O BOSSTA
Nunca apostei contra o time de futebol do Brasil na Copa Mundial de 2014. Eu apenas ignorava, pois não gosto do esporte e nem de nada que vem ligado a ele na questão de marketing e manipulação popular. Se ainda eu conseguisse vislumbrar uma equipe de desportistas muito boa, até que eu bateria palmas, mas não vi isto nas partidas as quais assisti.
Acho que chegou a hora de o Brasil assimilar com mais responsabilidade e paixão os outros esportes, os quais somos realmente fenômenos, mas com pouca paixão da torcida popular. Futebol, samba e cerveja não combinam há muito tempo, mas, mesmo assim, um pequeno grupo se deu muito bem com o investimento, comparado com a população geral, que, com derrota ou vitória, estava destinada a pagar por esses exageros festivos.
O assalariado, que tomou todas e adorou os feriados, poderá ser demitido em breve, se ele pesar mais ainda no balanço negativo de uma empresa. O “boss” vai substituir toda a carga de encargos por lucros rápidos, assim que conseguir se livrar do prejuízo com esta COPA! Se o chefe não faz parte da mídia; se ele não é patrocinador e não mama na teta da FIFA; se o seu boss nada tem a ver com turismo e não é um ambulante que faturou cachorro quente na praia, pode começar a preparar seu currículo, colega! Um cartão vermelho poderá ser apontado pra você rapidinho. Daí, não chorará pelos pernas de pau do futebol, mas pelo seu futuro neste país.
Falo contigo, cidadão comum, que se acha seguro por ter uma carteira assinada. Seu patrão vai colocar na ponta do lápis, e já está colocando, a perspectiva de lucro que tem que ter até o “Natal”. É melhor você se especializar, estudar e ser muito bom funcionário daqui pra frente. Daqui pra frente também comece a recordar das greves que tivemos, das rebeliões mal intencionadas e dos feriadões emendados que deram um rombo na economia. Isto tudo vai começar a emergir das cinzas.
Lembre que os políticos já estão armando os alicerces de seus circos. Raciocine que esta COPA foi apenas uma anestesia geral. Em medicina as anestesias gerais somem rapidinho da corrente sanguínea assim que o anestesista quiser reverter o quadro. Na sua vida vai demorar algum tempo a mais pra que acorde e abra os olhos...
Sabe o que é uma equipe médica? Sabe como funciona uma equipe de trabalhadores da medicina, cada um na sua especialidade? Primeiramente procuram ser anônimos, não têm patrocínio na maioria das vezes, muito menos plateia aplaudindo. Quando um aparelho não funciona num centro cirúrgico, é a experiência daqueles profissionais que vai valer para continuarem a salvar a vida de uma pessoa. Quando um funcionário de base nesta tarefa faz merda, sobra para os cabeças pensantes como solucionar o caos naquela crise. Geralmente é o chefe que responde por erros que jamais ele foi o responsável, e jamais pensou ser.
Imagine cirurgiões dependendo de um aspirador que não funciona, enquanto estão cortando alguém. Daí, vem uma auxiliar de enfermagem, que circula para atender a equipe, e começa a soprar um canudinho, a dar porrada numa conexão mecânica e diz que acha que o aparelho está funcionando. O “boss” da vez, diante da emergência, não no corpo do paciente, mas numa infra-estrutura precária, tem que dar seu jeitinho brasileiro: ele chuta, ele dribla, ele sua, a pressão vai lá nas alturas.
Assim sendo, Felipe Scolari está perdoado de qualquer culpa. Graças a Deus, ontem eu saí vencedora, mas podia ter dado zebra...
Rio, 08 de julho de 2014
Leila Marinho Lage
http://www.clubedadonameno.com
Nunca apostei contra o time de futebol do Brasil na Copa Mundial de 2014. Eu apenas ignorava, pois não gosto do esporte e nem de nada que vem ligado a ele na questão de marketing e manipulação popular. Se ainda eu conseguisse vislumbrar uma equipe de desportistas muito boa, até que eu bateria palmas, mas não vi isto nas partidas as quais assisti.
Acho que chegou a hora de o Brasil assimilar com mais responsabilidade e paixão os outros esportes, os quais somos realmente fenômenos, mas com pouca paixão da torcida popular. Futebol, samba e cerveja não combinam há muito tempo, mas, mesmo assim, um pequeno grupo se deu muito bem com o investimento, comparado com a população geral, que, com derrota ou vitória, estava destinada a pagar por esses exageros festivos.
O assalariado, que tomou todas e adorou os feriados, poderá ser demitido em breve, se ele pesar mais ainda no balanço negativo de uma empresa. O “boss” vai substituir toda a carga de encargos por lucros rápidos, assim que conseguir se livrar do prejuízo com esta COPA! Se o chefe não faz parte da mídia; se ele não é patrocinador e não mama na teta da FIFA; se o seu boss nada tem a ver com turismo e não é um ambulante que faturou cachorro quente na praia, pode começar a preparar seu currículo, colega! Um cartão vermelho poderá ser apontado pra você rapidinho. Daí, não chorará pelos pernas de pau do futebol, mas pelo seu futuro neste país.
Falo contigo, cidadão comum, que se acha seguro por ter uma carteira assinada. Seu patrão vai colocar na ponta do lápis, e já está colocando, a perspectiva de lucro que tem que ter até o “Natal”. É melhor você se especializar, estudar e ser muito bom funcionário daqui pra frente. Daqui pra frente também comece a recordar das greves que tivemos, das rebeliões mal intencionadas e dos feriadões emendados que deram um rombo na economia. Isto tudo vai começar a emergir das cinzas.
Lembre que os políticos já estão armando os alicerces de seus circos. Raciocine que esta COPA foi apenas uma anestesia geral. Em medicina as anestesias gerais somem rapidinho da corrente sanguínea assim que o anestesista quiser reverter o quadro. Na sua vida vai demorar algum tempo a mais pra que acorde e abra os olhos...
Sabe o que é uma equipe médica? Sabe como funciona uma equipe de trabalhadores da medicina, cada um na sua especialidade? Primeiramente procuram ser anônimos, não têm patrocínio na maioria das vezes, muito menos plateia aplaudindo. Quando um aparelho não funciona num centro cirúrgico, é a experiência daqueles profissionais que vai valer para continuarem a salvar a vida de uma pessoa. Quando um funcionário de base nesta tarefa faz merda, sobra para os cabeças pensantes como solucionar o caos naquela crise. Geralmente é o chefe que responde por erros que jamais ele foi o responsável, e jamais pensou ser.
Imagine cirurgiões dependendo de um aspirador que não funciona, enquanto estão cortando alguém. Daí, vem uma auxiliar de enfermagem, que circula para atender a equipe, e começa a soprar um canudinho, a dar porrada numa conexão mecânica e diz que acha que o aparelho está funcionando. O “boss” da vez, diante da emergência, não no corpo do paciente, mas numa infra-estrutura precária, tem que dar seu jeitinho brasileiro: ele chuta, ele dribla, ele sua, a pressão vai lá nas alturas.
Assim sendo, Felipe Scolari está perdoado de qualquer culpa. Graças a Deus, ontem eu saí vencedora, mas podia ter dado zebra...
Rio, 08 de julho de 2014
Leila Marinho Lage
http://www.clubedadonameno.com