CAMPANHA DESAFIO DO GELO
Percebi, há alguns dias a novidade circulando na net, mas segui indiferente, até me sentir meio desatualizada, ao ser perguntada pela minha filha:
- Mãe, você viu isso do desafio do balde de gelo?
A pergunta, na verdade, pedia uma explicação. Não podia ser “sim” ou “não”. Ela queria o conhecimento do teor do assunto. É vergonhoso, mas eu não tinha a resposta a dar, a não ser “é... eu já vi alguma coisa na internet”, tentando desconversar.
Havia visto, sim, como em flashs, postagens no facebook fazendo menção a tal campanha e imagens com personalidades do meio artístico se banhando com um balde de gelo. Mas eu não fazia a menor ideia do que aquilo representava.
Mas, o motivo que me fez escrever, é a minha preocupação com a forma como algumas criaturas seguem “a notícia”, sem ao menos conhecê-la. Cada vez mais me entristeço com a preguiça que se tem de ler. Ninguém quer a leitura, a interpretação, a crítica. Preferem a coisa atrativa da imagem. E, por conta disso, acabam disseminando, equivocadamente, o que chamam de informação.
O mais curioso é que, apesar de serem pouco inteligentes, e de não gostarem de se inteirar da veracidade dos fatos, alguns insistem em multiplicar temas que sequer conseguem opinar sobre. Simplesmente se tornam escravos do “compartilhar”.
Um desinformado, julgando-se mentalmente capaz e querendo aparecer, dá continuidade à “brincadeira” infeliz iniciada por outro igualmente tonto. Outro, não menos débil, visualiza a postagem e a repassa. Não lê o que se tem de oficial sobre o tema, não questiona, não duvida, não pesquisa. É demente. E a corrente do mal ganha força, o que me faz crer que o mundo está repleto de dementes. Temo essa coisa insana porque os boatos publicados como verdades têm um objetivo: fazer o mal. E os desinformados, inocentes ou não, acabam contribuindo para essa corrente.
Mas, enfim, hoje eu sei o que é o “Desafio do balde de gelo” (demorei, sei disso). Sei que há um fundamento. Li, no site do Instituto Paulo Gontijo, do que se trata a campanha e, definitivamente, não é um ato irresponsável, como alguns tentaram pulverizar nas redes. É coisa séria, muito séria. O que a campanha criativa traz em sua proposta é a sensibilização à doação de recursos financeiros para investimento em “pesquisa e produção científica do tratamento e cura da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)”. E o banho frio é uma analogia à sensação do paciente ao tomar conhecimento da doença.
Não me pronunciei, nem fiz postagem alguma, sem antes me inteirar. Já vi tantos absurdos nas redes, de falsas informações que defendem certos interesses, que prefiro ponderar antes de propagar seja o que for. Não me interessa acompanhar tudo. Sequer tenho capacidade para tanto.
A minha sugestão é que observemos as fontes, que não publiquemos qualquer coisa, que não nos baste apenas uma visão por cima do conteúdo, muito menos a opinião alheia para construirmos a nossa própria.