Exorcismo remoto
EXORCISMO REMOTO
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Os dicionários de teologia definem exorcismo como “oração ou cerimônia religiosa com que se esconjura demônios e espíritos maus, etc.”. O exorcismo não é mágica afirma um conhecido padre exorcista, mas um processo de conversão e de libertação.
Há tempos eu participei de um exorcismo. Uma senhora, que foi minha aluna em um curso de teologia popular em Canoas, ligou para minha casa afirmando que sua casa estava sendo alvo de manifestações de algum demônio ou espírito mau, que movia coisas, abria gavetas, quebrava vidros e jogava pedras em cima da casa, assombrando todos. Disse-me que chamou um padre que, por não haver visto ou ouvido nada, afirmou tratar-se de sugestão ou histeria. Chamado um pastor também nada resolveu, o mesmo ocorrendo com um médium espírita que teria feito algumas preces sem resultado.
Eu tinha uma viagem marcada dias depois e não poderia ir à casa da amiga para “ver os espíritos” desordeiros. Eu sei que nesses casos, a instrução é duvidar sempre, nunca aceitando de cara a idéia de coisa sobrenatural, de manifestação demoníaca. É preciso ir primeiro às causas naturais para depois opinar pelo fantasmagórico. Em casos como este, narrados pela senhora, a suspeita primeira geralmente cai sobre casos de psicocínese e telergia.
Telergia é a energia somática transformada e exteriorizada. Há mais de trinta anos se sabe que o organismo humano produz correntes elétricas. Ora, pela física se reconhece que toda corrente elétrica produz um campo magnético capaz de gerar esses fenômenos.
Em geral, os objetos que voam (casas mal-assombradas) são fruto da ação involuntária (telergia ou psicocínese) de alguém que está, no máximo, a 50 metros. Conhecidos os rudimentos de psicocínese, aprendidos em cursos e com o Padre Quevedo comecei perguntando à senhora sobre o seu grupo familiar. Ela informou que vivia com o marido e uma filha adolescente. Minha orelha já coçou. Aí ela disse que a sogra estava passando uns tempos com eles, e que a garota havia cedido seu quarto à avô, fato que deixava a garota muito contrariada.
Eis um primeiro passo na compreensão da telergia. É lógico pensar que numa pessoa normal esse magnetismo seja normalmente imperceptível, mas em estado de transe ou desajuste certas pessoas podem transformar esse "magnetismo" em telergia, o que não é normal. Conhecida a causa, fácil se torna extinguir o efeito. Aí me “bateu a passarinha”: sugeri, ainda pelo telefone, que minha ex-aluna mandasse filha passar alguns dias na casa de parentes. Durante o tempo em que a menina esteve fora não houve nenhuma manifestação de “espíritos”. Foi fácil, na minha condição de leigo, localizar a gênese do problema e recomendar que levassem a menina para um tratamento psiquiátrico.
Este foi um exorcismo remoto, realizado por telefone.