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O MARASMO RADICADO EM CIDADES BRASILEIRAS
 

Eu digo que a nossa casa pode ser comparada a uma representação "minúscula" de nossa cidade. Basta ver pela "fachada" de entrada para saber (sem precisar adentrar)  se é bem ou mal cuidada... Há cidades que passam uma imagem de total descaso e abandono político/administrativo. Embora, nem todas que estão com entradas e saídas mais ou menos "arrumadas", significam que as coisas vão bem como deveriam e poderiam.

Por que será que muitas cidades brasileiras, principalmente as que estão situadas em Estados da Região Nordeste, não crescem, não acompanham pelo menos um pouco o crescimento ou o ritmo de desenvolvimento de muitas outras Brasil afora?

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Será que faltam recursos?... Ou será que falta capacidade, vontade política, respeito e compromisso para com a sociedade?

Será que o "patrimônio", o erário público está sendo mal gerenciado, a ponto de faltar inclusive o mínimo que nós, cidadãos temos direito?
Admito que não sou nenhuma "cientista" nem especialista político, apenas falo sobre aquilo que vejo, observo e sinto que poderia ser bem diferente!

Sabemos que entra ano e sai ano, vem a eleição, depois vem outra e mais outras... e tudo continua do mesmo jeito. Em muitas cidades o gestor ou gestora que (até mais de uma vez) não administrou bem, ainda assim consegue se releger ou eleger alguém de sua inteira confiança, quando o mesmo é impedido por lei, de se candidatar.


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Os discursos (copiados, decorados) impressos e reimpressos à cada campanha, se perdem nas gavetas empoeiradas ou nos almoxarifados das prefeituras, servindo apenas para ludibriar sempre mais uma vez à mente da população mais  "desavisada".

É impressionante como as escolas permanecem sempre as mesmas, sem nenhuma ampliação ou reforma decente. Muitas vezes, sequer renovam a pintura no início do ano letivo.


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Para os idosos há uma assistência "precária" que contempla um número bastante reduzido, em nome da "famosa" "FelizIdade" ou grupo da terceira idade, que durante um determinado período fazem algumas aulas de exercícios físicos. Realizam alguns eventos duas ou três vezes: na Páscoa, festa junina e  no Natal. Uma ou duas excursões ao ano também fazem a alegria dos nossos bons e sofridos velhinhos. Fico triste por não ver um trabalho mais efetivo e contínuo, que contemplasse a maioria dos idosos.

Para as mulheres e jovens, algumas vezes acontecem (nos *CRAS) uns cursos de culinária, manicure, cabeleireiro, empreendedorismo etc. Os mesmos incluem apenas um pequeno número de jovens e senhoras, tendo em vista o número limitado de vagas. Também não existe investimento nem acompanhamento para essas pessoas levarem adiante seu próprio "negócio", pelo menos para os que demonstram vontade e vocação.

Para a juventude em geral, além do ensino básico ou regular oferecido de forma "obrigatória", segundo a Constituição Federal, restam as peladas ou campeonatos de futebol ou futsal, geralmente organizados por pessoas ligadas à administração pública, como funcionários, cabos eleitorais e até alguns vereadores, que certamente veem mais nesses jovens futuros eleitores do que a descoberta de talentos para incrementar mais o esporte e lhes ajudarem a ter mais qualidade de vida. O pior talvez nem seja tudo isso, mas a quantidade insuficiente de jovens que são "atendidos".

Não existe uma política, um programa voltado para a educação ou capacitação profissional para os jovens.

Às crianças (de um modo geral), após retornarem da escola, resta como lugar de lazer ou diversão os pequenos quintais de suas casas, becos sujos ou terrenos baldios expostas à vulnerabilidade, à violência, hoje presente em todos os lugares.

As ruas continuam na mesma situação. As moradias das pessoas mais carentes ficam sempre a esperar as reformas ou reconstrução que nunca chega. As casas de "conjunto" habitacional, esbarram na morosidade da construção, conclusão e entrega, sem falar na "indicação" política (na maioria das vezes) sobre quem pode receber ou não sua nova casa.

A questão da saúde é também crucial. Falta quase tudo inclusive médicos e profissionais mais humanos e qualificados para atender suficientemente à população. A precariedade dos transportes para conduzir pacientes para outras cidades da região ou para a capital, é outro fator preocupante...
(...)


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Ísis Dumont
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 06/08/2014
Reeditado em 19/02/2015
Código do texto: T4911845
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