DATAS COMEMORATIVAS CONSUMISMO OU SIMBOLOGIA?
Neste domingo comemora-se o dia dos pais, necessitando resolver algumas coisas caminhava eu pelo centro da cidade enquanto me vinha à indagação do que realmente significam as datas festivas, se sairmos perguntando teremos um sem número de respostas que vão desde um “eu nem ligo para isto” até o antônimo “adoro estas datas”, porém dentre muitas haverá quem diga que são uma simples oportunidade para o comercio aumentar seus ganhos e a economia girar no grande estado de necessidade do capitalismo atual vivido no mundo. O ser humano historicamente tenta suprir sua incapacidade de demonstrar sentimentos com a substituição material daquilo que se esconde no íntimo más é difícil se externar, quando crianças não nos cansamos de ouvir em um dia das mães a típica palavra “ não precisava”, más no fundo notava-se o brilho da felicidade explicitamente demonstrado nos olhos da provedora, com o tempo nós crescemos e passamos habitualmente a repetir a mesma famosa frase quando alguém nos proporciona tais momentos, mormente quando são os pupilos, datas festivas natal, aniversario, dia dos pais, dia das mães, criança, namorados e assim se vão inúmeras datas que oportuna a quem que bem alguém, de demonstrar este bem querer, más não necessariamente esta demonstração deve ser material, o abraço, o cumprimento falado, uma mensagem que seja com a autentica marca do sentimento verdadeiro, deixaria a maioria suficientemente contente para realmente se sentir bem quisto. Ocorre que nós os seres humanos convivemos com a enorme dificuldade desta externalização de sentimentos, talvez pelo fato de trazer naquele momento certa sensação de fragilidade diante do próximo amado, seja lá em que grau de importância, sendo assim se compra uma lembrancinha e ao recebê-la com certeza estarei eu deixando claro o quanto quero bem o destinatário do meu presente.
A simbologia de um presente por mais simples que seja pode ultrapassar em muito o consumismo que muitos apregoam a datas comemorativas, há bem pouco tempo publiquei algumas linhas no que tange ao assunto delineando minha convicção de que não dou muita importância a datas predefinidas para a demonstração de carinho a alguém, no meu ponto de vista, dia dos pais, mães, criança e outras mais deveriam acontecer todos os dias e esta demonstração de carinho deveria ser uma constante na vida de cada família, porém é perfeitamente notável a incapacidade que nós pessoas, temos em habitualmente oferecer esta demonstração carinhosa.
Caminhavam de um lado a outro as pessoas na busca da lembrança perfeita para o papai provedor do lar, ou não, visto que não se aplica nos dias atuais tal associação, pois a mulher colabora com todas as necessidades financeiras da família, más o dia é do papai, a figura masculina na configuração paternal, o consumismo é evidente, capitalismo e oportunidade de ganhos? Ou necessidade de demonstrar materialmente aquilo que se sente dificuldade em se expressar com gestos pessoais?
Ainda que a resposta não venha de pronto, o simbolismo de um presente seja lá de que valor é muito mais forte do que aparenta, semana próxima retrasada estava eu em um hospital para visita a um parente que acometido de uma enfermidade repentina lá se encontrava a fim de se recuperar, tratava-se de um primo, daqueles que você passa a infância junto, convive na infância até mais do que com muitos dos irmãos, em olhando para aquela pessoa no leito e sabendo do risco que acabara de passar, tinha certeza que DEUS não ia tira-lo naquele momento, tinha certeza pela fé que as orações seriam ouvidas, apesar dele já ter me aplicado algumas peças, lembrei-me de quando ainda que tivesse implorado para que não tirasse meus dois esteios de uma só vez , mãe e esposa em uma mesma oportunidade, não adiantou, deve ter dito:
_”Não adianta machão tu vais ter que segurar este baque”, e só me deu o tempo de respirar, “ vou te dar aí uma semana para que não seja em uma só dose” e foi o que fez.
Bem más, além disto, me passava um filme no qual eu alcançava meus áureos tempos de criança, mais especificamente aos completar onze anos, era uma data destas ditas datas comemorativas, datas que muito se dizem são meras oportunidades de lucros aos mais afoitos para lucrar com a corrida ás compras, naquele dia, criança pobre que era sabia que nada iria receber, aniversário e presentes nestas datas era para a burguesia, quem dera eu pobre filho de uma mulher que sozinha tentava com todas as dificuldades que a vida lhe trazia, criar os seis filhos que a ela foram confiados por DEUS, más que o pai não cumpria com o dever mais logico de ampara-la na criação e sustento, ainda que não mais houvesse motivo para uma continuação de união nupcial, pois bem, eis que surge na porta de minha casa aquele primo que hoje eu olhava no leito de hospital, o mesmo também com seus dez anos adentrou a porta, caminhou até próximo à cadeira de madeira que eu estava assentado e me estendendo a mão me deu os parabéns, na outra mão trazia ele um tomate, sim tomate fruta, era meu presente de aniversário, era o que havia para o momento “não tinha nada, só tinha este tomate”, justificou ele, fiquei meio sem saber o que responder, agradeci e tratei de comer o tomate cru, tentando de todas as formas dividir com ele um pedaço do presente que me oferecera, porém sem êxito, afinal o aniversariante era eu, foi o único presente que ganhei quando completei onze anos, a simplicidade do sentimento demonstrado por aquela criança a outra criança que era eu naquele momento me fez parar para pensar o quão simbólico pode ser um presentinho, seja lá qual for o valor, a grande verdade é que nunca mais me esqueci daquele momento e da demonstração de cainho contida naquela fruta que o mesmo abdicara de comer para me presentear pela data querida, naquele quarto de nosocômio, antes que as lágrimas rolassem tratei de puxar um assunto e estimular o familiar acamado.
A verdade é que eu jamais me esqueci e em todo aniversário eu me lembro do mais caro presente que recebi em todo o decorrer daminha vida e confesso que difícil é não deixar as lagrimas rolarem absorto nesta viagem anual.
Consumismo ou não, a grande conclusão a que cheguei hoje nos burburinhos das compras para o dia do papai, figura que não tenho já há muito e que não fazia muita questão das lembrancinhas que eu fazia o máximo esforço para proporciona-lo, é que um presente seja ele qual for, ou o que for, tem muito mais significado do que imaginamos e muitas vezes marca uma vida para todo o sempre.