Jovens despreparados: Geração “Nem-Nem”

Prólogo

Seria ótimo que todos os brasileiros tivessem acesso a informação correta e fossem incentivados a isso, mas quantos de nós somos estimulados a frequentar uma biblioteca? Ler um jornal, uma boa revista, um bom texto ou livro? Ver um excelente programa televisivo tipo documentário?

Nossa juventude e os não tão jovens estão se alienando e cada vez mais engrossando as fileiras dos desocupados, dos que não estudam, não trabalham e tampouco procuram emprego. Todavia, todos têm um celular para ficar horas sem-fim conectados pelo WhatsApp, que de forma carinhosa ou erroneamente batizaram de “Zap-Zap”.

Há uma novela, que atualmente está sendo transmitida pela Rede GLOBO, chamada “Geração Brasil”. Com um elenco de primeiríssima linha, entre outros módulos, a novela está mostrando, explorando a geração “Nem-Nem”. Os “Nem-Nem” são os que não estudam, não trabalham e não procuram emprego. A pergunta que não quer calar é: Os jovens adolescentes e adultos até os 25 anos de idade estão compreendendo a mensagem do autor da novela? Da Rede GLOBO? Espero que sim.

EIS A DURÍSSIMA REALIDADE

"RIO e SÃO PAULO — Para Letícia Protásio, “os dias passam devagar”. “Sobra tempo para ver as coisas do bebê”. Sobra tempo porque a jovem de 20 anos não está estudando, tampouco trabalha, e muito menos procura emprego (“Quem vai empregar uma grávida?”). Ela é um dos 5,3 milhões de jovens, entre 18 e 25 anos, que estão fora da educação formal e do mercado de trabalho — quase a população da Dinamarca. Um problema que atinge um em cada cinco jovens (ou 19,5% dos 27,3 milhões de pessoas dessa faixa etária), aponta o estudo exclusivo “Juventude, desigualdades e o futuro do Rio de Janeiro”, coordenado pelo professor Adalberto Cardoso, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele teve por base microdados do Censo Demográfico de 2010, do IBGE." — (SIC).

Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/um-quinto-dos-jovens-nem-estuda-nem-trabalha-nem-busca-emprego-6109028#ixzz39zaZlS4d

OUTRO PREOCUPANTE EXEMPLO

O carioca Guilherme Fortins, 30, diz que nunca pensou em sair de casa para morar sozinho. "Só se for para casar ou mudar de cidade", afirmou ele, que trabalha em uma agência de marketing esportivo. O relato de Fortins é retrato de uma tendência nacional, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Claro que o exemplo de Guilherme é menos gravoso. Ele trabalha. Tem renda própria, mas e a privacidade?

Há cada vez mais jovens de 25 a 34 anos, a chamada "geração canguru", morando com os pais. Em dez anos, houve aumento de quase quatro pontos percentuais — de 20,5% para 24,3% entre 2002 e 2012. Desses, 60% são homens.

A SAGRADA PRIVACIDADE NEGLIGENCIADA

Para Guilherme Fortins, assim como para todos os filhos de maioridade que ainda moram com os pais o único ponto negativo é a questão da privacidade. "Existe sempre um incômodo. Não é a sua casa e você não pode fazer o que você quiser", disse.

No entanto, o jovem acredita que teria uma queda em seu padrão de vida caso saísse de casa. Tudo isso é verdade, mas os pais, pela lógica da biologia, desde que o mundo é mundo, desencarnam primeiro. Como ficará, então, o jovem dependente, despreparado, totalmente mal-acostumado, depois dessa inexorável morte dos genitores?

Tenho sobrinhas e sobrinhos que estão fazendo parte dessa geração “Nem-Nem” e “Canguru”. Para alguns tive a felicidade de poder alertá-los das dificuldades que enfrentarão e para outros, pela absoluta falta de comunicação, apesar da globalização nas informações via internet, isso não foi possível. Espero que este texto possa ser lido por todos eles e, melhor ainda, compreendido em minha pretensão.

O ERRO DA SUPERPROTEÇÃO

Pais e filhos que moram juntos perdem a privacidade. A residência única transforma-se em uma torre de babel onde ninguém se entende e cada um se acha o dono do pedaço. A depender da situação econômica da família, da educação e do espaço que aos trancos e tropeços dividem ninguém consegue privacidade no banheiro, no uso de um som, de uma TV, na utilização de um telefone... Perdem-se as individualidades!

