Muitas pessoas matam e morrem por dinheiro!

Eu não queria mais escrever nesta semana. Queria apenas ler, pensar, refletir, rezar e viver. Entretanto, não posso deixar de fazer o meu comentário sobre determinado fato. Eu não posso deixar de comentar esse fato. Na verdade, quem escreve não tem domínio absoluto sobre si mesmo. Há alguns dias que eu tentava não escrever certo poema. Ontem, porém, eu não pude prender a inspiração. A escrita foi inevitável. O ato de escrever é dom e missão, antes de ser uma aprendizagem. Fiz, portanto, um poema de 26 estrofes, mas não vou mostrá-lo ao público, por enquanto. Pretendo não mostrá-lo por muito tempo. Posso adiantar que é uma das minhas melhores obras, de acordo com a minha maneira de ver.

Da mesma forma que não pude evitar a construção de tal poema, eu não posso evitar certo comentário e reflexão. O assunto é este: “Estudante chinês comete suicídio, após perder apostas na Copa do Mundo. Um estudante universitário saltou para a morte após perder 3 mil dólares apostando em um jogo da Copa do Mundo, informou a imprensa estatal nesta terça-feira”.(Fonte:http://esportes.br.msn.com/copa-2014/noticias/estudante-chin%C3%AAs-comete-suic%C3%ADdio-ap%C3%B3s-perder-apostas-na-copa-do-mundo-1)

Eu pergunto: que mundo é este? Quem somos nós? Por que valorizamos tanto o dinheiro? Por que um pedaço de papel é tão valorizado?

Os seres humanos se esquecem de que o dinheiro deve ser visto como um meio, e não como um fim em si mesmo. Os seres humanos se esquecem de que o dinheiro é apenas um objeto de troca. Quando o assunto é dinheiro, há indivíduos que perdem o bom senso. Muitos se esquecem de que o dinheiro não deve ser idolatrado. Até pessoas que se dizem cristãs supervalorizam o dinheiro. Esquecem-se até das orientações bíblicas. Quando se trata de dinheiro, muitos se esquecem do que a Bíblia diz sobre ele.

Vivemos em uma sociedade em que muitas pessoas fazem qualquer coisa por dinheiro; em que a maioria dos indivíduos, acima de tudo, busca o dinheiro. Isso é ridículo, é lamentável! Na vida de muitas pessoas, o dinheiro chega a ocupar o lugar de Deus. Muitas pessoas matam e morrem por dinheiro. Que absurdo!

Não lembro se é a Bíblia, se é Lao-Tsé, se é Buda ou se é outra pessoa que afirma isto: “Muitos perdem a saúde para ganhar dinheiro. Depois, perdem o dinheiro para ganhar saúde”. Uma triste constatação! Uma triste realidade! Um absurdo! Um fato!

Lembro-me de alguém ter me perguntado, certa vez, se eu sou daqueles que defendem que dinheiro não traz felicidade. Eu disse que sim. Essa pessoa, achando-se muito esperta e inteligente, afirmou que o dinheiro traz felicidade. Lamentável!

É claro que o dinheiro é necessário na sociedade em que vivemos. Ninguém consegue ter uma vida decente, na sociedade ocidental, sem dinheiro. Veja: na sociedade ocidental, que é a sociedade em que vivemos.

Se não fosse o dinheiro, eu não teria estudado, eu não teria curso superior, ainda que o meu curso superior não tenha sido financiado por mim, nem por minha família, nem pelo governo. Um exemplo!

O dinheiro foi e continua sendo necessário, útil, mas não deve ser visto como um deus. Há pessoas que não chamam o dinheiro de deus, mas vivem como se o chamassem; como se o dinheiro fosse um deus.

Eu pergunto: por que muitos milionários são infelizes? Por que eles não conquistaram a felicidade? Ora, não é o dinheiro que traz felicidade. O dinheiro é algo necessário, mas não suficiente. Que os adolescentes desprovidos de maturidade suficiente não fiquem dizendo por aí que dinheiro promove felicidade! Que os adolescentes imaturos não confundam necessidade com suficiência, para não interpretarem mal o que eu afirmei e afirmo! Que os adultos biológicos conquistem maturidade psicológica! Do contrário, serão prejudiciais a sim mesmos, não a mim.

Vou comparar! A cadeira em que estou sentado é necessária para mim, neste momento, mas não é suficiente para que eu esteja bem. Ou seja, só a cadeira não basta! Ela é um instrumento (um objeto) útil, mas não é o que me dá felicidade. Assim é o dinheiro: ele é útil, mas não é suficiente; não é o que promove a felicidade.

Os meus livros são úteis, mas não me dão felicidade. As músicas que escuto são importantes para mim, são necessárias; as músicas dos CDs que eu compro, claro; não o lixo cultural que ouvimos, mesmo sem querermos ouvir.

As músicas que eu tenho em casa, porém, não me dão felicidade; elas me ajudam a me encontrar comigo mesmo. Elas me ajudam a pensar sobre a sociedade, sobre a vida, a refletir, a entrar em contato com Deus. Só isso! Nada mais! É muito!

Sendo assim, é muito importante atribuir a cada coisa a importância merecida. Tudo depende de como olhamos para as coisas.

Os documentos que você tem são necessários, não suficientes na sua vida. Seus dentes são necessários, não suficientes. Divertir-se é necessário, não suficiente. Há muitas formas de diversão. Muitas, no entanto, são prejudiciais, e não necessárias.

O dinheiro já tem causado a morte de muita gente, assim como tem sido necessário para ajudar a dar vida a muitos seres humanos. Tudo é uma questão de saber usá-lo.

Lembre-se: quem busca, em primeiro lugar, ganhar dinheiro, nunca vai saciar a fome de dinheiro. Sempre haverá mais dinheiro a ser adquirido, para quem deseja adquirir mais.

Lembre-se: estou pensando de maneira lógica. Esta é uma disciplina da Filosofia. Estou pensando filosoficamente. Analise, pois, isto: Eu sempre digo que não preciso me preocupar com o ato de ganhar dinheiro. Por quê? Eis uma boa pergunta! Respondo: porque eu trabalho. Se eu trabalho, o dinheiro virá, inevitavelmente, como resultado do meu trabalho. Portanto, o meu primeiro pensamento é este: trabalhar. É certo que, se eu trabalhar, o dinheiro virá. É lógico! Eu não preciso ficar preocupado.

O dinheiro é apenas mais um instrumento necessário na minha vida, na sociedade em que vivemos. Veja: necessário, não suficiente.

A Filosofia nos ensina a diferença entre aquilo que é necessário e aquilo que é suficiente, além de nos ensinar muitas outras coisas importantes e belas para a nossa vida.

Da mesma forma, a Filosofia é importante, mas nunca foi e jamais será suficiente!

Pense filosoficamente!

Não dê ao dinheiro mais importância do que ele merece.

Um forte e cordial abraço!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 24/06/2014
Reeditado em 24/06/2014
Código do texto: T4856678
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