Sob o domínio da Lei
palavras-chave: lei, moral, comunismo
Resumo: O artigo procura refutar a ideia de que a lei protege os mais fracos dos mais fortes.
Em "Admirável Mundo Novo" a sociedade á promiscua e as mulheres não engravidam, as pessoas são "criadas" em laboratório, enquanto em 1964, uma distopia diametralmente oposta, existe a Liga Anti-Sexo. Podemos dizer que uma é contra a família e o outra contra o sexo. Na sociedade atual o sexo e a família estão intimamente ligados.
Como diria uma amiga: devemos ser comunistas na economia e liberais nos costumes. Por que alguns marxistas leem Nietzsche e querem acabar com a "moral burguesa" mas são homofóbicos e machistas e são mais intolerantes que a burguesia?
Na Revolução russa no inicio praticava-se o amor livre, mas com Stalin, nao podia nem namorar, para se relacionar com alguém tinha que casar. Lembra o inicio do sec XX no Brasil...
Mas é isso que acontece com as revoluções modernas. Libertè e Equalitè viram Napoleão, Lenin vira Stalin...para sobreviver é preciso ser um pouco conservador, para "conservar" a revolucão. Depois de Lenin o que inovou mais foi Gorbachev, e com ele o comunismo caiu.
A verdade é que sempre precisamos de uma "moral" e valores éticos de bem e mal. O comunismo simplesmente, ao querer subverter a ordem burguesa, acabou por instituir uma moral mais intolerante, perseguindo os gays e crenças religiosas.
Sempre somos moralistas no sentido de que queremos seguir o que achamos correto. Mas nem sempre o que é certo para nós é certo para outros. A sociedade tenta conciliar os interesses conflitantes através da lei. Achar um absurdo que a sociedade "precise" de leis contra o racismo, é uma completa ignorância, pois a própria ciência do direito afirma, o que não é tipificado como crime não pode ser considerado crime. E essas pessoas acham contraditório andar de carrão e ser comunista. Isso não é crime, principalmente num país capitalista. O crime não existe antes da lei. A lei existe para proteger os fracos, pois os fortes sempre se sobressairão na barbárie. Será?
Não vamos entrar no darwinismo social, mas hoje eu vi um vídeo que um rapaz literalmente mata outro com uma chave de braço. A pessoa que compartilhou comenta: "esse cara devia ser preso". Temos que lembrar que o código penal é para defender os criminosos, o único amparo da vítima é o hospital, quando não o céu! Aí questiono, será que a lei é mesmo para defender os oprimidos? A prisão desse agressor pode impedir que ele sufoque outras vítimas, mas a pobre vítima já foi pro beleléu, quem saiu ganhando no fim das contas foi o "mais forte".
Entende meu raciocínio? Temos a necessidade de julgar as outras pessoas, num país comunista não é diferente. Você não pode ter um negócio próprio, não pode ser gay, não pode ser crente. Acha estranho? Por que num país capitalista não podemos abortar, fumar maconha e matar o marido adúltero "com as próprias mãos"? Na China comunista isso tudo é permitido (salvo a maconha).
Sobre o caso da torcedora do Grêmio. A lei impediu que apedrejassem sua casa? A lei não existe para impedir nada, ela não tem o aspecto "moralizante" de ditar o certo e errado. Ela simplesmente tipifica o que é permitido e proibido.
A lei, portanto, protege os "mais fortes": O assassino é mais forte (ou mais armado) que a vítima. Os apedrejadores são mais fortes que a Patrícia, e a lei protege as "classes dominantes", que no caso do comunismo, é o Estado.