TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE HOJE

Falar das relações de poder implica em algo complexo e que segundo Raffestin (1960, p. 160 apud SANTOS, 2009) “a territorialidade seria ‘um conjunto de relações que se originam num sistema tridimensional sociedade-espaço-tempo em vias de atingir a maior autonomia possível, compatível com os recursos do sistema’”. Esta caracterização de territorialidade ao colocar a sociedade como ponto de partida para reflexão, traz também um conceito de relações de poder, uma vez que isto é típico da sociedade humana. Isto é bem explicitado no vídeo This Land is Mine (tradução: Esta terra é minha), ao abordar a questão das relações de poder sobre o território.

Este por sua vez é de extrema importância para o homem, uma vez que se eternizou como categoria de análise geográfica. Sabe-se que não tem como desenvolver-se territorialidade se não houver um território para que ocorram as diferentes ações que caracterizem a mesma. O território segundo Raffestin (1960, p. 160 apud SANTOS, 2009) “é uma construção conceitual a partir da noção de espaço”. Este por sua vez está pautado segundo Carlos Santos em três pilares: “dominação, através do poder do soberano (ou seja, do próprio homem que exerce a relação de poder); interdição, devido ao controle territorial; e demarcação, dadas as fronteiras físicas.” (SANTOS, 2009).

O território neste caso, já não concebido pelo modo natural de existir, mas existe a partir da ação do homem sobre o espaço natural, transformando-o, para que assim possa ganhar características de classificação e identidade.

O que é visto nos dias atuais, com advento da Globalização é uma representação de poder a partir de um ponto de vista lançado e que deve ser assimilado por aqueles que não possuem meios técnicos-científicos para se afirmarem em seu próprio território, ou exercer de maneira mais drásticas territorialidade em seu espaço ocupado. Onde segundo Manuel Correia de Andrade:

“A política de globalização está carregada de fortes implicações ideológicas incutidas pelos grupos econômicos transnacionais e pelos governos cooptados pelos mesmos. À proporção que se desenvolve a globalização, os grupos econômicos poderosos e os países ricos ligados a instituições internacionais e delas dependentes, procuram assimilar o processo, que é uma nova forma de imperialismo, com a dominação de um pensamento único apresentado como democrático”. (ANDRADE 2002, P. 19).

Cabe então uma reflexão da atual relação da territorialidade, e como esta estar se desenvolvendo nos mais diferentes territórios em escala global.

Referências:

ANDRADE, M. C. de. Globalização e Identidade Nacional. Recife: Bagaço, 2002. 96 p.

Vídeo, This Land is Mine. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=-evIyrrjTTY Acessado no dia: 21/09/2014.

SANTOS, Carlos. Território e Territorialidade. REVISTA ZONA DE IMPACTO. ISSN 1982-9108, VOL. 13, Setembro/Dezembro, ANO 11, 2009. Disponível em: http://www.albertolinscaldas.unir.br/TERRIT%C3%93RIO%20E%20TERRITORIALIDADE_volume13.html Acessado no dia: 22/09/2014.

Ildebrand Gutemberg
Enviado por Ildebrand Gutemberg em 23/09/2014
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