ESTOU EM BUSCA DA FELICIDADE
Estou em busca da felicidade, e juro, eu achava que era feliz, até que um dia em que me fizeram perceber que eu estava ficando no passado. Estava ficando de fora dos padrões estabelecidos para a felicidade.
De repente minha TV preto e branco não estava mais na moda, meu radinho de pilha ficou anacrônico, o meu querido sapado 752 da vulcabrás era tão esquisito para os novos padrões, que virei motivo de chacota.
O meu chevetinho 75, papo amarelo, virou objeto do parque dos dinossauros. Fui convencido que para ser feliz eu precisava de uma TV colorida, de um aparelho de som grande e vistoso, de um carro novo e de uma casa nova.
O mais interessante é que você não percebe, acha mesmo que está ultrapassado, que precisa se atualizar com as coisas novas que estão surgindo.
E de susto em susto você troca de TV, de som, de carro, de casa e de novo TV, CD, DVD, Blu-Ray, plasma, casa, piscina, viagem, passeios e...... e o tempo passa.
Então numa noite qualquer você perde o sono e da janela vê a lua que ora clareia, ora se esconde por entre as nuvens. E por não saber explicar o motivo de tamanha insônia, ou quem sabe, talvez, por uma dessas coincidências que ninguém sabe explicar, você começa a pensar na vida e a se perguntar o que você fez dela. E como não há resposta, dolorosamente sente no fundo da alma um enorme vazio.
Rememoram-se anos e anos de sacrifícios e labutas, buscam-se razões que possam justificar tantas ilusões e atropelos, quando de repente surge a pergunta crucial: como me deixei levar a este ponto?
Sabemos que nos leitos dos hospitais onde vicejam doentes terminais agarrados a fiapos de vida, que esses não lamentam por ter que deixar os milhões acumulados, o carro ultimo modelo, o apartamento de cobertura ou da TV de plasma de 60 polegadas. Agarram-se desesperados ao que lhes resta de sonhos: uma casinha no campo, uma horta, um pé de laranjeira, uma viagem espiritual, uma vida simples numa cidadezinha qualquer, ou aquele livro que pretendia ler ou escrever.
Estou em busca da felicidade. Não aquela que me é imposta pelos escusos interesses comerciais dos novos tempos.
Estou em busca da felicidade que mora dentro de cada um de nós. Da felicidade que nasce no fundo da alma. Da felicidade que faz compreender o quão efêmera é a vida. Da felicidade que precisa de tão pouco.
Estou em busca da felicidade.
Da felicidade que só existe nos sonhos, por mais simples e insignificante que possam parecer.
Agamenon Almeida
Poeta e Escritor.
De repente minha TV preto e branco não estava mais na moda, meu radinho de pilha ficou anacrônico, o meu querido sapado 752 da vulcabrás era tão esquisito para os novos padrões, que virei motivo de chacota.
O meu chevetinho 75, papo amarelo, virou objeto do parque dos dinossauros. Fui convencido que para ser feliz eu precisava de uma TV colorida, de um aparelho de som grande e vistoso, de um carro novo e de uma casa nova.
O mais interessante é que você não percebe, acha mesmo que está ultrapassado, que precisa se atualizar com as coisas novas que estão surgindo.
E de susto em susto você troca de TV, de som, de carro, de casa e de novo TV, CD, DVD, Blu-Ray, plasma, casa, piscina, viagem, passeios e...... e o tempo passa.
Então numa noite qualquer você perde o sono e da janela vê a lua que ora clareia, ora se esconde por entre as nuvens. E por não saber explicar o motivo de tamanha insônia, ou quem sabe, talvez, por uma dessas coincidências que ninguém sabe explicar, você começa a pensar na vida e a se perguntar o que você fez dela. E como não há resposta, dolorosamente sente no fundo da alma um enorme vazio.
Rememoram-se anos e anos de sacrifícios e labutas, buscam-se razões que possam justificar tantas ilusões e atropelos, quando de repente surge a pergunta crucial: como me deixei levar a este ponto?
Sabemos que nos leitos dos hospitais onde vicejam doentes terminais agarrados a fiapos de vida, que esses não lamentam por ter que deixar os milhões acumulados, o carro ultimo modelo, o apartamento de cobertura ou da TV de plasma de 60 polegadas. Agarram-se desesperados ao que lhes resta de sonhos: uma casinha no campo, uma horta, um pé de laranjeira, uma viagem espiritual, uma vida simples numa cidadezinha qualquer, ou aquele livro que pretendia ler ou escrever.
Estou em busca da felicidade. Não aquela que me é imposta pelos escusos interesses comerciais dos novos tempos.
Estou em busca da felicidade que mora dentro de cada um de nós. Da felicidade que nasce no fundo da alma. Da felicidade que faz compreender o quão efêmera é a vida. Da felicidade que precisa de tão pouco.
Estou em busca da felicidade.
Da felicidade que só existe nos sonhos, por mais simples e insignificante que possam parecer.
Agamenon Almeida
Poeta e Escritor.