A acomodação, a superproteção, oblitera a todos. Pasmem! Alguns pais desestimulam os filhos para o progresso, isto é, não querem que seus "protegidos" saiam de casa. Essa é a forma correta de educar? Não! Não entendo assim. Todos sabemos que o primeiro emprego é difícil, mas, para os não qualificados a situação é muito pior. Então vamos estimular nossos filhos para o estudo, visando uma melhor qualificação, deixando de lado o sentimentalismo excessivo, para o progresso de todos e ascensão geral de nossa nação!

CONCLUSÃO

Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha nem estuda. É a chamada "geração nem-nem", dimensionada em estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Esses jovens são vítimas de um "desalento estrutural", como analisou Fernando de Holanda Filho, professor da Fundação Getúlio Vargas, ao jornal O Globo. Ou seja: são pessoas que desistiram de procurar trabalho, porque não têm quase nenhuma qualificação, e tampouco querem voltar a estudar, porque não se sentem atraídas pela escola.

No total, há 5,3 milhões de jovens que não trabalham nem estudam, indica a pesquisa coordenada pelo professor Adalberto Cardoso. Se fossem computados os jovens que ainda procuram alguma ocupação, o número saltaria para 7,2 milhões.

Num país com cenário de baixo desemprego e economia em expansão (em 2010, ano em que os números usados na pesquisa foram colhidos, o PIB cresceu 7,5%), isso significa que uma parcela importante dos brasileiros não está participando do desenvolvimento experimentado nos últimos anos. Uma vez sem perspectiva, alguns deles podem cair na criminalidade.

As mulheres, principalmente em razão da maternidade, são maioria nesse grupo - elas somam 3,5 milhões, e os homens, 1,8 milhão -, o que inclui a desigualdade de gênero na equação. O impacto também é maior entre os mais pobres. Na parcela da população com renda per capita de até R$ 77,75, a geração "nem-nem" chega a 46,2%. E é notável a disparidade regional: no Norte e no Nordeste, a incidência passa dos 25%, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste.

FONTE: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-geracao-nem-nem-imp-,935944

RESUMO DA CONCLUSÃO

É válida a conclusão generalizada de que apostar em educação traz benefícios tanto para os indivíduos quanto para a sociedade, ainda mais em tempos de dificuldades econômicas. Em 2008, um homem com instrução superior nos países da OCDE ganhou, em média, 58% mais do que aquele que possuísse apenas nível secundário. Em 2010, esse porcentual subiu para 67%.

Enfim, ao que parece, uma parte considerável dos jovens brasileiros não consegue enxergar essa oportunidade, quer por desinformação, quer porque não se sente estimulada a enfrentar a rotina de estudos em escolas de baixa qualidade. Trata-se de um indicativo de que o crescimento econômico brasileiro pode ter seus problemas agravados no futuro próximo, porque é essa geração que terá de enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente.

Portanto, a escassez de mão de obra com um mínimo de competência técnica, que é um dos entraves crônicos do desenvolvimento no Brasil, tende a se acentuar - a não ser que haja uma virada drástica e imediata no sistema educacional, de modo a atrair novamente essa massa de jovens para os estudos e a especialização, fazendo-os perceber que a educação pode significar um futuro melhor.

Concluo afirmando, sem receio de estar exagerando no entusiasmo:

“Eu tenho orgulho dos meus pais já desencarnados, pela forma — não foram piegas — como fui educado. Tenho orgulho dos meus amados filhos que, compreenderam minha forma dura de educá-los e prepará-los para a minha necessária e inexorável morte. Eu os preparei e eduquei arrastando-os pelo melhor exemplo, para caminharem sozinhos, para serem do bem, sempre tendo em vista as conquistas menos sofridas de suas privacidades e independências econômicas.”.

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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

— http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-geracao-nem-nem-imp-,935944

— http://oglobo.globo.com/economia/um-quinto-dos-jovens-nem-estuda-nem-trabalha-nem-busca-emprego-6109028#ixzz39zaZlS4d

— Noticiosos de uma forma geral; imprensa falada, escrita e televisada.

— Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstâncias e imparciais.