Do futuro das cidades
Estamos já em plena distopia e piorando a cada dia:
DO FUTURO DAS CIDADES
Miguel Carqueija
Artigo publicado no jornal “Metropress” do Rio de Janeiro, edição de junho de 2003:
Falemos um pouco de ficção científica. Lembro-me de um romance que li há muitos anos, “The rebellers”, notável obra assinada pela escritora norte-americana Jane Roberts, e que no Brasil ganhou duas edições, uma na década de 60, outra na de 70, e ambas com títulos absurdos (“As estrelas são nossas” pela La Selva, e “Rebelião no Cosmo”, pela Cedibra), considerando que não se tratava de aventuras espaciais. O tema era a decadência das metrópoles pela degeneração social. Um tema bastante atual, diga-se de passagem. Mas passemos a palavra ao livro (comentário da contra-capa):
“No século XX uma calma e típica cidadezinha norte-americana. No século XXIII uma “Contrópolis”, selvagemente superpovoada, onde milhões de pessoas famintas, semi-loucas, cambaleavam pelas ruas numa busca inútil de alimentos, descanso ou morte. Sobre esta cena louca, semelhante a um carnaval macabro, os auto-falantes gritavam seus comandos de trabalho, até que a noite trazia o silêncio e os “limpadores de ruas” vinham para levar os corpos dos agonizantes.”
Em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo — onde agora se convive com a guerrilha urbana — não estaremos já em plena “Contrópolis”? Até que ponto poderemos sobreviver na anarquia, fomentada, ao longo de muitos anos, pela inação das autoridades constituídas?
Estamos já em plena distopia e piorando a cada dia:
DO FUTURO DAS CIDADES
Miguel Carqueija
Artigo publicado no jornal “Metropress” do Rio de Janeiro, edição de junho de 2003:
Falemos um pouco de ficção científica. Lembro-me de um romance que li há muitos anos, “The rebellers”, notável obra assinada pela escritora norte-americana Jane Roberts, e que no Brasil ganhou duas edições, uma na década de 60, outra na de 70, e ambas com títulos absurdos (“As estrelas são nossas” pela La Selva, e “Rebelião no Cosmo”, pela Cedibra), considerando que não se tratava de aventuras espaciais. O tema era a decadência das metrópoles pela degeneração social. Um tema bastante atual, diga-se de passagem. Mas passemos a palavra ao livro (comentário da contra-capa):
“No século XX uma calma e típica cidadezinha norte-americana. No século XXIII uma “Contrópolis”, selvagemente superpovoada, onde milhões de pessoas famintas, semi-loucas, cambaleavam pelas ruas numa busca inútil de alimentos, descanso ou morte. Sobre esta cena louca, semelhante a um carnaval macabro, os auto-falantes gritavam seus comandos de trabalho, até que a noite trazia o silêncio e os “limpadores de ruas” vinham para levar os corpos dos agonizantes.”
Em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo — onde agora se convive com a guerrilha urbana — não estaremos já em plena “Contrópolis”? Até que ponto poderemos sobreviver na anarquia, fomentada, ao longo de muitos anos, pela inação das autoridades constituídas?