem uma educação de qualidade (são as pesquisas internacionais que afirmam isso); os brasileiros não têm segurança; o nosso dinheiro é desviado para financiar campanha do governo atual e de seus correligionários, para construir obras em outros países; as drogas tomam conta deste país; pessoas morrem por causa das drogas; os traficantes tomam conta das favelas brasileiras; trabalhadores são jogados para fora de onde moram (dos prédios), porque não têm casa para morar; a violência se alastra pelo país; não temos segurança; taxistas são assaltados no seu trabalho; pessoas trabalhadoras são assaltadas e assassinadas na porta de casa; a prostituição se alastra; até querem legalizar a prostituição; a inflação está em descontrole. Baseado em que alguém que diz que “o ódio é importante em certas circunstâncias” vai dizer que não devemos odiar quem vota num governo com essas características mencionadas? Ora, se votar é opção e liberdade de cada um, odiar também é opção e liberdade de cada pessoa. Cada pessoa é livre para odiar. Cada pessoa terá sempre a opção de odiar, ainda que sejam os nordestinos que votam no PT as pessoas odiadas. No entanto, o ódio só faz mal, tanto a quem odeia quanto a quem é odiado. Quem odeia está se estragando por dentro. Quem é odiado poderá ser até assassinado por quem lhe odeia. O ódio não faz sentido.

Está na hora de espalharmos que só o amor pode nos livrar do ódio. Está na hora de anunciarmos o amor à justiça. Amar a justiça significa desejar que cada pessoa receba o que lhe é devido: amor, compreensão, saúde, educação, moradia, respeito, solidariedade, vida longa, sucesso, felicidade. Quem ama não odeia ninguém. O ódio é um sentimento inferior. Portanto, não odiemos quem votou na reeleição de Dilma Rousseff! Não odiemos quem votou no Lula! Não odiemos quem votou no PT, ainda que esse partido seja corrupto e indigno da nossa credibilidade.

Somos livres para fazer as nossas críticas. Porém, temos o dever de respeitar a decisão de cada pessoa. Eu gosto de falar com exemplos. Por isso, deixo um exemplo: há poucos dias, um amigo simples se aproximou de mim e me perguntou como eu estava vendo a política. Eu disse que estava apenas observando. Esse amigo trabalha na rua, fazendo um trabalho digno. Em sinal do meu respeito a ele, eu fiquei calado, só escutando. Eu já sabia que ele é eleitor do PT; é filiado ao PT. Ele começou a citar o que o PT fez pelo povo. Disse, ainda, que o PT é o único partido que se preocupa com o povo. Esse amigo simples tem tanto respeito por mim que eu preferi não dizer nada a respeito da minha opção. Sinto que esse amigo, em virtude do meu respeito em não lhe opor nada, ele imaginava e imagina que eu seja eleitor do PT. Muitas pessoas simples pensam isso de mim. Por quê? Por que eu as respeito e não vou arrotar os meus conhecimentos diante dessas pessoas que tanto me admiram e me respeitam.

Sendo assim, amigo leitor, respeitemos quem pensa diferente de nós. Pois cada pessoa pensa ser a certa. Cada pessoa pensa estar certa. Nenhuma pessoa imagina que poderá estar errada na sua maneira de pensar. O certo é ter convicção do que se faz, mas deixar que o outro pense diferente. Cada pessoa deve refletir sobre o que pensa. Somente assim, poderemos ser flexíveis e não acharmos que somos os únicos certos.

Sejamos contra o ódio! Este não tem limite, nem é importante. Disso, podemos ter total certeza. Quando alguém odeia, esse alguém poderá chegar a matar a pessoa odiada, porque, repito: o ódio não tem limite, assim como, segundo Santo Agostinho, “a medida do amor é amar sem medida”. Eu sempre vou repetir este ensinamento sobre o amor.

Cada pessoa tem o direito de escolha. Compreender isso e praticá-lo é fundamental. O meu respeito a todos que optaram por Dilma Rousseff. Podemos criticar. No entanto, pratiquemos o amor!

Lembre-se: quem ensina a odiar está ensinado a ser odiado. Portanto, pare de ensinar o ódio! Desta convicção sobre a insignificância do ódio e da importância do amor, eu não abro mão.

Ah, quem é capaz de ser vencedor do ódio é o amor, não é a esperança. A esperança é algo essencial na vida das pessoas. Podemos ter a esperança de que o amor vença o ódio. É isso!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 28/10/2014
Reeditado em 28/10/2014
Código do texto: T5014597
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