CADA UM SE DÁ POR AQUILO QUE BUSCA

Para que nos conheçamos como realmente somos, basta prestarmos atenção naquilo que estamos buscando. Nossos objetivos mostram o que temos em nosso íntimo e nossas atitudes radiografam o que somos em essência. Através dessa auto-análise, que é substancial ao nosso burilamento, identificamos em quais pontos temos a necessidade de progredir.

Se fazemos uma dieta para sermos admirados e despertar interesses em alguém, a vaidade e a sexualidade estão nos comandando.

Se tiramos nossas roupas para sairmos em revistas ou fazermos filmes, a determinação em conseguir um outro tipo de trabalho não está sendo exercitada por nós e o exibicionismo está nos corrompendo, além de estarmos causando ilusão e desviando do caminho mentes que poderiam focar-se na construção de um relacionamento saudável e que vão para abismos trevosos com nossa ajuda.

Se compomos ou cantamos uma canção para vendermos discos, estamos nos trocando e nos vendendo, sendo, como o disco, uma mercadoria vendável e descartável.

Se falamos de Deus e de Jesus, usando ambos para angariar fundos que irão atender nossas necessidades pessoais, estamos fazendo da Casa do Pai um comércio, e os danos podem ser nefastos.

Com a inovação e o avanço da tecnologia, a parte moral deixou de ser buscada e foi deixada de lado por muitos. Tem-se tempo para assistir novelas, filmes, praticar esportes, estudar, mas não se tem tempo para orar e estudar o Evangelho. Não sobra tempo para se fazer um trabalho voluntário, mas sempre se arranja um momento para se divertir e ir às boates, shows, carnavais e diversos eventos. Doa-se valores em dinheiro (somente o que sobra), mas os ganhos é para atender o “eu”, sempre.

As crianças têm os celulares e computadores mais modernos, mas não têm conhecimento das vozes que vieram do Céu, em todos os tempos, para falarem de amor...

Os adolescentes sabem da vida do artista que admiram e tornam-se cópias rebuscadas de seus ídolos; e muitos afundam como eles, mas não sabem da vida de bravos heróis e heroínas como Francisco de Assis, Irmã Dulce, Eurípedes Barsanulfo, Anália Franco e Irthes Terezinha.

O cavalheirismo é bastante raro hoje em dia, ainda mais entre as crianças. Valores como gentileza, cortesia e respeito estão sendo ignorados por muitos.

Alguns pais, sem noção do que seja a verdadeira educação, doutrinam mal seus filhos, ensinando-os a serem desrespeitosos, grosseiros e obscenos com as outras crianças e adultos. Tenho observado palavrões e dizeres saindo da boca de crianças que causam perplexidade. Parte desse palavrório elas ouvem dentro de suas próprias casas. O pai xinga a mãe, a mãe grita com o pai e com os vizinhos, juntos eles falam mal de parentes e, assim, a mente da criança que está receptiva às coisas que vêm de fora, absorve e elas aprendem com seus pais e com outros adultos e crianças a serem pessoas portadoras de palavras e gestos depreciativos e chulos. Ao crescerem, estas crianças faltam com o devido pudor em relação às demais pessoas, e muitas veem o sexo oposto como objeto descartável e algo desprezível. Muitos garotos e garotas se comportam como um objeto, não se dando valor e se desmoralizando, sem um pingo de recato e pudor, pois não aprenderam ou ignoram o valor de se ter amor próprio.

Algumas mulheres e homens, ao passarem por uma desilusão amorosa, começam a levar uma vida de orgia e depravação, querendo descontar o que o outro lhe fez. Alegam que “eu fui uma pessoa séria, honesta e não tive valor, agora vou mudar e dar o troco”. Pensando e agindo assim nos tornamos espectros mal sucedidos daquilo que achamos que nos trará a compensação. Impossibilitados pela falta de vontade de continuar, ou nos esforçarmos para percorrer a estrada que nos levaria ao alvo certo, caímos nas teias de comportamentos ímprobos.

Ninguém perde por andar corretamente. Quando agimos dignamente, isso só nos fará bem. Se alguma pessoa não dá o valor para nossas qualidades, pode ter certeza que outras darão, e acima de tudo isso, teremos o valor de Deus, Nosso Pai, por termos superado a dor de uma forma puritana, sem nos prostituir, caso contrário, precisaremos estar juntos daqueles com quais nos equivocamos, mais uma vez. Caso isso ocorra, saibamos compreender que assim se faz mister e que é sempre bom reencontrar as pessoas que nos são simpáticas, e aqueles desafetos também, para que possamos desfazer aquela impressão mofina que ficou, para adquirirmos a consciência reta.

Ensinemos aos pequeninos a tratarem o próximo com consideração, para que não tenhamos, no futuro, adultos desequilibrados que virão nos pedir em forma de transtornos e dor, que os ensinemos da forma correta aquilo que negligenciamos e deixamos de fazer.

Nossa preocupação gira muito em torno dos meios de buscar lucros e sairmos na vantagem.

Quanto vale a honestidade?

Quanto você pagaria pela chuva que molha a Terra?

Qual é o preço da vida?

Até quanto você está disposto a pagar pelo amor?

Se Jesus tivesse cobrado para vir à Terra e pelos atos incalculáveis de amor e bondade que fez, não há uma só pessoa neste Universo que teria dinheiro suficiente para pagar por um gesto simples do Mestre Divino. E mesmo que juntássemos todas ou ouros, diamantes, cédulas, moedas, imóveis e bens terrenos, estes não dariam para cobrir a oferta que Deus nos fez.

Dizem que tudo tem seu preço, mas é preciso entender que não é apenas uma questão monetária. Tudo tem seu valor.

O valor de uma obra consiste no que ela produz e como repercute.

Jesus produziu como ninguém, e todo ato de compaixão, toda dor aliviada, as lágrimas que são enxugadas, os sorrisos que surgem nos rostos, a esperança que devolve a vontade de viver, as conquistas e mudanças construtivas em todas as áreas, tudo isso se deve à obra, à vinda e a vida do Cristo de Deus. O valor de tudo isso cabe àqueles que receberam, direta ou indiretamente, definirem. Quanto aos nossos atos, podemos direcioná-los de acordo com as Mensagens do Alto ou mirá-los nas propostas do mundo. Quanto a este último, tem-se um preço a pagar, e a dívida é individual.

Reflitamos acerca disso para que entendamos que ninguém pode pagar pelo amor, mas podemos amar como o Cristo nos amou. Aí está valor.