CONSTRUINDO UMA FAMÍLIA
Há diversas armadilhas feitas com a intenção de nos apanhar. São oportunas a atenção e a vigilância em nossa caminhada.
Muitas mulheres e homens, por terem uma aparência física considerada bela, dentro dos padrões físicos/sociais, ou algum dom, querem usar isso como uma aranha usa sua teia para agarrar alguns insetos desatentos. Por isso, nada melhor do que a convivência junto de alguém para conhecermos quem é esse alguém, realmente.
Nunca, como agora, ouviu-se falar e se ver tantos relacionamentos durarem tão pouco tempo. Casamentos construídos à base de interesses financeiros, atração física, desejo de levar uma vida fácil economicamente, são, em sua maioria, as causas desses casamentos relâmpagos.
Uma união conjugal deve ter como princípios básicos: Afetividade, respeito, responsabilidade, fidelidade, lealdade, limites, entendimento, afinidade e companheirismo.
Afetividade: Carinho, beijos, abraços, sexo, se houver desejo e condições, (sexo não é tudo, é secundário, dispensável para alguns e em determinadas fases da vida), compreensão das dificuldades e problemas do parceiro.
Respeito: Saber entender e aceitar as imperfeições e o jeito de ser do outro.
Responsabilidade: A manutenção de uma casa, em seus múltiplos aspectos, e de uma família é de responsabilidade de ambos. Conversar com os filhos sobre sexo, drogas, religião e qualquer outro assunto compete tanto ao pai quanto a mãe. Alguns pais dizem: Eu, pai, falo com o menino sobre sexo e você, mãe, fala com a menina. Não precisa ser assim, simplesmente porque foi com a contribuição dos dois que a criança nasceu. Por isso, quando os dois falam, fica mais completo. Outros pais se enrubescem só de pensarem no assunto, mas é melhor que os filhos tenham orientação sexual através dos pais do que por outras pessoas, porque os filhos confiam em seus protetores até que a vida prove, ao contrário, que eles não inspiram confiança. Se os pais passam confiança para os filhos e dão ínclitos exemplos, nenhuma pessoa de fora vai mudar os valores absorvidos por eles.
E falar sobre esse assunto, tão temido por muitos, não é tão tenebroso assim. Primeiramente vamos deixar claro que sexo é coisa divina, lei natural de reprodução, que dá a oportunidade da continuação da espécie e da continuidade da caminhada evolutiva. Sexo não é uma brincadeira ou um extravasamento de emoções, mas energia em movimento. Quando duas pessoas que se gostam, independente de ser entre polaridades opostas ou similares, fazem sexo, elas se sentem bem, felizes e cheias de vida. Quando o sexo é feito por impulso, de forma promíscua, por um acaso, uma aventura ou cometendo uma traição, em vez de troca há dispêndio de energia. Ocorre um desgaste físico e um desequilíbrio emocional que deixa a pessoa vulnerável a doenças, vícios, distúrbios mentais, influências espirituais, causando até mesmo a morte prematura. Um abraço, um beijo carinhoso propiciam a mesma sensação de bem estar que a penetração sexual oferece, de forma que alguns trocam essa energia através do contato genital, ao passo que outros o fazem através do toque de mãos, carícias e até mesmo conexão mental, um envolvimento extra físico, mas isso se dá somente com aqueles que têm afetividade um pelo outro. Quando não há sentimento em um ato sexual, a sensação de decepção, frustração e prostração é marcante e impossível de não ser sentida. Portanto, o sexo, visto apenas como o contato entre as partes genitais, não é a base de um relacionamento. Sexo orgíaco gera comprometimento.
Muitos casamentos acabam por causa do interesse próprio e da mania de dominação. Quantos homens fazem de suas esposas escravas, achando que elas têm que ficar apenas em casa, cuidando dos filhos enquanto eles, por serem homens, têm o direito de sair e se divertirem. Isso é falta de compaixão. A mulher não pode ficar o tempo todo apenas por conta de lavar, passar, cozinhar e cuidar dos filhos. Ela tem o direito do lazer, do recreio, de estudar e trabalhar.
Quantas mulheres veem seus maridos apenas como um caixa eletrônico, pronto para liberar dinheiro a qualquer momento, exigindo deles grandes sacrifícios para que elas tenham suas vaidades supridas ou fazem deles instrumentos de uso para se promoverem e adquirir bens monetários.
Como uma família será equilibrada se o que se busca e o que se vive dentro dela são fatores desreguladores?...
A provisão material pode ser feita pelos dois. A divisão de tarefas
domésticas, quando ambos trabalham fora, a atenção no comportamento dos filhos e as contas e despesas da casa, também. O essencial é que haja conscientização do papel de cada um e que se forme uma família unida, pacífica, onde os princípios morais e éticos prevaleçam.
