ANTÔNIO ALMEIDA UM EXEMPLO PARA GOIÁS
Em meados de 2003, poucos anos depois de eu ter mudado do interior do Estado da Bahia para a Capital de Goiás, com intuito de um dia eu lançar um livro, depois de já ter peregrinado em toda a Goiânia em busca da realização do sonho e ter frustrado, ao ponto de começar a pensar na desistência e retornar ao meu Estado de origem, prostrei-me de fronte à televisão da sala da casa alugada pela minha família e, de repente, um jornalista muito influente aqui no Estado de Goiás introduziu uma reportagem, na qual um senhor muito bem vestido, vocabulário extremamente culto e comportamentos nos mais altos padrões sociais falava justamente da Literatura Goiana.
Vi toda a reportagem e fiquei entusiasmado com as palavras daquele senhor atencioso. Isso só pode ser mesmo coisa de televisão, pensei. Apesar disso, gravei duas informações: o nome Antônio Almeida e Editora Kelps.
Naquela mesma tarde, tomei posse de um livreto datilografado, haja vista que eu ainda não possuía computador e partir em busca de Antônio Almeida e da Editora Kelps, ambos desconhecidos para mim. Cerca de duas horas depois tive a impressão que a única pessoa em Goiânia que não conhecia o mecenas da Literatura Goiana e seu local de trabalho era eu. Sentir-me envergonhado, pois como não havia de conhecer um homem tão influente em todo o Estado e até fora dele?
Pois bem, de posse de um envelope com o livreto dentro, depois de esperar quase nada na recepção da famosa Editora Kelps, onde tomei um café forte, sugerido por uma recepcionista muito educada e profissional, inacreditavelmente, fui encaminhado mais para o interior da empresa, para eu falar diretamente com o homem que eu havia visto na televisão.
Ao aproximar da porta do escritório, pude avistá-lo lá dentro, atrás de uma escrivaninha, ocupadíssimo, mas parou tudo e me atendeu como quem já me conhecesse há décadas. Fiquei surpreso! Sinceramente, eu não estava acreditando, uma vez que não esperava ser recebido, já que carregava a crença de que em frente às câmeras as pessoas eram de um jeito e na vida real eram totalmente contraditórias. Minha base teórica sobre comportamentos humanos caiu por terra naquele instante. Aquele homem atendeu-me educadamente, sem nenhuma pressa, mesmo sabendo que eu não estava ali para fechar negócios ou mesmo dar lucros à empresa, e sim, para pedir. E pedi mesmo, pedi descaradamente. E o meu pedido foi aceito. Antônio Almeida informou-me sobre as leis municipais de incentivo à cultura e depois de ser informado, com o endereço em mãos, eu fui em busca da Secretaria Municipal de Cultura.
Para a sorte deste autor, naquela época estava aberto o edital da Secretaria Municipal de Cultura, no qual eu inscrevi minha obra. Claro, antes eu procurei Antônio Almeida para orientar-me no sentido de orçamento, já que, no caso de obra literária, a secretaria exigia três orçamentos. Coincidentemente, quem pode oferecer um preço mais barato pela melhor qualidade de impressão foi a Editora Kelps e, com excelente atendimento dos funcionários da editora, meses depois, sob orientação de Antônio Almeida e com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura pude lançar o meu primeiro livro, um conto infanto-juvenil chamado “A fuga para o Bosque Enlevado”, impresso pela Editora Kelps.
Hoje, porém, depois de passar pela Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Goiás, ter realizado outros cursos mais em outras instituições goianas, caminhar para o meu quarto livro: Água, a fonte da vida pode secar? reconheço que devo muito, não só o mecenas da Literatura Goiana, mas toda a família Almeida que, todo o tempo, tem me tratado com muito respeito, apreço e carinho. Obviamente que, às vezes, sou beneficiado pelas leis municipais de incentivo à cultura, e, por isso, também sou grato a este município, mas a Editora Kelps é uma empresa privada que precisa sobreviver, não tem obrigação de ajudar terceiros, aliás, fico pensando como a Editora Kelps consegue sobreviver, diante de tanta ajuda que presta aos goianos que, assim como eu, acaba sendo beneficiado.
Antônio Almeida, assim como toda a sua família é um bonito exemplo para Goiânia, Goiás, Brasil e para o mundo. Em, praticamente uma década de convívio intenso com a família Kelps eu nunca presenciei nenhum tipo de discussão por parte de quem quer que seja. Não é exagero de milhares de pessoas quando dizem que Antônio Almeida é verdadeiramente um exemplo a ser seguido por nós goianos. E não é somente ele não, tive a chance de conhecer seu pai, nos últimos anos de vida dele, e pude conviver com sua mãe e seus irmãos, como por exemplo, seu Valdeci que também é uma pessoa admirável. Ao mecenas e grande colaborador da cultura goiana nossos votos de vida longa, felicidades e paz!