IGUALMENTE CRIMINOSOS_MADRASTA, PAI, AMIGA
A televisão noticia o caso do menino Bernardo, morto e enterrado pela própria madrasta (segundo indicam as evidências). Chocante, talvez, se não fosse comum esse tipo de crime nos últimos tempos.
Mas, além da perversa, fria e calculista madrasta, se investiga a participação da "amiga", que teria compactuado com toda essa trama criminosa que pôs fim à vida do garoto de 11 anos.
Pior que essa “amizade” incondicional (ainda que nada me faça entender isso), a suposta participação do pai é algo que torna maior o aperto no peito, quando tento pensar no que leva pessoas a se unirem para articular tanta maldade.
De acordo com as investigações, a polícia acredita no envolvimento dos três, aguardando apenas para saber qual foi a participação de cada um para que se aplique a pena.
Enquanto o noticiário mostrava imagens simulando o crime, mencionando a provável atuação dos criminosos, eu me perdia numa espécie de incredulidade: “meu, Deus, como é possível!”. Gente, a mulher pensou na soda cáustica, como declarado pela “amiga”, porque “queria algo para dissolver rápido o corpo e que não desse cheiro". O que é isso?
Minha indignação não cabe em mim. E pra aumentar meu incômodo, a reportagem mostra o advogado da suposta “amiga” do casal, que abre a boca pra soltar “Ela só participa do crime de ocultação de cadáver”.
Só? A pessoa fala “só” como se o ato desse demônio de saia tivesse perdão. Ela ajudou a outra a enterrar a vítima, compactuou até o fim, e o “profissional” diz “só”? Achou pouco? Será que ele tem filhos? Achei um absurdo. E ainda completou, quando perguntado pelo repórter se ela havia ajudado a enterrar o cadáver: “somente isso”.
Há algum tempo o que nos assustava era o desconhecido. Lembro-me que a recomendação dos nossos pais era "não fale com estranhos". Como sobreviver nesse mundo incerto, onde todos parecem “estranhos”? Devemos nos defender dos mais próximos, é isso?
Difícil!