Fidelidade: Não devemos trair o cônjuge. Não é porque alguém é
homem que ele tem o direito de fazer isso. Para DEUS não importa se somos homens ou mulheres. Somos avaliados não pelo sexo, mas pelo que produzimos. Se o casamento chegou a um ponto insustentável, converse, pondere, ceda em alguns pontos, cultive a flexibilidade, dê um tempo ou, então, separe, porque trair só aumentará os dissabores. Recordando que traição não é apenas a sexual, mas falamos aqui de todas as formas de infidelidade e adultério, como mentiras, falsas promessas, falsificação de documentos, julgamentos irrefletidos e o não assumir o que fizemos, o que somos e o que sentimos.
Quando há um amor verdadeiro não há traição. Haverá controle das emoções e domínio dos impulsos. E é perfeitamente possível amar, mesmo estando separado. Para dar certo ou para estar junto, não precisa estar por perto.
Lealdade: Seja sincero com a pessoa com a qual você convive. Fale o que está sentindo, o que pensa.
Não se sinta diminuído por não poder dar conforto material à sua família. Se você não pode dar um presente material, muito valorizados por uns, mas que não refletem e nem conquistam o verdadeiro amor, dê um beijo, um abraço, diz que ama e o quanto ela ou ele é importante em sua vida. Elogie aquele almoço que ela preparou, o trabalho que ele faz, a boa mãe que ela é, o pai dedicado que ele tem sido. Presentes materiais não constroem ou mantém uma relação. Que presentes levaremos quando deixarmos este Planeta? Não vamos levar carro, casa, dinheiro, o corpo ou qualquer outro imóvel. Levaremos em nós as coisas boas ou não que praticamos através desses bens, contra ou em nosso favor, contra ou a favor de nossos irmãos. Antes de se preocupar em dar presentes procure estar presente e ser um presente.
Limites: Ninguém é dono de ninguém, a não ser de si. Cada um deve ter seu espaço, seus afazeres, suas intimidades, não havendo a necessidade de estar sempre um colado no outro. Isso não é amor, é fraqueza e apego. Relação de parasitismo é estagnação na linha do tempo.
O amor não escraviza, liberta. Quem ama não prende, deixa livre. Ciúme é insegurança, falta de confiança e de autoconfiança. Nenhuma relação é saudável tendo o ciúme fazendo parte.
Entendimento: Saber ouvir e saber falar. Entender que no momento em que um estiver nervoso, o outro precisa acalmá-lo. Quando estiver triste, precisa animá-lo. Admitir e reconhecer que se alguém confia em mim, preciso corresponder a essa confiança.
Afinidade: Se não me identifico com o jeito de ser, de falar, de agir e de viver da pessoa, não vou conseguir viver ao lado dela. Se não houver afinidade, o relacionamento não dura. ATENÇÃO! Isso deve ser observado antes do casamento. Esse é o objetivo do período de namoro.
Companheirismo: Ser amigo, companheiro, compreensivo. O esposo ou a esposa não fazem uso de pilha ou bateria. Temos sentimentos, fraquezas, saudades, e são nesses momentos que precisamos de apoio. Ser bom esposo ou boa esposa nos momentos bons é fácil. São nos momentos de dificuldades que temos que fortalecer uns aos outros e demonstrar nosso afeto.
É por tudo isso que nossa concentração deve consistir na busca de valores edificantes para que não sejamos sugados pelo túnel do desespero, entrando, assim em um campo vibracional de fraqueza extrema, onde nossa energia vital fica quase impossibilitada de se manifestar.
O poder de controlar-se é seu.
Colisão de sentimentos nos quais as paixões inferiores encontram abrigo causa pânico e nos faz enveredar por largas trilhas ermas, e desta forma ficamos aprisionados por uma esfera que impede nossa mutação.
Não podemos permitir que essas armadilhas, que às vezes nos pegam
nos derrubem. Não se deixe vencer por isso. Prossigamos, olhando para frente e atentos, tendo como referência nossas quedas para que não venhamos a cair, mais uma vez. O erro é aceitável apenas quando o praticamos, não sabendo que são erros. Se tornarmos a repeti-los, convictos de que estamos pecando, estamos errando porque queremos, e nossa responsabilidade perante a vida se torna muito maior.
É por isso que a dor vem ao nosso encontro, porque nós a convidamos toda vez que fazemos mau uso de nosso tempo. Livre arbítrio pode ser usado para qualquer fim, mas o fim dependerá dos meios que utilizamos dentro dele. O fim não justifica os meios. O fim é justificado pelos meios.
A felicidade total existe e está reservada para todos nós, entretanto só conseguiremos alcançá-la quando fizermos uso de nossa liberdade em
prol do bem.
Nem toda casa é um lar.
Nem toda beleza tem conteúdo.
Nem todo dinheiro é riqueza.
Nem tudo que reluz é ouro.
Nem tudo que é bom faz bem. Se não faz bem é porque não é bom.
“Posso tudo, mas nem tudo me convém.”