Pretensões Diabólicas
Há coisas que a gente não sabe e talvez não devêssemos saber mesmo. Os israelenses, por exemplo, vêm tentando acabar com os palestinos há muito tempo.
A questão dos assassinatos de mulheres e crianças palestinas pelos israelenses não é de hoje. Segundo Yossi Torpshtein, correspondente do Há’aretz, jornal diário israelense fundado em 1919, os ocupantes dos territórios palestinos tomaram uma parte da cidade velha de Hebron, na Faixa de Gaza, em meados de 1970. “O medo que os palestinos sentiam desses ocupantes era ‘real e significativo’, e não era o resultado de ações que tivessem acabado de acontecer. Havia na cidade velha 25 mil palestinos, mas devido a sistemáticas pressões, provocações diárias e ações terroristas por parte dos ocupantes israelenses, os palestinos abandonaram os seus lares”, deixando-os para os seus opressores.
“As atrocidades dos ocupantes israelenses incluíam a destruição das propriedades e o tiroteio aleatório, acompanhados de ataques a mulheres, crianças e muçulmanos que rezavam na Caverna de Machpelah”, onde ocorreu um massacre três meses depois de novembro de 1970.
“O ódio palestino diante da atmosfera que em tudo se assemelhava ao pogrom (atos em massa de violência, espontânea ou premeditada, contra minorias étnicas) nazista, crescia na medida em que o exército de Israel (IDF – Israel Defense Forces ou Forças de Defesa de Israel)”, a quem caberia manter a ordem, “reagia com indiferença a essas atrocidades. Enquanto os ocupantes tentavam queimar as propriedades palestinas, atirando neles a esmo e aterrorizando-os de diversas formas. O exército não ofereceu qualquer reação quando os ocupantes israelenses apedrejaram uma estudante palestina bem ao lado de um posto do IDF, provocando sérios ferimentos na garota, filha de um membro da Universidade de Bir Zeit. Em contrapartida, a menor ação palestina provocava uma resposta brutal. Nos dois meses que se seguiram à assinatura do Acordo de Oslo, ainda segundo Torpshtein, 18 palestinos foram assassinados pelos soldados e ocupantes israelenses”, enquanto que esses ocupantes movimentavam-se livremente pela cidade.
Então o que vemos hoje é simplesmente o desdobramento, numa escala de maiores proporções, de um possível plano de aniquilamento dos palestinos. Que pode ter sido concebido em 1967 a partir da Guerra dos Seis Dias, quando as Forças de Defesa de Israel ocuparam a “West Bank” e a Faixa de Gaza. Numa resposta, em total paralelismo, à pretensão diabólica atribuída a Hitler de extermínio dos judeus.
Rio, 01/08/2014