Memética
O fenômeno que atualmente se espalha pelo Brasil pode ser explicado através da memética, que é a ciência que estuda os memes. Tudo que uma pessoa pode imitar ou aprender com outra pessoa é um meme. Quando defendemos uma idéia, seja ela religiosa, política, comportamental, estamos tentando passar este meme para outra pessoa. Se o meme encontrar um ambiente mental propício na outra pessoa ele se instala e tentará passar desta pessoa para outra se propagando como uma doença contagiosa. Pessoas "infectam" as outras, e alguns memes são mais contagiosos que outros, assim como algumas pessoas são mais propícias a essa "infecção" que outras. O meio ambiente propício para os memes é a mente humana. Podemos citar como exemplos de memes os slogans, a moda de roupa, a arte e a arquitetura, engenharia e tecnologia, músicas, religião, ou seja, toda a cultura, todos os comportamentos não geneticamente determinado. O que herdamos e transmitimos geneticamente o fazemos através dos gens, mas o que aprendemos ou transmitimos por imitação, para outra pessoa, é através dos memes. Segundo Daniel Dennett", o estoque de mentes é limitado, e cada mente tem uma apacidade limitada de memes, portanto há uma forte competição entre os memes para entrar no maior número de mentes possíveis. Esta competição é a principal força seletiva da memosfera". Mas nossa mente é, ela mesma, um complexo de memes. Muitas críticas se faz à Memética, a crítica mais comum é a que diz respeito à falta de conhecimento do que seria de fato um meme, de que é feito e qual a sua ontologia. Mas a definição de gene também não está tão bem estabelecida como se imagina. Para o biólogo Mark Ridley " o que importa é informação do gene e não sua continuidade física". Porém, sabemos o tipo de substrato que o gen carrega, o que não é verdade para o meme. Mas a Memética vem sendo pesquisada e trabalhada há séculos em várias áreas, como a Antropologia, Linguística,, Sociologia, História, Economia, Marketin, etc., na transmissão da cultura e deve ser respeitada. A Memética une áreas díspares e é essa força que faz com que ela deva ser estudada como ciência.
Resumo de um artigo publicado na Revista Filosofia nº 51